Capitulo 48

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Angelina

Eu sei que preciso ser forte para viver no mesmo ambiente que Caio, mas não é assim do dia para a noite que vou encontrar essa força. Até porque ele não é uma pessoa qualquer; ele é o primeiro homem com quem me deitei. Apesar de ter sido por dinheiro, fui tratada como jamais imaginei que seria na minha primeira vez, ainda mais como uma garota de programa. E, por uma grande burrada minha, acabei me apaixonando e me decepcionando quando menos imaginei. E, por coincidência do destino ou não, para piorar a situação, minha mãe também acaba se apaixonando pelo mesmo homem que eu, e resolve me colocar debaixo do mesmo teto que ele. Eu não sei que mal fiz para merecer tudo isso; só sei que não faço ideia de onde irei tirar essa força para viver junto com ele.

Faz algumas horas que Erick e eu estamos dançando, bebendo e nos divertindo do nosso melhor jeito. Não consigo explicar, mas quando estou na companhia dele, todos os meus problemas acabam sumindo. Estar com ele me faz um bem danado, faz eu me sentir à vontade e me desperta uma alegria que poucos conseguem despertar. Não sei se é porque nos conhecemos há muito tempo e, por isso, nos damos tão bem, ou se é porque com ele me sinto livre, feito um pássaro.

Apesar de estarmos em uma amizade com "benefícios", em nenhum momento Erick me cobrou algo; muito pelo contrário, ele me deixa bastante à vontade em relação a isso. Eu não sei o que o futuro nos reserva, mas, se um dia a nossa amizade acabar, eu espero que ele arranje alguém que goste de verdade dele, pois ele é um homem de ouro, que muitas garotas desejam ter.

Sinto a minha cabeça girar, após ter perdido a noção de quantos copos de bebida alcoólica já consumi. Olho para o balcão, onde o barman está, e avisto Erick rindo de mim, provavelmente porque notou quando eu cambaleei e esbarrei em algumas pessoas. Aproximei-me dele e me apoiei em seu corpo.

— Eu acho que já deu por hoje. Você não acha? — me pergunta enquanto me segura para que eu não caia

— Não. Eu acho que aguento mais alguns drinks. — digo, fazendo ele respirar fundo, e soltar um dos seus melhores sorrisos. — Para falar a verdade, acho que já deu por hoje, vamos para o seu carro — falo e sigo em direção a saída da boate fazendo ele me seguir.

Chego onde o carro dele está estacionado, e logo Erick destrava as portas do mesmo, fazendo com que eu entre primeiro e ele depois.

— Agora vou levar você para sua casa — assim que ele ia ligar o carro, vou para cima dele e sento em seu colo.

— Não antes de você me beijar. —falo olhando para cada detalhe do seu rosto, e sem perder tempo Erick me puxa e beija os meus lábios.

As suas mãos deslizam pela minha coxa, puxando delicadamente meu vestido, trazendo-me ainda mais para perto. Enquanto seus lábios exploram os meus, uma sensação de enjoo começa a me dominar, e quando penso que nada pode estragar esse momento, especialmente a minha noite, sou tomada por uma vontade incontrolável de vomitar. Sem pensar, abro a porta do carro com força e expulso toda a bebida que havia ingerido. Com a ajuda de Erick, limpo a boca, sentindo uma enorme vergonha por ter passado por essa situação na frente dele.

— Quero enfiar a minha cara em um buraco, e nunca mais tirar ela de lá —falo fazendo Erick soltar uma risada gostosa

— Diz isso como se ninguém nunca tivesse vomitado na frente dos outros. — fala tentando me deixar mais à vontade — Não se preocupe, não contarei para ninguém, esse será o nosso segredo — fala soltando uma piscada, e como não havia mais clima, Erick se dirige em direção ao meu novo lar. Após alguns segundos, quase adormecendo em seu carro, vejo ele estacionar em frente ao portão. — Está entregue.

— Obrigada por hoje.

— Quando precisar, estarei aqui — diz, soltando um sorriso. Me despeço dele com um beijo e saio do carro.

Ao ir em direção ao enorme portão, vejo que a casa está com as luzes todas apagadas, me deixando bastante aliviada por saber que todos estão dormindo, e não serei incomodada por ninguém. Enquanto me equilibro para não cair, passo pelo portão, vou em direção a entrada da casa, tiros os meus sapatos para não fazer barulho e cuidadosamente, entro nas pontinhas dos pés. Fecho a porta com cuidado, e assim que ia subir a escada, vejo uma luz se acender e Caio aparecer, com uma calça de moletom cinza, e uma camiseta branca, deixando seus músculos definidos amostra.

— Onde você estava até esse horário? — pergunta com um tom de voz séria, me fazendo segurar a risada para não acordar a minha mãe, mesmo sabendo que não dar para ouvir do seu quarto.

— Eu não te devo satisfações. —respondo

— A partir do momento em que você começou a morar nessa casa, você passa a dever satisfações a mim. Eu posso não ser o seu pai, mas sou o homem dessa casa. —diz me fazendo soltar uma risada sarcástica. Me aproximo dele, permitindo que os nossos rostos fiquem próximos, e os nossos olhos se encontrarem.

— Ouça o que eu vou te dizer. Eu jamais irei dar satisfação do que faço a você. — falo seriamente — Eu to pouco me importando se você é o dono dessa casa, ou se é o único homem. Eu só estou aqui por causa da minha mãe , e é bom você parar de achar que irei lhe obedecer porque não vou. —falo,e assim que ia sair, Caio me puxa pelo braço, me levando para a parte da casa que esta escura e me encosta na parede com brutalidade.

— Agora quem vai me ouvir é você. — diz e olha para os lados para certificar que não tem ninguém nos observando — É bom você obedecer as regras que colocarei nessa casa ou então a sua mãe saberá o que a filhinha dela fez no passado — diz tentando me botar medo — Tenho certeza que ela ficará bastante decepcionada com você.

— Você não seria capaz de fazer isso.

— É mesmo? Então continua me provocando que saberá do que sou capaz. — ouço passos vindo da escada, fazendo eu virar rapidamente, enquanto Caio vai para cozinha.

— Filha, o que está fazendo aqui a essa hora? —Minha mãe pergunta, com sua aparência de sono, após descer.

— Eu..eu acabei de chegar. Mas já estava indo para o meu quarto dormir — falo indo até ela — Até depois — dou um beijo em seu rosto, e vou em direção a escada.

Após sentir uma onda de nervosismo ao encontrar minha mãe, subo rapidamente para o meu quarto e tranco a porta. Sei que não faço ideia do que Caio é capaz, mas a ideia de precisar dar explicações ou obedecer ele me incomoda profundamente. Quem ele pensa que é? Meu pai? Meu dono? Para me tratar assim? De jeito nenhum, não vou aceitar isso. Preciso tomar uma atitude e mudar essa nova realidade em que me encontro.

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