Leonor Neves
Bem, já se passaram algumas semaninhas e já toda a gente sabia do nosso relacionamento como é óbvio, não fizemos questão de esconder.
A minha mãe ficou a saber, obviamente pelas redes sociais, e claro que armou uma confusão por eu não lhe ter contado pessoalmente.
Ela já não gostava da ideia de eu namorar com um estrangeiro e agora ficou pior a situação.Musa queria conhecer os meus pais e dizia ele que queria ganhar pontos com a minha mãe e mostrar-lhe que merece estar comigo e nunca me roubaria dos meus pais mas a verdade é que ele já o fez.
— A minha família não vem cá passar o natal e o fim de ano. — disse Petar enquanto arrumava as suas coisas para ir para o treino. — Eles querem muito conhecer-te pessoalmente e por isso convidaram-te para ires comigo para a Croácia passar o natal com eles.
É, eu já conheço a mãe do Petar a irmã, as sobrinhas e o cunhado, apenas via vídeo chamada ou chamada de voz. Posso dizer que os adoro, sempre falam comigo com muita gentileza e alegria, não admira que o Petar seja como é.
O Petar ficou sem o pai quando era bem novo por isso sempre viveu com a mãe e a irmã.— Eu também quero muito conhecê-los pessoalmente. — Eu sorri enquanto o croata preparava as suas coisas.
Neste tempo tenho estado mais tempo em casa dele do que na minha, estava à procura de trabalho também mas não estava fácil e era muito frustrante.
Musa e João insistiam para eu voltar a estudar mas era quase impossível, preciso de trabalhar para poder me manter mesmo que não precise de pagar um aluguer da casa onde estou porque era a casa da minha avó e com o acordo de todos eu fui para lá morar. Tenho as contas para pagar também e tenho comida para comprar.Não está fácil para o meu lado.
— Já pensaste no que o João te disse? — perguntou o croata. — Devias aceitar a proposta do teu primo.
— Para fazer isso eu preciso de falar com o resto da família, a casa não é minha não a posso alugar assim sem ter o acordo de todos. — Eu suspirei.
— Fala com eles, explica a situação com certeza não te vão negar isso. — ele beijou a minha testa e sentou-se na sua cama ao meu lado. — Eu queria muito que tu voltasses a estudar e que possas fazer aquilo que gostas mesmo.
— Eu sei, eu também quero muito voltar a estudar mas torna-se difícil nesta situação. — bufei.
— Eu vou estar sempre aqui para te apoiar seja qual for a tua decisão e sabes que o João quer muito que tu vás morar com ele. — disse Petar.
— Eu sei, ele quer se aproveitar de mim como cozinheira particular dele. — revirei os olhos e ambos rimos. — Teria de pôr aquele miúdo na linha.
— Vocês são iguais, apenas uns anos de diferença e quase nasciam no mesmo dia por três dias de diferença não aconteceu. — ele riu. — Vens ver o treino então?
— Vou se não incomodar. — respondi.
— Claro que não incomodas princesa. — ele beijou a minha testa. — Prefiro que venhas do que ficares aqui sozinha em casa.
— Sabes que não tarda tens jogo em Braga e eu vou ficar aqui certo? — olhei para ele e ele assentiu.
— Mas podes estar com a Maryna, ela também vai estar por cá sozinha. — ele respondeu.
— Sim eu sei mas também não quero estar sempre a incomodá-la. — Eu disse.
— Tenho a certeza que não a incomodas, ela adora-te. — passou a mão pelos meus cabelos sorrindo. — Todos te adoram, tens a Cláudia também, a Jorgelina, a Celeste. Não tens estado com elas e com certeza elas já têm saudades tuas.
— É verdade! Preciso estar com elas. — ambos nos levantamos da cama e visto que Petar já tinha tudo pronto para o treino saímos do quarto.
Tomamos o pequeno almoço juntos antes de sair de casa e assim que chegamos ao seixal logo vimos João a estacionar o seu carro.
