Capitulo 32

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Angelina

Sinto uma onda de angústia invadir meu corpo enquanto me preparo para um novo trabalho indicado por Flávia. Visto um elegante vestido preto com decote tomara que caia, combinado com uma bota de cano alto. Ao me observar no espelho, percebo o quão curto o vestido está em mim. Decido colocar um sobretudo por cima para não chamar tanta atenção. Como não tenho interesse em retornar à empresa de Anita, que insistiu em me ligar diversas vezes para me contatar, Flávia me recomendou para alguns clientes que ela conhece. Diante da falta de opções no momento e da necessidade de pagar minhas dívidas sem demora, decidi aceitar a proposta de me envolver com outros homens como forma de ganhar dinheiro.

— Olha, antes de você sair, eu quero esclarecer algumas coisas — Flávia diz, me fazendo ficar atenta — Apesar desse cliente pagar bem, o valor não é nada comparado ao que você ganhava trabalhando na empresa, mas já ajuda bastante.

— Eu sei, mas não tem problema. O importante é ganhar dinheiro para continuar pagando as dividas.

— E tenho mais uma coisa para falar —diz um pouco apreensiva — Esse cara com quem você vai sair, é completamente diferente do Caio. Tem certeza que é isso que você quer?

— Tenho. E saber que ele é completamente diferente de Caio, faz eu querer ainda mais ir. — digo fazendo Flávia respirar fundo.

— Tudo bem, eu vou sair com você pra ninguém desconfiar de nada. — concordo, e logo saímos do quarto juntas.

Para não deixar minha mãe preocupada, resolvi não dizer que estou desempregada. Eu sei que ela está trabalhando fornecendo doces, porém o seu dinheiro não é suficiente para nos sustentar e pagar as dívidas. Pego um táxi na portaria do prédio, e vou sozinha em direção ao endereço que Flávia havia me dado. Com uma grande aflição, após alguns minutos, chego em frente a um hotel, de classe média, nada comparado ao luxuoso prédio que me encontrava com Caio. Após passar pelo recepção, subo, e vou em direção ao quarto. Chego em frente ao mesmo, bato na porta, e não demora muito veja a mesma se abrir. E assim que sou recebida, dou de cara com uma velho, gordo, com cara de rabugento, completamente diferente do que eu esperava.

— Você é muito mais linda pessoalmente, do que pelas fotos que sua amiga enviou. — diz me deixando sem jeito. — Pode entrar, meu bem. — Com medo por não conhecê-lo, entro no quarto, e vou em direção ao sofá vermelho. Vejo ele me olhar dos pés à cabeça, aparentemente cheio de desejo, fazendo eu sentir nojo, não dele, mas de mim por estar me sujeitando a isso. — Não tenha medo. Pode vim, minha princesa. — me chama e vou em direção a cama. — Não sei se a sua amiga te contou mas...eu tenho uns fetiches na cama. — fala com um sorriso, cheio de segundas intenções.

— Como assim? —  pergunto, fazendo ele ir até o seu armário e abrir. Dando a visão a vários brinquedos eróticos, como: Algemas, cassetetes, chicotes e muitas outras coisas, capaz de deixar qualquer pessoa com medo.

— Eu gosto de usar todos esses brinquedos em garotas como você —  fala fazendo eu engolir em seco, e ficar com o meu corpo travado

Quando Flávia me alertou que o cliente era completamente diferente de Caio, ela não estava se referindo somente à aparência, e sim no modo geral. Através do seu olhar malicioso que não param de percorrer o meu corpo, percebo o quanto esse homem está disposto a fazer tudo o que está passando em sua mente nesse momento. Só de imaginar ele usando cada objeto desse mim, faz um desespero tomar conta do meu ser. Eu não posso me permitir a passar por isso, ainda mais com alguém que não faço a menor ideia de quem seja.

— Me desculpa, mas...eu-eu não posso continuar aqui —no momento em que vou em direção a porta, sinto ele me puxar com força e me encostar na parede

— Está achando que é quem para me deixar cheio de vontade e querer ir embora, em? — pergunta enquanto continua me pressionando contra a parede — Você só vai sair daqui, quando fizer o seu trabalho muito bem feito. — com sua boca nojenta, ele começa a beijar o meu pescoço. Me debato na tentava de sair dos seus braços, e assim que sua boca ia se aproximar da minha, bato com meu joelho com força em sua parte íntima fazendo ele gritar de dor.

Sem hesitar, saio disparada do quarto em direção à escada. Desço sem preocupações, ignorando a possibilidade de queda, e logo alcanço a recepção. Dirijo-me à rua e a atravesso rapidamente, imersa em desespero. Sinto-me desorientada, sem rumo, até avistar um táxi e tentar alcança-lo. Mas, antes de alcançar o veículo, esbarro em alguém e acabo despencando no chão.

— Angelina?

— Erick? — uma sensação de tremendo alívio me invade ao encontrá-lo, levando-me a levantar impulsivamente e abraça-lo com força — Por favor me tire daqui, por favor — suplico, deixando-o confuso.

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