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Leonor Neves

Abri a porta de casa do João depois de ouvir a campainha soar e logo dei de caras com o meu irmão.

— Isac! — abracei o meu irmão que já não via há bastante tempo e logo recebi um beijo no topo da minha cabeça.

— Não cresces maninha? — ele brincou e eu revirei os olhos.

— E tu não deixas de ser parvo maninho? — perguntei fechando a porta assim que o moreno entrou na casa.

— Só quando tu deixares de ser burra! — ele riu e mostrou-me a língua.

— Palhaço! — eu disse a tentar conter o riso.

— O teu namorado não está contigo? — pergunrou e eu logo neguei. — Queria conhecê-lo.

— Ele deve estar a preparar as coisas para ir para a Croácia amanhã. — suspirei sentando-me no sofá e puxei uma das almofadas para o meu colo.

— Que carinha é essa? — ele pergunrou sentando-se ao meu lado.

— É que ele queria muito que eu fosse com ele passar o natal com a família dele e ir ao casamento de uns amigos dele. — Eu disse brincando com a almofada.

— E porque não vais? — ele elevou uma das suas sobrancelhas. — É por nossa causa?

— É que tu vieste de Tavira para passar as festas connosco e já há tanto tempo que não estamos juntos. — Eu respondi. — Já para não falar da mãe, ela mataria-me se eu fizesse isso.

— Não tens de te preocupar com a mãe e muito menos comigo Nô! — ele disse. — Se queres ir vai, pensa mais em ti. Aliás, podemos passar a passagem de ano todos juntos eu ainda vou estar cá e assim conheço o teu namorado finalmente.

— Vais adora-lo! — eu disse com um enorme sorriso na cara.

— Eu já gosto dele só de saber que ele te faz tão bem. — ele sorriu e eu acho que fiquei meio corada.

— Ele faz-me mais do que bem, ele é todo o meu bem. — Eu disse timidamente.

— Ela toda apaixonada! — ele brincou. — Ainda tinhas dúvidas se devias ir com ele ou não? Seria um erro deixa-lo ir sozinho.

Nós ficamos à conversa durante horas até o João chegar a casa também e juntar-se a nós.
João deu razão ao Isac assim que voltamos ao assunto de acompanhar o Petar até à Croácia para passar o Natal com a família dele e eu não precisei de pensar mais no assunto.

Com a ajuda dos dois vimos bilhetes para Zagreb para amanhã e de preferência para depois do voo de Musa, dessa forma poderia fazer a surpresa ao croata.

Entrei em contacto com a irmã só mesmo com quem eu já tinha falado algumas vezes via chamada na companhia de Petar e a mesma logo se prontificou a ajudar-me com a surpresa oferecendo-se também para me esperar no aeroporto e me levar até casa da sua mãe onde ficaria Musa durante pelo menos quatro dias.

— Ele vai se passar quando apareceres lá assim de surpresa. — disse João com um sorriso no rosto. — Não sabes quantas vezes ele falou que te queria levar durante estas últimos dias.

— É, ele queria muito que eu fosse mas não queria arranjar problemas com a minha mãe e não queria simplesmente ignorar o facto do Isac vir de Tavira para Lisboa para passar o Natal. — Eu disse.

— Agora ficou esclarecido, não quero que te impeças de fazer o que queres por minha causa e nem por causa da mãe, já sabes como ela é e apenas tens de ignorar e continuar a fazer o que te dá na real gana. — disse o meu irmão e eu assenti sorrindo.

— Se calhar seria melhor ires preparar a tua mala e ver se não precisas de ir comprar nada assim de repente. — disse o João e eu arregalei os olhos.

— Preciso de vocês, vamos ao shopping. — Eu disse levantando-me e eles logo se queixaram.

— A sério? Eu não gosto de ir ao shopping. — queixou-se Isac.

— Isso é tortura. — disse João fingindo choro.

— Preciso de ajuda para escolher uma roupa em condições para a noite de natal e alguns presentes para a família do Petar obviamente. — Eu disse começando a morder a minha unha. — Se eu for sozinha eu vou dar em maluca e ainda desisto da ideia de ir para a Croácia.

— Isso é que não! — logo Isac de levantou e João acompanhou o meu irmão.

— Vocês querem mesmo me ver pelas costa, já percebi. — Eu disse semi-cerrando os olhos.

— Claro que não maninha, alguma vez? — ele disse olhando para João e logo para mim.

— Claro que não, tens cada ideia. — João fez o mesmo que Isac e logo os dois se riram.

— Delinquentes! Não vos aguento! — eu disse indo para o meu quarto.

— Sabemos que nos amas! — o Isac berrou da sala e eu ri comigo mesma.

...

Depois de uma tarde de shopping com os rapazes finalmente chegamos a casa mas agora apenas eu e o João pois Isac tinha regressado para casa dos meus pais.
Dobrei tudo o que queria levar e claro sem esquecer os presentes do Petar, sim eu finalmente havia conseguido comprar algo para ele, só espero que ele goste.

Ouvi o toque do meu telemóvel e senti o mesmo vibrar no bolso de trás das minhas calças e logo o tirei de lá olhando para o ecrã.

— Olá meu bem! — eu sorri assim que atendi a chamada.

— Olá princesa! — ouvi a voz grossa do croata do outro lado da linha. — Que estavas a fazer?

— Estava aqui a preparar umas coisas para levar para casa dos meus pais. — menti e mordi o lábio para que ele não percebesse. — E tu, já tens tudo pronto para amanhã?

— Sim! — ele suspirou. — Amanhã vais me levar ao aeroporto?

— Claro que sim! Isso nem se pergunta. — Eu respondi pondo o telemóvel em alta voz e continuei a fazer o que estava a fazer préviamente. — Estarei lá para te encher de beijos e abraços. Vou ter tantas saudades tuas!

— Nem me digas nada! — ouvi mais um suspiro e mordi a língua para não estragar já a surpresa. — Queria tanto que fosses comigo.

— Eu adorava ir mas já falamos sobre isso e não vai dar. — Eu disse ele ditou em silêncio. — Sabes, já comprei a tua prenda! Vou entregar-te quando voltares da Croácia.

— Vais me deixar assim ansioso? — perguntou e eu sorri.

— Vou tal como tu vais fazer comigo Petar Musa! — ele riu fraco.

— Vou levar o teu presente comigo para não correr o risco de adentrares a minha casa enquanto eu não estou e ires abrir o presente. — ele disse fazendo-me sorrir.

— Nunca faria isso Petar. — Eu disse.

— Sei que não, estava apenas a brincar. — ele disse.

— Que me dizes de passarmos esta noite juntos e amanhã de manhã vou te levar ao aeroporto? — perguntei.

— Vou pedir comida, vou escolher um filme e preparar os cobertores e almofadas no sofá. — Ele disse fazendo-me sorrir largamente.

— Até já, volim te ! (Amo-te!) — Eu disse.

Volim te! — ele respondeu antes de eu desligar a chamada.

Até Te Encontrar || Petar MusaOnde histórias criam vida. Descubra agora