— Priminha! — o mais novo quase berrou assim que saiu do carro e me viu. — Como estás? — ele cumprimentou-me com um curto abraço e um beijo na bochecha.
— Estou bem e tu? — respondi depois de beijar a sua bochecha.
— Bem como sempre. — ele disse sorrindo. Sempre com a sua habitual boa disposição. — Já pensaste no que te disse no outro dia.
— Ainda estou a pensar nisso. — sorri fraco. — Sabes que tenho que falar com o resto da família.
— Sabes que por mim e pela Maria está tudo bem, os meus pais também não se opõem. — ele disse e eu assenti.
— Sei que posso contar sempre com vocês. — sorri largo e ele fez o mesmo. — Vá vamos não quero que cheguem atrasados.
— ¡Hermanita! — ouvi a voz de Nico e logo me virei vendo o Argentino acompanhado pelo seu filho. — ¡Que buena sorpresa!
— !Hola Nô!— foi a vez do Otamendi mais novo falar e eu logo sorri.
— Olá meu amor! — eu disse dando-lhe um pequeno abraço e beijei a sua bochecha. — Estás bom? Não foste para o colégio hoje?
— Fui mas vim embora, a professora não pôde ir á escola então deram-nos o dia livre. — ele respondeu dando de ombros.
— Vieste me fazer companhia! — eu sorri para o pequeno e ele fez o mesmo assentindo.
Fomos todos para o interior do Campus e Musa agarrou na minha mão entrelaçando os meus dedos enquanto caminhavamos pelos corredores do local.
Assim que chegamos perto da porta do balneário Petar soltou a minha mão e deixou uma beijo nos meus lábios indo para o interior do balneário logo em seguida.— Vamos para o campo? — perguntei a Valen que logo concordou e foi a vez deste me dar a mão para me acompanhar até ao relvado onde decorreria o treino.
...
Depois do treino da manhã Musa ficou a almoçar na cantina do Campus enquanto eu e Valen fomos almoçar ao Burger King, com a autorização de Nico obviamente.
— A mãe e a mana também querem vir. — disse Valen assim que desligou a chamada com a sua mãe.
— Ótimo, estou com saudades delas. — Eu disse assim que estacionei o carro de Musa. — Vamos dar uma volta a pé enquanto esperamos por elas?
— Vamos! — ele respondeu animado tirando o cinto do carro. — Podemos ir a uma loja que eu gosto?
— Podemos claro. — Eu respondi e logo os dois saímos do carro.
Assim que cheguei perto do mais novo logo lhe dei a mão e ambos começamos a caminhar com destino à loja de Lego que o Valen tanto queria ir ver.
— Olha tia! — ele apontou para uma das caixas de lego, era uma do spider-man. — era esta que eu queria mas a mãe disse que já tenho muitos legos.
— E é esse queres muito mesmo? — perguntei olhando para a caixa e para o preço do artigo.
— Sim, o spider-man é o meu herói favorito. — ele respondeu contente.
— Eu dou-te este mas tens de me prometer que me vais recompensar por isto. — Eu disse e ele sorriu assentindo freneticamente. — Quero muitos beijinhos e abraços.
Sei que a minha situação financeira não é a melhor, estou desempregada e está difícil de arranjar trabalho como já referi. Mas eu tenho as minhas poupanças e também tenho algum dinheiro que a minha avó me deixou antes de partir e eu não consigo resistir a estes olhinhos pedinchões do Valen, é impossível.
— Obrigado tia! — ele disse puxando pela minha mão para eu me baixar e assim beijou a minha bochecha várias vezes seguidas fazendo-me rir.
— Não tens de quê meu amor. — Eu disse dando-lhe o saco com a caixa do lego para a mão. — Só espero que a tua mãe não ralhe comigo. Vamos comprar algo para a mana também?
Ele assentiu e logo fomos passear por outras lojas até encontrar algum presente para a irmã de Valen.
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Até Te Encontrar || Petar Musa
FanficA vida não tinha tantas cores, até te encontrar.