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Leonor Neves

Estava agora a fazer o almoço para os meninos que vêm do treino daqui a alguns minutos.
Ainda não tinha muito claras as ideias sobre o presente de natal de Petar, ou presentes, como disse, não está muito claro.

Ouvi a porta de casa abrir e vozes bem familiares. Não eram apenas Musa e João que vinham, António também estaria presente e Tiago Gouveia como é óbvio vinha sempre a servir de porta chaves.

Estava agora a morar em casa do João e dentro de pouco tempo começarei a tirar um curso.
Contabilidade é para aquilo que estou inclinada e foi nisso que me inscrevi.

— Bom dia priminha! — disse João assim que entrou na cozinha acompanhado de Petar e o mais novo chegou mais perto de mim e deixou um beijo estalado na minha bochecha.

— Está mais para boa tarde! — eu respondi retribuindo o seu gesto.

— Eu não almocei por isso ainda é bom dia para mim. — ele deu de ombros.

— Boa tarde anjo! — foi a vez de Musa se aproximar e agarrar na minha cintura puxando-me para ele.

— Estou aqui a mais já percebi! — disse João saindo da cozinha.

Assim que ele nos deixou sozinhos Petar baixou-se um pouco para me poder beijar.

— Comprei ontem o teu presente de natal. — ele disse animado.

— Eu ainda estou sem ideias para o que te dar, tens tudo e também não dizes o que queres então eu fico meia atrapalhada. — Eu disse fazendo biquinho com os lábios que ele não hesitou em morder de leve.

— Vontade de te comer com beijos! — ele sussurrou. — E eu já disse o que quero para o Natal, que estejas comigo.

— Sabes que vou passar o Natal com a minha família e o meu irmão vem de Tavira a Lisboa de propósito para passar o Natal connosco e se a minha mãe já não vai muito com a tua cara então se faço isso ela passa a odiar-te. — Eu ri sem graça e ele assentiu.

— Então se não te posso ter no Natal também não quero mais nada. Como tu disseste eu tenho tudo o que preciso, incluindo tu, e neste momento não quero mais nada. — Ele disse e eu bati o pé no chão.

— Assim não dá! Eu queria mesmo dar-te alguma coisa, tu mereces e estás sempre a dar-me presentes. — cruzei os braços amuada.

— Deus do céu! — ele suspirou. — És tão teimosa! Eu gosto de cenas simples, nada de luxos ou extravagâncias.

— Bela ajuda! Podias ser mais especifico tipo " Eu vi aqueles ténis em tal loja que eu gostei muito e tal ". — Eu disse gesticulando com os braços e ele riu encostando-se à bancada da cozinha.

— Se eu visse os ténis e quisesse muito teria os comprado. — ele disse e eu bufei virando costas ao croata e finalizando o almoço. — Mas... por acaso, só por acaso ontem eu vi numa loja lá no Colombo umas cenas novas de Lego da coleção de Starwars que eu queria comprar mas estava sem tempo então não pude entrar na loja.

— Mas assim tu já sabes a prenda que vais receber. — Eu disse mais uma vez amuada.

— Mas foste tu que pediste para dizer Leonor. — ele bufou agora um pouco frustrado. — Não consigo entender o que queres, se eu digo que não quero nada amuas se eu digo o que quero amuas também, não entendo.

— Esquece! — eu disse pondo a comida na travessa e levei até á mesa na sala de jantar.

Eu estava a ser implicante? Estava e estava a ser parva também mas não consegui evitar e pensar bem no que estava a dizer. Só queria encontrar o presente perfeito para ele e não estava a conseguir.

Sei que ele me vai dar algo maravilhoso e eu não tenho potencial para competir com as suas ideias e isso deixa-me completamente irritada.

Chamei todos para a mesa e cumprimentei Tiago e António que ainda não tinha visto porque aqueles dois marmanjos nem se dignaram a aparecer na cozinha. Playstation em primeiro lugar como sempre.

— Melhor decisão da minha vida foi convidar a minha prima para morar cá. — disse João saboreando a comida feita por mim.

— Vê se fazes fotocópia da tia prima e mandas lá para casa, estou a precisar comer algo que não saiba um pouco a queimado. — disse Tiago e todos riram menos Musa.

— Parem de falar como se eu não estivesse aqui. — Eu disse.

Musa continuava calado apenas se concentrava na comida e mesmo assim metia pouca coisa á boca não sei se é porque não lhe agradou a comida ou pela minha birra na cozinha, o mais provável é ser a segunda hipótese pois não é para me gabar mas eu até cozinho bem e o meu primo sempre elogia os meus cozinhados tal como Petar.

Não quero que ele esteja chateado comigo por causa de uma birra minha, fui uma autêntica criança. Não fazia sentido eu fazer tanta pressão por uma assunto tão irrelevante. Um presente de Natal, onde já se viu?
É, ás vezes eu tenho destas coisas, talvez possa contar isso como um dos meus defeitos.

Assim que acabamos de almoçar eu levei a loiça para a cozinha com a ajuda de Petar que continuava em silêncio.
Estava muito estranho o ambiente e eu não estava a gostar nada disso.

— Estás chateado comigo? — perguntei quase com uma voz de criança e ele não respondeu. — Desculpa mas é só que eu queria te dar algo bom, estás sempre a encher-me de presentes e eu nunca sei o que te dar. Eu só queria fazer-te sentir o mesmo que eu quando tu me presenteias.

— Eu já disse que não precisas de te preocupar, queres dar um presente? Força! Podes ecrever-me uma carta, um álbum de fotos nossas, o meu bolo favorito, dar-me chocolates, até flores, eu gosto, o que eu quero dizer é que não importa o valor, não importa o que seja, vindo de ti vai ser sempre especial.  — Ele respondeu olhando nos meus olhos.

— Desculpa! Eu não te queria aborrecer. — Eu disse pousando as minhas mãos na sua cintura e encostei o topo da minha cabeça no seu peito ficando a olhar para o chão.

— Não tens de pedir desculpa okay? E não me aborreces, nunca me aborrecerás!— ele beijou a minha cabeça e afastou-me ligeiramente dele e cuidadosamente agarrou a minha cabeça fazendo-me olhar diretamente para os seus olhos. — Dizeres que me amas, é o melhor presente do mundo. És o meu melhor presente Leonor!

— Eu amo-te, muito! —eu sorri e estiquei-me para o beijar. Um beijo com muito carinho e amor.

— Eu também te amo princesa, não te preocupes tanto em me agradar, está bem? — perguntou e eu assenti.

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Desculpem não está grande coisa! 😔

Até Te Encontrar || Petar MusaOnde histórias criam vida. Descubra agora