47

235 21 1
                                    

Petar Musa

Depois dos acontecimentos na noite passada, a conversa com a mãe da Leonor deu-se por encerrada e eu não a podia deixar sair da minha casa daquela maneira.
Preparei o outro quarto e convidei-a a descansar ali, não me perdoaria de a deixasse ir embora naquele estado e ainda lhe acontecer alguma coisa.

Assim que acordei tomei um duche e lavei os dentes. Nem me dei ao trabalho de pentear o cabelo, assim fui até á cozinha e comecei a preparar o pequeno almoço pois a Leonor não devia tardar em chegar.
Tenho um pouco de receio da sua reação quando vir que a sua mãe está aqui, não consigo nem imaginar qual será.

Peguei uma garrafa pequena de água e um medicamento para as dores de cabeça e fiz o meu caminho até ao quarto onde ainda devia estar a mãe de Leonor adormecida.
Bati á porta mas não obtive qualquer resposta, abri a porta lentamente e vi que ainda dormia. Com cuidado fui até perto da mesinha de cabeceira e pousei lá a garrafa de água e o comprimido e logo saí do quarto fechando a porta e suspirei.

Ouvi o barulho da porta de entrada e logo sorri sozinho feito parvo e corri até ao piso inferior encontrando a minha namorada a pousar a sua bolsa no sofá da sala e pronta para tirar o seu casaco.

— Bom dia amorzinho! — eu disse aproximando-me dela e beijei a sua testa antes de a abraçar.

— Bom dia xuxu! — ela disse e eu de imediato olhei nos seus olhos e ela riu. — Foleiro demais? Perguntou e eu assenti rindo. — Cheira a torradas e café!

— Preparei o pequeno almoço. — Eu disse sentando-me no sofá e puxando-a para que se sentasse no meu colo. — Mas primeiro temos de falar.

— Eu não gosto dessa frase! — ela disse baixando o olhar. — Já não gostas mais de mim? — ela perguntou e eu sorri.

Puxei o seu cabelo para trás da sua orelha e olhei atentamente para o seu rosto que continha uma expressão meio triste.
Beijei o seu pescoço passando depois os beijos para a sua bochechas e com a minha mão esquerda puxei a sua cara na direção da minha para poder depositar um beijo nos seus lábios.

— Que pergunta mais estúpida! — eu disse acariciando as suas costas. — Alguma vez eu vou deixar de gostar de ti? Achas mesmo? És a melhor coisa que me aconteceu!

Ela logo abraçou o meu pescoço e eu rodeei a sua cintura com os meus braços.

— O assunto da conversa é a tua mãe. — Eu disse e ela logo se afastou para me olhar atenta e confusa. — Ela apareceu aqui ontem...

— Oquê? — ela perguntou e eu apenas assenti ficando alguns segundos em silêncio. — O que é que ela te disse Petar? Oque é que ela te fez?

— Ela não me fez nada! — respondi e suspirei. — Ela estava alcoolizada, ela chegou aqui a culpar-me de te afastar dela, fez-me entender, mesmo que eu já soubesse, que ela me odeia.

— Petar tu devias ter me ligado. — ela levantou-se meu colo e passou a mão pelos cabelos bufando.

— Eu contei-lhe... — Eu disse quase num sussurro e ela ficou em silêncio. — Eu contei-lhe sobre o que aconteceu naquele dia lá na empresa.

— Tu fizeste o quê? — ele perguntou e eu não fui capaz de olhar nos seus olhos.
— Petar, não era para contar a ninguém, só tu e o João é que sabiam e era assim que devia ficar.

— Eu tinha de a chamar á atenção, tinha de a fazer ver que o egoísmo dela, e as suas atitudes para contigo não estavam certas e que ela não estava lá no momento que mais precisava de uma figura materna. — Eu justifiquei-me.

Até Te Encontrar || Petar MusaOnde histórias criam vida. Descubra agora