Leonor Neves
Estamos de volta a Portugal e já haviam começado os treinos e a preparação para o jogo no dia vinte e nove contra o Famalicão.
Estava um pouco nervosa devo confessar, não falei com o Petar sobre todos os rumores da sua possível saída da equipa encarnada que eu carrego desde sempre no coração mas é algo que de certa forma me preocupa.
Não estava pronta para a saída dele, acho que ele ainda tem muito para dar ao Benfica, ainda tem muito para mostrar aos portugueses e benfiquistas, ainda tem campeonatos e outras competições para ganhar de águia ao peito.
Espero que todos os rumores não passem disso, apenas rumores.— Sabias que podia acontecer algum dia. — Disse Maryna. — Mas não acho que te devas preocupar com isso para já, se algum desses rumores fosse verdade o Petar já te teria informado, sérias com toda a certeza a primeira pessoa a saber, mas podes sempre abordar o tema.
— Não, não quero fazer perguntas sobre isso. — Eu disse pensativa. — Esperarei que ele fale comigo se algo tiver de acontecer.
— Não creio que o Casper saia mas não me importava se o Cabral fosse embora. — disse Maryna.
— És tu e eu! — eu suspirei e bebi mais um pouco do meu sumo de laranja. — Ainda tenho de falar com os meus pais por causa do jantar de sábado. O Petar insistiu que quer um jantar lá em casa dele com a minha família.
— E a tua mãe? Achas que vai aceitar? — perguntou a ucraniana.
— Sinceramente, eu nem sei, é provável que não mas talvez sim se for para arranjar discussão e eu sei perfeitamente que ela não vai perder oportunidade de dizer tudo o que quer e o que não quer na cara do Petar e é isso que me preocupa. — Eu suspirei.
— A escolha foi dele e está no direito dele de conhecer os pais da namorada não é? Ele é que insistiu mesmo sabendo que pode dar muito errado. — disse Maryna pousando a sua mão por cima da minha. — Não te preocupes tanto!
— Impossível, eu sei o quão controladora a minha mãe é, eu sei o quão má ela pode ser com as palavras. — Eu disse e ela manteve o seu silêncio.
Assim que acabamos o nosso lanche voltamos para o Campus pois já não faltava muito para o treino desta tarde acabar.
Assim que Maryna estacionou o carro ambas saímos do mesmo e adentramos o edifício.— Eles estão agora no ginásio mas podem ir lá ter já devem estar mesmo a terminar. — disse o senhor Carlos assim que passou por nós no corredor.
— Obrigada senhor Carlos. — Eu agradeci e mostrei-lhe um pequeno sorriso.
Caminhamos até ao ginásio e logo vimos os rapazes todos sentados no chão, creio que o treino já tinha acabado pois estavam todos relaxadamente sentados no chão a ouvir as palavras de Roger.
Avistei Musa ao longe e este já me olhava com um sorriso ao qual eu retribui com um aceno e um sorriso.Assim que Roger terminou de falar todos os jogadores se começaram a levantar pegando cada um nos seus pares de ténis, aqueles que se encontravam descalços, e começaram a sair do ginásio.
— Não sei o que andas a fazer ao teu namorada mas ele está com uma potência do caraças. — disse Rafa deixando-me envergonhada.
Rafa riu da minha cara provavelmente vermelha e seguiu até ao balneário.
Todos me cumprimentaram a mim e à Maryna quando saíram da sala de ginásio e Trubin assim que saiu levou a sua namorada com ele até á porta do balneário.Musa tinha ficado para trás a falar com o meu primo e vinham a passos lentos na minha direção.
Eu observava Petar andar na minha direção e não sei se já repararam mas ele tem um andar muito sexy pelo menos para mim ele tem.
Com toda aquela sua altura, pernas longas e um pouco abertas, o balançar do seu corpo... Não sei nem como explicar, talvez seja só para mim por estar apaixonada por cada coisa, cada pequeno detalhe dele, não sei.— Olá meu amor! — o croata decidiu pronunciar as três palavras em português e João riu com o seu sotaque carregado e a sua voz grossa já eu fiquei toda tímida e encantada. Sempre que trocavamos apelidos carinhosos era em croata uma vez ou outra eu o fazia em português mas ele nunca o havia feito.
— Olá fofinho! — eu disse abraçando a sua cintura, inclinei a minha cabeça para trás e estiquei os lábios pedindo um beijo ao meu croata que não hesitou em tomar os meus lábios para si.
— Não se pode estar perto de vocês, sinceramente. — João bufou revirando os olhos.
— Tu tens é de ver se arranjas uma namorada, isso sim. — Eu disse bagunçando os cabelos do meu primos, mais do que o que eles já estavam.
— Estou focado no meu trabalho e no meu clube. — ele disse.
Ele é extremamente dedicado ao Benfica, ele reapira Benfica, sem Benfica não há João Neves e isso notasse em campo. Ele sempre dá tudo de si e está disposto a morrer por este clube e não o julgo, faria o mesmo se estivesse no seu lugar.
O Benfica é a nossa obsessão, um amor inexplicável e mesmo o João tendo um pai sportinguista nunca foi influenciado a seguir os mesmos passos e ainda bem, talvez se tivesse seguido o caminha do pai não estaria onde está.— Um dia vai aparecer alguém que te vai dar uma reviravolta na vida e te vai fazer ver que te apaixonares não prejudica em nada o teu trabalho e não te faz ficar menos focado, pelo contrário, tens ali um apoio a mais, um apoio tão importante que te fazer querer dar ainda mais de ti e mostrar que o apoio que recebes dessa pessoa não é em vão. — Musa fez-se ouvir, ele que ainda se mantinha abraçado a mim. — É a melhor sensação do mundo sentir o orgulho da pessoa que amas, olhar nos olhos dela e ver que fizeste as coisas bem e que ela super orgulhosa de ti.
Olhei para Petar assim que ele disse tal coisa e este já olhava fixamente para mim.
É, eu sinto um orgulho enorme dele e gosto sempre de mostrar que sinto isso por ele, que ele merece todo o reconhecimento pelo seu talento.— Vocês namoram nem há dois meses e não tarda estão casados. — disse João e eu ri. — Posso estar muito enganado mas vocês os dois... — Apontou para nós. — Era inevitável!
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Até Te Encontrar || Petar Musa
FanficA vida não tinha tantas cores, até te encontrar.