Capítulo revisado, mas pode conter erros.
Se Metawin pudesse realizar um desejo nesse mesmo momento, seria o de desaparecer completamente. Ele entrou no carro certo dessa vez e com rosto ainda fumegando de vergonha. Evitou as perguntas do amigo de sua irmã para não se sentir mais besta do que já se sentia. Ainda bem que alguma luz o iluminou para olhar o aplicativo de mensagens antes de iniciar um bate boca com o motorista daquele carro.
O motorista parecia triste agora que Win parecia ter uma visão mais nítida de seu rosto em sua memória, mas era bonito. De uma beleza ímpar, as grossas sobrancelhas erguidas em questionamento, lábios bem desenhados, as sutis cicatrizes no canto da boca e próximo a têmpora. Mesmo o rosto aparentando cansaço, ainda possuía uma beleza majestosa. Revisitou a memória em questão, ele parecia um tanto conturbado. Pensou se deveria ter perguntado se ele estava bem. Bateu na própria testa expirando com força, ainda constrangido pela vergonha que passou. De qualquer forma já não adiantava mais, Min com certeza iria rir muito dele.
Ela também estaria esperando no hospital veterinário da família, juntamente com seu pai, diretor do hospital. Com pouco tempo até concluir sua graduação, seus pais acharam melhor que ele já se integrasse no negócio da família. A transferência no meio do semestre foi um sacrifício, custou dois dias até que estivesse tudo certo para que ele voltasse para a Tailândia. Dois dias que Metawin não viu Maysen e ele não sabia se isso o pertubava ou tranquilizava.. Mas foi inevitável não pensar por onde ele estaria, o porquê de não tê-lo procurado. Imaginou como estaria naquele apartamento sozinho com tantas lembranças. Toda vez que se recordava disso uma pontada de culpa o atingia, se achando insensível considerando tudo o que já passaram juntos. Afinal, eles eram namorados não é?
Win afastou esses pensamentos enquanto se direcionava a recepção para saber se Pechaya já havia chegado. No terceiro andar, a sala de seu pai onde já estava ele e a irmã. Metawin cumprimentou os dois antes sentou ao lado da moça.
— Estava olhando suas notas, com exceção de anatomia que está um pouco baixa, elas estão ótimas. Vou falar com o orientador da sua turma para que você tenha mais reforço na matéria. – Disse seu pai sentado do outro lado da mesa com algumas folhas de papéis em sua mão, o observando por trás das lentes grossas de seus óculos. – Se conseguir aumentar a média nas próximas provas da pra você passar para a próxima turma de estagiários, então se empenhe bastante. Conto com você para garantir que seu irmão mantenha o foco, Min.
— É claro, pai. – Concordou ela. – Os professores do Win só tinham elogios a ele.
— Se acha que pouco esforço fará dele um bom veterinário, está muito enganada. Meu filho não pode ser apenas um veterinário bom, tem que ser excepcional, um dia ele vai ser diretor deste hospital.
Muito embora seus olhos estivessem fixos na plaquinha a frente da mesa com seu nome, Win sentiu o peso do encarar do pai. Ele sempre fora muito rígido com a educação dos filhos, severo até demais em relação a notas e comportamento. As críticas lhe irritavam muito na época de adolescência, mas depois de adulto começou a entender que era tudo em razão do quanto ele queria o bem dos filhos, ainda que o fizesse de forma dura que as vezes chateasse.
O pai de Win fazia uma distinção das atribuições dos filhos. Sua família tinha uma famosa editora e um renomado hospital veterinário, desde crianças, Win e Pechaya foram criados com diferentes propósitos de vida. Ele de assumir o hospital no lugar do pai, e ela de assumir a editora no lugar da mãe. Ainda que houvessem certos protestos enquanto cresciam a divisão funcionou bem uma vez que Min tinha estômago fraco. O estresse ficava na ausência na autonomia de escolha, não importava se quisessem seguir outras carreiras profissionais, eles herdariam os negócios da família querendo ou não.
Curiosamente Win se apaixonou pela profissão, sentia prazer em cuidar de animais e fez disso um desejo próprio. Já sua irmã se acomodou e aceitou o que lhe fora dado a ser feito, deixando o sonho de ser estilista esquecido. Independente do que os dois desejassem para si, teriam o apoio e amparo um do outro acima de qualquer outra coisa.
— Vou me empenhar ao máximo, pai, eu prometo. – Metawin apertou os lábios, manejando a cabeça em sinal de aquiescência.
— Eu acho bom.
A conversa não foi difícil, não era nada diferente do que ele esperava ter com o pai, Pechaya que era a irmã que se incomodava com tal rigidez, Metawin se acostumou com o passar do tempo. Ela que seria a irmã rebelde, Win se lembrava dela batendo o pé e contestando a decisão dos pais quando era mais nova. Ele sempre a admirou por sua coragem.
Os dois saíram da sala juntos e caminharam pelo corredor enquanto, sentindo a atmosfera entre eles bem mais leve. O rapaz contou a ela o embaraço do dia. Min riu com sua elegância de sempre, ainda que já soubesse o quanto o irmão se enfiasse em certas presepadas ela, não conseguia não rir.
— Você tem uma habilidade fantástica de se enfiar em situações incomuns, isso é impressionante. – Vocalizou Pechaya, apertando o botão para chamar o elevador.
— Pare! Foi só falta de atenção, acontece com qualquer um.
— Só que no seu caso acontece com uma frequência assustadora.
Win lançou para ela um olhar feio que tirou da irmã mais velha uma risadinha sutil. Quando as portas metálicas se abriram, os dois entraram, o elevador sacudiu minimamente quando começou a descer.
— O elevador ainda dá problema? – Fora ser beijado, outro medo de Win era de elevadores, temia mais que tudo ficar preso.
— Vão fazer manutenção nos elevadores do edifício semana que vem, bebê chorão, não se preocupe. – Tentou amenizar sua preocupação, batendo de leve seu cotovelo em seu braço em um gesto amigável. – Aliás, como você está? Desde que voltou.
Metawin suspirou enfiando as mãos nos bolsos da calça. Foi uma mudança brusca, ainda estava entendendo o misto de sentimentos e pensamentos confusos e ambíguos que se abatiam sobre ele.
— Vou ficar bem, P'Min. – Sorriu para tranquilizá-la. – Estou em casa agora, estou seguro.
Segurança... de fato, Win se sentia protegido estando cercado por sua família, mas existe uma diferença gritante entre estar seguro e estar a salvo. E ele até poderia estar seguro dos problemas com o antigo namorado, mas não estava a salvo de um problema maior que estava por vir.
Olá, queridos! Como estão? Estou meio pra baixo, mas indo. Por fim temos mais uma atualização e eu queria muito as leituras, 500 e tantas views pode não ser muita coisas, mas fico imensamente feliz por ter vocês aqui. Obrigada de coração.Queria deixar avisado também que vou dar uma sumidinha maior para dar um adiantamento a história e ver se há alguma coisa desconexas a serem consertadas pois a partir deste ponto os eventos se iniciam e o enredo toma forma. Por hoje é só, eu me despeço por aqui e nos vemos na próxima atualização. Grande beijo!
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O último beijo | brightwin
RomanceVocê acredita em destino? Em maldições, contos e lendas? Bright sempre achou que isso tudo fosse parte de histórias infantis até que percebeu que uma coisa bizzara acontecia em sua vida: todas pessoas que ele beijava morriam em uma semana. Em razão...