Capitulo 33

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Angelina

Eu só gostaria que tudo isso fosse um grande pesadelo, para que quando acordasse nada disso tivesse acontecido. Jamais pensei que eu fosse ser capaz de fazer de tudo, para ter o maldito dinheiro. Se no passado alguém me dissesse que no futuro, eu seria capaz de fazer tudo por dinheiro, eu jamais acreditaria. Esbarrar em Erick por pura coincidência, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido nesse momento, em completo desespero. Eu estava sem saber o que fazer ou para onde ir, depois de ter fugido daquele homem nojento. Ainda nervosa, pelo que houve, entro no carro de Erick que estava estacionado um pouco longe de onde eu o encontrei, e rapidamente ele faz o mesmo.

— Você está bem? O que aconteceu?  — Erick pergunta com um olhar bastante preocupado, sem entender nada. Olho para ele sem saber o que responder, e com o olhar ainda desesperado. Ele não pode nem sonhar o que eu estava fazendo, o que ele vai pensar de mim? Que a garota que ele conhece não existe mais? Que ela simplesmente virou uma garota que se deitar com qualquer um em troca de dinheiro? Não, não, ele não pode saber disso.

— Eu...eu fui assaltada — minto fazendo ele ficar mais preocupado do que já estava — Mas não conseguiram levar nada.

— Mas você está bem? Eles fizeram alguma coisa com você? — pergunta enquanto olha detalhadamente para o meu corpo para certificar que eu não esteja machucada.

— Não fizeram nada, na verdade não deu tempo. — minto descaradamente. Sei que a mentira tem pernas curtas, mas com o rumo que a minha vida teve, ela é o melhor caminho para que ninguém descubra a pessoa que eu me tornei.

— Para onde estava indo? O que estava fazendo naquele lugar?  — nessa altura, acredito que todos que nos conhece já devem saber o que aconteceu com minha mãe e eu, então, resolvo dizer a verdade.

— Eu..eu estava indo trabalhar — revelo, não o deixando surpreso — Acho que você já sabe que minha mãe e eu perdemos tudo não é mesmo? — pergunto, fazendo ele apenas balançar a cabeça que sim e logo abaixo a minha cabeça, cabisbaixa — Como você soube?

— Quando fui até a sua casa e não te encontrei lá. Por que não me falou nada no dia que nos encontramos?

— Porque eu me senti envergonhada de dizer que tinha perdido tudo. — falo o encarando, tentando segurar as lágrimas  —  Você não faz ideia do quanto é difícil ver a sua vida mudar completamente em tão pouco tempo e não poder fazer nada para evitar. — falo deixando as lágrimas caírem sobre o meu rosto — A minha vida não é mais a mesma, eu não sou mais a mesma Erick — desabafo, fazendo ele se aproximar de mim e me abraçar. — Nós perdemos tudo o que tínhamos, tudo.

Chorar e desabafar com Erick, pode não mudar exatamente nada do que aconteceu comigo desde a morte do meu pai, mas saber que posso contar com ele sem ter vergonha do que aconteceu, faz eu me sentir mais aliviada. Talvez eu nunca vá entender o porque a minha vida mudou tanto, mas tudo o que estou vivendo está servindo como uma lição para mim. Após contar tudo para Erick ou melhor, quase tudo que andou acontecendo na minha vida e na vida da minha mãe, dou o meu endereço para que ele me leve em casa, já que não tenho nem uma condição de ir sozinha, depois do que houve

— Antes da gente subir, quero te pedir um favor. — falo assim que ele estaciona  o seu carro do outro lado da rua

— Pode pedir. — diz atentamente.

— Não conte nada para minha mãe do que aconteceu. Eu..eu não quero deixá-la preocupada, principalmente agora que as coisas estão começando a melhorar para o lado dela. — peço, já sabendo que o pior pode acontecer se ele contar como foi que nos encontramos.

— Não se preocupa, não vou dizer nada.

— Obrigada. — agradeço bastante aliviada

Saio do carro acompanhada de Erick, que coloca a sua mão em minha costa para esperamos alguns carros passar, e logo atravessamos a rua juntos, assim que vimos que não vinha carro algum. Talvez seja o medo do que aconteceu a pouco tempo, mas acabo tendo uma pequena sensação de estar sendo observada, enquanto entro no prédio. Resolvo ignorar qualquer sensação, e subo com Erick no elevador.

— Seja bem vindo, a minha nova realidade — falo soltando um leve sorriso para ele, enquanto destranco a porta.  E assim que abro, dou de cara com minha sala que se surpreende ao ver quem está me acompanhando.

— Erick? — diz bastante surpresa

— Como vai dona Ângela? Perdão pelo horário, vim certificar que sua filha chegaria bem, depois de nos encontrarmos...

— Por coincidência em um dos eventos  — completo para que ela não desconfie de nada.

— Que isso, não se preocupe. Por favor, fique a vontade, você não imagina o quanto estou contente em ver você aqui. — diz com um sorriso no rosto, toda animada, e rapidamente fecho a porta.

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