Capítulo revisado, mas pode conter erros.
A sacola da livraria estaca intocada na quina do raque, nenhum dos dois teve coragem de abrir. Ao menos não antes de jantar. Foi jantar mais demorado da história, longo o bastante como qualquer procrastinador faria com orgulho.— Você prefere tomar banho primeiro? – Bright perguntou, recolhendo as embalagens de comida e as jogando no lixo.
— Pode ir, acho que vou ler um pouco. – Win se levantou e fora até onde os livros estavam.
Bright soltou um suspiro que Metawin não soube decifrar e entrou no banheiro. Logo após pegar os livros e se deitar no sofá, o mais novo começou a leitura. Sentiu a capa entre os dedos, sentindo um peso incomum, um peso que parecia recair sobre seu peito. Respirou fundo, passando os olhos pelos detalhes da capa até finalmente abrir o livro.
Era uma narrativa sutil e fantasiosa. Contava sobre a criação do mundo de um ponto de vista mitológico, começando por uma gota de água que se espalhou por todo mundo e dessa água a Vida surgiu. Foi ela que criou tudo o que há no mundo, inclusive a Morte. Tudo foi se construindo em parceria delas. O primeiro livro não minha mais que duzentas páginas, ainda que fosse uma leitura curta, era bem cativante.
O segundo já era um volume um pouco maior, este parecia um livro de romance pois já falava a respeito do filho que a Morte teve, contado na edição anterior. Ele era descrito como um homem estupidamente belo, rústico e um agrado aos olhos de quaisquer um que o admirasse. Seu nome era Ikaar, era um homem gentil, astuto e corajoso. Vivia em um vilarejo pequeno, o mesmo que Nike, um jovem destemido e vingativo. Naquela época os humanos estavam se rebelando contra os deuses – que também foram criados com o passar do tempo – devido as pragas e crueldades sofridos pela humanidade. Nike era um deles.
A história conta como em um curto período de tempo os dois se envolveram intensamente. Ikaar se entregou aquela paixão de corpo e alma sem suspeitar que Nike tinha pretensões de traí-lo. Numa noite de lua cheia, depois de se amarem, Nike o esfaqueou com um objeto pontiagudo enquanto dormia. Segundo o relato, os céus tremeram quando a Morte sentiu a essência de existência seu filho desaparecer. Durante dias, enxofre caiu sobre a terra, um caos completo se instaurou nos quatro cantos. Claro que não demorou para que a morte chegasse ao assassino. A morte dele foi cruel que nenhuma pessoa conseguia expressar em palavras o que aconteceu. Metawin se sentou com o livro nas mãos, folheando as páginas seguintes, com a boca seca e o coração batendo forte com a sensação de desconforto que sentia.
Morte pediu para que a Vida lhe trouxesse novamente, jurando protegê-lo de qualquer mal. Mas na criação do mundo e das pessoas, almas inteiras foram dadas a corpos diferentes, porque Vida admirava profundamente a criação do amor. Aos poucos as peças foram se encaixando, Ikaar e Nike sempre se encontravam, milhares de vezes ao longo da história, mas a Morte sempre roubava a vida Nike, sem nenhuma explicação específica. Entretanto uma coisa era certa e clara, a cada morte havia uma reencarnação. Metawin largou o livro no sofá e correu para o quarto onde encontrou Bright deitado na cama e coberto.
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O último beijo | brightwin
RomanceVocê acredita em destino? Em maldições, contos e lendas? Bright sempre achou que isso tudo fosse parte de histórias infantis até que percebeu que uma coisa bizzara acontecia em sua vida: todas pessoas que ele beijava morriam em uma semana. Em razão...