Petar Musa
Assim que acabamos de comer arrumamos a loiça na máquina e logo nos despedimos da minha mãe e saímos de casa.
— Vamos onde? — perguntou a portuguesa entrando no carro assim que lhe abri a porta.
— Vamos ao shopping, Arena Centar, não fica muito longe daqui. — Eu disse assim que entrei do lado do condutor e liguei o carro.
— Sinto que devia ter ficado a ajudar a tua mãe com os preparativos para esta noite. — Eu suspirou.
— Não te preocupes com isso, vais ter tempo para isso está tarde e a minha irmã vai estar presente também. — informei e ela apenas assentiu. — Sabes, trouxe o teu presente comigo, não sabia que me vinhas fazer esta surpresa obviamente mas a primeira coisa que queria fazer quando chegasse a Portugal era ir direto para casa do João e entregar-te o presente. Parece que veio mesmo a calhar.
— Tão fofo! — ela disse pondo a sua mão por cima da minha na manete das mudanças. — Eu espero que gostes dos presentes que te comprei, não é nada muito extravagante mas é sentimental.
— Vou adorar com certeza. — Eu respondi sorrindo sem tirar os olhos da estrada.
O resto do caminho até ao shopping foi feito ao som da música de Edita, uma cantora da Sérvia que eu adorava e a Leonor também.
— Já sabes o que vais fazer para o ano novo? — perguntei.
— O meu irmão vai estar ainda em Lisboa por isso gostava de passar com ele e talvez com o resto da família, vai depender muito de como estarão as coisas quando eu voltar. — suspirou. — E tu, pretendes ir a algum lado?
— Onde tu fores. — eu sorri apertando mais um pouco a sua mão que estava entrelaçada na minha.
— Sabes que se a minha mãe estiver presente vai ser complicado. — Ela disse e ele assentiu.
— Eu sou adulto e ela também, eu não tenho qualquer problema com a tua mãe só queria que ela não me julgasse por eu ser estrangeiro e teu namorado, não te quero afastar da tua família, que tipo de pessoa faria isso? Eu quero muito que a tua mãe me conheça, quero que ela veja o que realmente sou, quero que ela veja o quanto eu gosto de ti e que o que mais quero é estar ao teu lado e que as nossas famílias se entendam bem porque eu não pretendo largar-te nunca e todos vão ter de lidar com isso. — pude ver ela sorrir com o meu pequeno discurso.
— Eu quero o mesmo! — ela disse. — O meu pai quer muito conhecer-te e o meu irmão também. Eles sabem que me tens feito um bem enorme e que me fazes sorrir sempre por isso não hesitaram em empurrar-me para cá passar estes dias contigo.
— Quero muito conhecê-los igualmente. — respondi e puxei a sua mão junto com a minha e depositei um beijo nas costas da sua mão. — Sei que a nossa relação é recente mas quero que estejas ciente de que és única, a única que alguma vez me fez sentir isto que sinto hoje quando estou contigo, nunca vou saber pôr em palavras o que sinto por ti mas pretendo mostrar-te todos os dias com ações.
— Com toda a certeza eu posso dizer que nunca me senti desta forma também, nunca me senti tão acarinhada, tão importante, tão especial e tão amada como me sinto ao teu lado e espero te fazer sentir o mesmo, e sim a nossa relação é recente mas como já disse o tempo não importa o que realmente importa é o que ambos sentimos um pelo outro, se os outros dizem que somos rápidos demais ou muito emocionados eu sou contra tais afirmações, só nós sabemos o que nos vai aqui dentro. — ela disse e eu concordei. — Foste e és a minha melhor descoberta e eu sinto-me das pessoas mais sortudas do mundo por te ter como namorado, és tudo aquilo que eu queria e não sabia que precisava.
— Espero que nos declaremos assim um ao outro várias vezes ao longo das nossas vidas. — Eu disse beijando de novo a sua mão.
— No que depender de mim sempre vai acontecer. — ela acariciou a minha mão com o seu polegar. — Volim te!
— Volim te princesa! — sorri largamente. — Eu quero muito beijar esses lábios mas não quero causar nenhum acidente. — ela apenas riu tímida.
Leonor Neves
Foi uma manhã apressada entrando e saindo de lojas, carregando sacos e mais sacos com presentes para toda a família.
Não resisti também em comprar algumas lembranças da Croácia para levar para Portugal.
Depois de uma manhã bem preenchida, acompanhada por Petar, fomos até ao carro onde deixamos todos os sacos e voltamos para o primeiro piso do shopping onde iríamos almoçar no Burger King a meu pedido e como é óbvio Musa nem contestou.— Dia vinte e nove temos um jogo importante. — começou Petar enquanto pegava o seu copo para beber. — Queria que estivesses na Luz.
— Mas é claro que eu vou estar lá! — eu sorri largamente e o Croata fez o mesmo. — Não vou perder a oportunidade de te ver marcar um golo ao vivo.
Ele apenas suspirou e olhou para a sua comida.
— Ei! Petar, eu sei que ainda não conseguiste agarrar a titularidade, tens concorrência, quer dizer, estou a falar do Casper não do Arthur como é óbvio. — ele sorriu fraco quando me viu revirar os olhos. Nunca escondi que não vou muito com a cara do numero nove do Benfica. — Mas eu sei, melhor, eu tenho a certeza que tu não precisas de ser titular todos os jogos para mostrares o teu talento, todos os minutos que jogas são de extrema qualidade e todos vemos isso o Benfica não estava numa das suas melhores fases e isso afectou em coletivo toda a equipa incluindo tu. Eu acredito que vais voltar aos golos, és um ponta de lança de excelência, eu fico fascinada cada vez que te vejo em campo e todos têm de admitir que és talentoso e sabes sempre o que tens de fazer em campo. Eu não quero nunca que tu duvides das tuas capacidades, tu és capaz de tudo e vais marcar muitos golos no Benfica e no dia vinte e nove contra o Famalicão tu vais mostrar a todos quem é o Petar Musa vais marcar um golo, não vou ser ambiciosa e dizer que vais marcar vários, mas vais marcar!
— Eu vou marcar! — ele disse agora mais confiante e eu beijei brevemente os seus lábios.
— Moj bebo! (Meu bebé!) — Eu disse passando a minha mão pelos seus cabelos. — Tenho muito orgulho em ti.
— Tão bom receber destes mimos. — Ele sorriu tímido. — Ainda dizem que a pessoa perfeita não existe. Acima de ti só Deus e ainda não tenho a certeza.
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Até Te Encontrar || Petar Musa
FanfictionA vida não tinha tantas cores, até te encontrar.