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Leonor Neves


Não deveria faltar muito para o resto do pessoas chegar e enquanto isso, a mesa já estava posta e a comida estava quase pronta. Algo simples nada de banquetes nem nada do género, uma grelhada mista, salada e batatas fritas só porque o Benfica ganhou.

Não demorou para a gente ouvir a porta de entrada abrir e várias vozes misturadas fizeram-se perceber.

— Tengo mucha hambre! — Otamendi foi o primeiro a chegar a sala se jantar e logo nos fez entender que estava com bastante fome.

— Antes de tudo vamos apresentar o nosso mais recente membro da família. — Disse Celeste batendo na mão de Nico que tentava tirar uma batata da travessa. — Então, Leonor este são, Petar Musa, David Neres e a sua mulher Kira, o João Mário, o Trubin e a sua namorada Maryna e claro o Nico, pessoal está é a prima do Joãozinho, Leonor.

Cumprimentei todos timidamente e logo o meu primo veio para perto de mim.

— Está tudo bem? — perguntou o mais novo.

— Sim está tudo bem! — Respondi. — A Marta e a Celeste estão a ser muito simpáticas comigo.

— Elas são mesmo. — ele sorriu e eu assenti.

— Vamos sentar pessoal porque se não o Nico vai dar em doido. — disse Celeste é logo nos sentamos à mesa.

Eu estava bastante nervosa, ao meu redor estavam jogadores do meu clube só coração, eu conhecia todos eles por isso, ainda custa um pouco a acreditar que estou rodeada de estrelas da bola.

O Nico ficou na ponta da mesa e ao seu lado esquerdo ficou sua mulher seguida de Marta e João Mário, logo depois Trubin e Maryna, na outra ponta da mesa David Neres e do lado direito de Nico está a Musa, eu e o João e a Kira.

Todos conversavam uns com os outros e eu apenas tentava não parecer tão tímida e nervosa mas não sei se estava a resultar.

— Queres Sumo de laranja ou ananás? — Perguntou Petar em inglês.

Quase me engasguei com o pedaço de carne que tinha na boca assim que percebi que ele falava para mim.

— Desculpa! — disse depois de perceber que ele esperava a minha resposta há algum tempo. — de ananás por favor.

Ele sorriu e assentiu antes de pôr sumo no meu copo.

— Obrigada! — eu disse sorrindo para este que continuava com o sorriso nos lábios.

— Não tem de quê. — ele olhou nos meus olhos por um segundo e logo olhou para o seu prato.

Acho que estou hipnotizada pelo croata ao meu lado. Além dele ser um dos meus jogadores favoritos desde a época 22/23 ele é muito mais bonito ao vivo do que por fotos e televisão.
Pareço uma adolescente caídinha pelo ídolo que nunca chegará a conhecer, mas adivinhem, eu acabo de o conhecer e como bónus conheci mais alguns.

— Então Leonorzinha, o que fazes da vida? — perguntou Nicolas fazendo-me virar a minha atenção para ele.

— Eu trabalho numa empresa não muito grande aqui em Lisboa, sou secretaria da secretaria do meu patrão, se é que isso faz sentido. — Eu suspirei ao me lembrar daquela bruxa.

— Mas tens estudos superiores? — perguntou Celeste.

— Não, eu não acabei os estudos, assim que pude comecei a trabalhar no primeiro sítio que me aceitaram sem experiência. Só queria sair de casa dos meus pais e seguir um caminho sem os julgamentos da minha mãe. — sorri sem graça e voltei a olhar para o meu prato. — Não me dei muito bem.

— É assim tão mau o trabalho? — perguntou a Marta desta vez.

— Digamos que era suposto eu ser apenas assistente da secretaria do meu patrão mas acabo por fazer o trabalho dela e o meu e como não quero perder o meu trabalho limito-me a fazer o que ela manda porque ela tem bastante influência na empresa e já me ameaçou várias vezes. — respondi.

— Mas nunca falaste sobre isso com o teu patrão? — Perguntou Nico.

— Eles têm um caso e eu até podia beneficiar disso sendo que ele é casado, mas isso vai contra os meus princípios. — falei levando uma batata á boca logo em seguida.

— Isso é muito injusto. — Ouvi a voz de João Mário e concordei com o mesmo.

— Até encontrar algo melhor, o que é bastante difícil quando não se tem experiência em muita coisa e não se tem estudos, vou ter de aguentar ali. — disse pousando os talheres.

— Vai tudo correr bem, com certeza. — Ouvi o português bastante arranhado do croata ao meu lado.

Eu sorri timidamente e assenti.
O croata mostrou um pequeno sorriso e pareceu ele também um pouco tímido.

O resto do jantar foi repleto de conversa, comida e várias risadas. Depois disso fomos todos para o jardim da casa.
Estava uma noite estrelada e tempo bastante agradável.
Agora estávamos todos um pouco dispersos, um grupo aqui e outro ali e eu apenas sentada num dos sofás exteriores enquanto olhava para o meu copo meio cheio.
É assim que temos de olhar para a vida não é? Como um copo meio cheio e não meio vazio.
Sinto-md bastante sortuda neste momento por estar rodeada de boas pessoas que acabei de conhecer e como bónus têm a mesma paixão do que eu, o Benfica.

— Sozinha? — ouvi de novo a voz do croata que se esforçava bastante para falar português.

— Možeš sa mnom govoriti hrvatski. (Podes falar croata comigo)— respondi em croata e logo ele arregalou os olhos e eu ri fraco.

— Uma caixinha de surpresas. — ele respondeu começando agora uma conversa em croata comigo. — Onde aprendeste?

— Na Croácia mesmo. — respondi. — estive lá mais ou menos um ano na altura que ainda estudava, fiz um intercâmbio e aprendi algumas coisas com a família que me acolheu.

— Isso é muito fixe. — ele sorriu. — Acabamos de nos conhecer e a cada minuto que passa me surpreendes mais.

Okay, acho que o tempo ficou mais quente do nada. Sinto a minha cara a ferver.

Até Te Encontrar || Petar MusaOnde histórias criam vida. Descubra agora