25

364 25 3
                                    

Petar Musa

Depois de ver que a Leonor adormeceu nos meus braços não consegui evitar afastar os seus cabelos do pescoço e ver algumas marcas por ali. Nada muito carregado mas tinha uma certa vermelhidão na lateral onde parecia estar a ficar um pouco mais escuro.

Passei os meus dedos pelo local e uma enorme raiva cresceu dentro de mim mas rapidamente tentei afastar pensamentos homicidas da minha mente.
Aproximei o meu rosto de seu pescoço e depositei vários e leves beijos na zona magoada.

Depois de alguns carinhos na minha namorada decidi levantar-me cuidadosamente para que pudesse dormir tranquila por algum tempo.
Saí do quarto deixando a porta um pouco aberta e fui até á sala onde encontrei João a jogar playstation.

— Ela adormeceu. — Eu suspirei. — Vou à casa dela preparar umas cenas é rápido eu volto para vir buscá-la se não te importares.

— Não, claro faz o que tens a fazer ela está bem aqui e está segura. — João mostrou-me um pequeno e fraco sorriso e eu assenti.

— Obrigado João, a sério! — eu bufei fechando os olhos e passei uma das mãos pela cara.

— Não há nada para agradecer, ela é minha prima, minha família e além de tudo minha melhor amiga também, é a pessoa que mais me entende e mais me apoia na vida que tipo de primo seria eu se não estivesse aqui para ela num momento destes? — ele disse.

— Ela é especial. — no final consegui lançar um pequeno sorriso.

— Ela é! — ele confirmou. — Vai lá fazer o que tens a fazer, não tarda ela acorda.

— Sim, vou tentar ser rápido. — Eu concordei.

— Vou encomendar o almoço, conto contigo para comer mano. — ele disse antes de eu sair de sua casa.

Leonor Neves

Acordei com um pouco de dor na cabeça e os olhos um pouco inchados.
Reparei também que já não estava acompanhada na cama e logo peguei no meu telemóvel para ver as horas. 12h30 era o que marcava no ecrã.

Decidi levantar-me da cama e ir até a sala que estava vazia sem sinal do João ou do Petar então fui para a cozinha e encontrei João a tirar umas embalagens de umas sacas de papel.

— Olá bela adormecida. — ele disse com a sua típica boa disposição.

— Olá. — a minha voz saiu fraca. — O Petar?

— Ele disse que ia fazer algo lá em tua casa e voltava rápido não deve tardar a chegar. — ele respondeu tirando as tampas das embalagens mostrando a comida. — Encomendei arroz de pato, o teu favorito e do teu restaurante favorito.

— Obrigado Jota Pê. — Eu sorri fraco e depositei um beijo na sua bochecha.

— Vou fingir que nem ouvi o que me chamaste. — ele revirou os olhos.

O som da campainha fez-se ouvir e logo João foi abrir a porta e enquanto isso eu decidi pôr os pratos, talheres e copos na mesa.

Ljubaaaaav. (amoooor) — ouvi a voz de Musa que acabára de entrar na cozinha acompanhado de João.

Eu sorri largamente e fui até ele abraçando a sua cintura encostando a face direita ao seu peito conseguindo assim ouvir as batidas do seu coração.
Ele por sua vez apertou-me conta si e beijou o topo da minha cabeça e assim que me afastei um pouco para o olhar ele beijou os meus lábios.

— Muito queridos e tal mas não tenho jeito nenhum para fazer de vela. — ouvimos João e ambos rimos. — Bora comer.

— Mais tranquila? — perguntou Petar e eu apenas assenti sorrindo fraco para o meu namorado. — Assim gosto mais. És linda!

— Tu é que és! — eu respondi deixando um beijo rápido no seu braço. — És lindo de todas as maneiras possíveis.

— O meu coração quase para. — ele disse levando a mão ao peito e eu ri. — Vá, vamos comer se não o teu primo ainda nos expulsa de casa dele.

João já estava sentado à mesa e logo, eu e Petar, nos juntamos a ele.
Obviamente não tinha esquecido o ocorrido, não é com algumas horas de sono que se esquece este tipo de coisas mas também não quero estar triste na frente deles dois. Sei que se preocupam bastante e se eu mostrar que estou mal ambos os dois ficarão mal por mim e para triste já basto eu.

A realidade é que mesmo estando triste estas duas pessoas são quem me faz mais feliz na vida e não consigo evitar sorrir perto deles.

— Preciso de tratar da minha carta de demissão. — Eu disse.

— Não precisas de te preocupar com isso Nô! — Disse Musa e eu olhei para ele sem entender. — Falei com o meu agente e ele disse que tratava da carta é só assinares depois está bem?

— Estás a incomodar pessoas por minha causa? Petar eu podia fazer isso muito bem sozinha. — Eu disse séria.

— Ei, eu não fiz isso por pensar que não és capaz, tu és capaz do impossível, eu sei que sim mas eu só não queria que te preocupasses com isso. — ele disse e eu olhei para o meu prato. — Não quero a cima de tudo que penses que quero controlar a tua vida e mandar em ti, posso ligar para ele e dizer para não fazer nada, a escolha é tua.

— Não, desculpa eu só... — suspirei. — Estava habituada a fazer tudo sozinha.

— Nunca mais estarás sozinha e não precisas de fazer tudo sozinha. — foi a vez de João falar. — Estamos aqui para qualquer coisa.

— Vocês são as melhores pessoas do mundo, eu não sei como é possível eu ser tão sortuda e ter-vos aqui comigo. — sorri fraco para os dois e logo recebi um beijo na bochecha por parte do meu namorado.

— Vá, come! Tu comes muito pouco e precisas de te alimentar bem. — disse Musa apontando para o meu prato.

— Eu não consigo comer muito. — Eu disse e ele olhou para mim sério.

— Não conseguir comer muito é uma coisa mas até agora só meteste duas garfadas de arroz à boca e isso não é suficiente para te manter de pé. — disse Musa pegando no meu garfo enchendo o mesmo de arroz e encaminhando-o para a minha boca. — Abre a boquinha!

Eu revirei os olhos e abri a boca onde ele pôs o garfo e riu.
João apenas observava a cena e ria mas eu não achava piada nenhuma estar a ser tratada como uma criança. Cruzei os braços amuada mas nem por isso Musa desistiu de me dar a comida na boca.

Dois idiotas! Os meus idiotas favoritos.

Até Te Encontrar || Petar MusaOnde histórias criam vida. Descubra agora