Até Te Encontrar || Petar Musa

23

Leonor Neves

Depois do jantar de ontem Petar tomou um duche e logo nos deitamos na minha cama.
Foi ótimo dormir coberta pelos seus grandes e calorosos braços enquanto uma de suas mãos acarinhava os meus cabelos e a outra as minhas costas.
Não foi nada difícil de adormecer com tantas carícias e calor vindo de si.

Assim que ouvi o meu telemóvel vibrou em cima da mesinha de cabeceira tentei desligar o despertador antes mesmo de emitir qualquer som para que este não acordasse o croata que dormia tranquilamente ao meu lado.

Levantei-me da cama e procurei uma roupa para o dia na minha cómoda dirigindo-me de seguida para a casa de banho que para azar meu não ficava dentro do meu quarto.

...

Antes de sair de casa deixei uma outra chave no balcão da cozinha junto de um pequeno post-it onde avisava Petar de que estaria no trabalho e que a chave seria para ele usar para sair e entrar na casa quando quisesse.
Eu sei, é um grande passo mas eu já conheço o Petar o suficiente e tenho confiança nele a cem por cento.

Assim que cheguei à empresa dirigi-me á minha mesa e pousei a minha bolsa em cima da mesa retirando tudo aquilo que precisava do interior da mesma.

— Bom dia Leonorzinha. — ouvi a voz de Sónia e logo revirei os olhos. — Estás a ficar famosinha.

— Bom dia! Apreciava bastante que não me incomodasses durante as minhas horas de trabalho e muito menos no resto do meu tempo. — Eu suspirei saturada das suas provocações.

— Sempre conseguiste dar a volta ao jogador. — ela sentou-se na minha mesa como se tudo fosse dela. — Diz lá qual é o segredo, quanto é que ganhas com esse namoro?

— Eu não sei como sabes da minha relação e não que tenhas algo a ver com isso mas eu não ganho nada a mais do que felicidade e amor. — Eu respondi.

— Já está nas redes sociais o vosso beijo como é óbvio, vocês estavam a comer-se num lugar bastante público.— ela disse sorrindo. — Mas com certeza essa era a tua intenção não é? Querias ser vista com ele, ganhar fama, talvez virar uma influencer...

— Eu não sou uma interesseira como tu! — eu disse visivelmente irritada com todas as suas palavras.

— Tu és pior não é? Cara de santa, atitudes de menina bonita mas vai-se a ver e és uma oferecida. — ela cuspiu as palavras na minha cara.

Por impulso a palma da minha mão bateu na sua bochecha e acho que todo o mundo conseguiu ouvir o barulho do estalo, que foi bem dado diga-se já de passagem.

— Tu bateste-me sua delinquente! — ela disse levando a sua mão á marca vermelha que tinha na sua cara. — Vais te arrepender de teres feito isto, podes ter a certeza.

Eu não tinha palavras para responder.
Eu estava incrédula comigo mesma, perdi o controle e sei perfeitamente que não devia ter feito o que fiz mas foi mais forte do que eu.

Vi Sónia afastar-se de mim rapidamente e pude também ver que a mesma foi diretamente para o escritório do patrão.
Estava tramada e não tinha como me defender, ela provocou-me mas não justifica um agressão.

Acabei por me sentar na minha cadeira, fechei os olhos e bufei com vontade.
O meu dia começou tão bem assim que acordei e olhei para o outro lado da cama ocupado pelo meu agora namorado, estava feliz e sentia-me mais preenchida.
Não pensei que em tão pouco tempo o meu dia pudesse tornar-se nesta confusão.

— Leonor, o doutor Henrique chamou-te ao escritório dele. — Vera, uma das minhas colegas de trabalho, avisou-me e eu logo abri os olhos.

— Já esperava. — Eu disse quase num sussurro.

— Foi bem dada, se fores despedida, vai de cabeça erguida miúda. — ela disse passando a mão pelo meu ombro.

— Foi um erro. — Eu levantei-me da cadeira e lentamente me dirigir ao escritório do doutor Henrique.

Assim que bati á porta recebi a resposta de que poderia entrar.
Entrei e fechei a porta atrás de mim e reparei que já não haviam sinais de Sónia naquele cómodo.

— Eu já sei o porquê de o senhor me chamar aqui e queria começar por dizer que eu errei bastante e não devia ter feito o que fiz, queria pedir desculpa por esta confusão causada por mim dentro da sua empresa. — antecipei-me a falador antes que ele pudesse dizer o que quer que fosse.

— Bem, foi um ato de bastante irresponsabilidade da sua parte, foi grave e acho que tanto eu como tu temos a noção disso não é verdade? — ele perguntou e eu assenti. — E também ambos sabemos que a Sónia não é a pessoa mais fácil de se lidar.

Vi o homem levantar-se da sua cadeira e vir na minha direção com as mãos nos bolsos das suas calças.

— Veio aqui com as suas típicas palavras de vítima, lido com isso há anos como sei que tu sabes. — ele disse e eu engoli em seco. — Não te vai acontecer nada este assunto morre aqui.

Ele tirou uma mão do bolso e passou o sei indicador pela minha bochecha causando-me um enorme desconforto com o seu gesto.

— Se fizeres aquilo que eu digo não perdes o teu emprego e a Sónia não volta a incomodar-te mais. — ele disse passando agora o seu dedo pelos meus lábios.

Tentei rapidamente me afastar para tentar sair do escritório mas ele foi mais rápido do que eu e agarrou-me pelo pescoço fazendo-me procurar pelo ar que me faltou.

— Ainda não me deste o que eu quero! — ele disse com o seu rosto bem próximo do meu ao ponto de eu sentir a sua respiração chocar contra a minha pele.

Senti os meus olhos arder e a minha visão ficar bastante turva. As lágrimas estavam prestes a transbordar pelos meus olhos e eu estava sentir uma dor enorme na minha garganta por conta da força que ele fazia.
A sua outra mão começou a percorrer a minha perna até chegar ao meio de ambas as pernas e eu tentei apertar uma contra a outra tentando cancelar o acesso da sua mão e então, com acesso negado na frente, ele passou à parte de trás apertando uma das minhas nádegas.

Os meus olhos já despejavam lágrimas freneticamente e eu tentava que a minha voz saísse para que pudesse gritar por ajuda mas na saía e estava cada vez mais difícil de respirar.

— Só queria um momentinho contigo mas estás a armar-te em difícil. — ele disse e mordeu de leve o meu lábio.

Eu abria a minha boca várias vezes em busca de ar mas estava difícil de receber algum ar puro.
Não sei de onde tirei as forças mas fechei a mão e com alguma força soquei as suas costelas e logo depois dei-lhe uma joelhada no meio das pernas obrigando-o assim a largar o meu pescoço deixando-me escapar pelo escritório fora.

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Olá amores!

Capítulo dramático num dia feliz como este eu sei não calhou bem mas era isso ou não haveria capítulo hoje :(.

Espero que gostem e desculpem qualquer erro!

Quero obviamente também desejar-vos um feliz natal cheiro de alegria, comida e presentes com os vossos familiares ou amigos.

Beijinhos 😘🥰❤️