Capítulo 17

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Angelina

Ainda é difícil assimilar que eu realmente concordei de estar nessa vida, que nunca desejei para mim, sinto como se estivesse em um pesadelo  e que logo vou acordar para a realidade. Coloco o meu vestido preto, e o meu sapato da mesma cor. Vou em direção ao camarim, e me sento para começar a me maquiar. Flávia senta ao meu lado, e me indicar uma maquiagem que realce os meus olhos azuis, faço do jeito que ela me ensinou, e percebo o quanto ficou perfeito. Através do espelho, vejo Grazi me mutilando só com o seu olhar. Desde que anita deu a bronca nela, a mesma não para de me olhar, como se eu fosse a culpada do ocorrido. Me levanto da cadeira, após me aprontar, e logo Anita aparace na sala, e fica olhando para cada uma de nós, para vê se estamos do jeito que gostaria.

— Perfeitas. Agora vamos que a van já está à espera por vocês. — saímos da sala em direção ao elevador e logo adentramos. Eu não sei se os funcionários da empresa sabem o que realmente fazemos ou se eles se fazem de idiota, mas é incrível como eles agem naturalmente conosco. Vejo uma van preta parada em frente ao prédio e logo Anita nos direciona para entrar. — Irei na frente de carro, quero todas bastante atentas. E você, Grazi, muda essa cara de velório quando chegar lá. — Anita vai em direção ao carro que esta em nossa frente, e logo o motorista da van segue atrás.

Após alguns minutos, vejo o motorista parar o carro em frente a uma pequena porta, em uma rua super deserta. As meninas saem na frente e logo saio em seguida. Elas adentram pela pequena porta, provavelmente a dos fundo. Andamos em um corredor com pouca iluminacao, e logo avistamos Anita nos aguardando. Ela pede para nós segui-la, e em pouco segundos estamos em um grande e luxuoso salão, onde havia vários carros super luxuosos, e uma decoração impecável. Ela começa a dividir as meninas, deixando duas em cada carro, e para o meu azar ou não, ela me coloca com Grazi, ao lado de um carro vermelho. Aos poucos alguns convidados começam a chegar, e uns garçons começam a aparecer com bebidas em taças, e alguns salgados para petiscos.

— O Caio não é quem você está pensando, não caia no papo dele — Grazi murmura para mim, enquanto continua com o sorriso em seu rosto

— Não sei porque você está falando isso, mas só para deixar bem claro, eu só fiz o meu trabalho — digo enquanto continuo sorrindo

— É só um aviso — murmura novamente, e logo um grupo de homens vem em nossa direção para admirar o carro. Vejo um deles ficar me olhando da cabeça aos pés, e logo sorrir para mim, fazendo eu me sentir um verdadeiro objeto. Retribuo com um sorriso falso, e resolvo olhar para frente para não dá confiança.

Vejo outras meninas que nunca vi na vida fazendo o mesmo trabalho que o nosso, me deixando pensativa. Será que elas também estão aqui para outras coisas ou somente para trabalhar? Não querendo julgar, mas já julgando, do jeito que elas estão vestidas provavelmente elas fazem o mesmo serviço que a gente. Mesmo com a minha bochecha quase dando câimbra, continuo sorrindo. Me perco completamente olhando algumas mulheres bem vestidas, acompanhando os seus maridos, fazendo eu lembrar de quando meu pai, levava minha mãe e eu para esses tipos de eventos. Sinto uma saudade apertar em meu peito, mas logo acabo saindo de meus pensamentos após ouvir uma voz familiar.

— Este aqui está maravilhoso — ouço e viro para ver quem é, e assim que olho, fico completamente pálida ao ver o pai de Emily olhando o carro ao lado. Tento cobrir o meu rosto para que não me veja, mas logo percebo ele vim em minha direção. — Angelina? — ele diz o meu nome, me deixando completamente sem reação. Tento me recompor para parecer a mais normal possível — Você está trabalhando?

— Como pode ver, sim. —respondo com um sorriso no rosto, deixando-o bastante surpreso.

— Claro, que pergunta né? — ele diz completamente sem jeito. Seu Enrico, dá um leve sorriso para mim, e sai de fininho, abismado. Dou uma prufuda respirada, e continuo com um sorriso no rosto.

— Ficou sem graça por que? Ninguém sabe que a Angelzinha trabalha como garota de programa? — Grazi pergunta com deboche tentando me intimidar

— É claro que não. Por que? Todos da sua família sabem que você é a mais rodada do grupo? — pergunto, fazendo o seu sorriso se desfazer e virar para mim rapidamente. E quando ela vinha para cima de mim, Anita aparece.

— Posso saber porque saiu do seu lugar?

— Eu..eu ia no banheiro. — mente descaradamente

— Quantas vezes eu tenho que dizer para vocês fazerem tudo o que tiver de fazer antes de estarem trabalhando?

— Muitas vezes.— responde sem jeito

— Só não vou me estressar com você agora, porque aquele cliente — aponta para um homem alto, de pele clara, vestido com um terno preto — Acabou de pagar muito bem por você — diz fazendo um sorriso tomar conta do rosto de Grazi. —Agora vai no banheiro, retoca essa maquiagem, que ele irá esperar você lá fora. E você minha querida Angelina ou melhor Angel. Tem um carro preto aguardando por você lá na frente.

— Por mim?

— Tem outra Angel aqui? —pergunta e eu balanço a cabeça que não — O seu cliente mandou o motorista dele buscar você. Então vá logo que ele não gosta de atrasos. — concordo com a cabeça e vou em direção a entrada do enorme salão.

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