Capítulo 35

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Capítulo revisado, mas pode conter erros.

Foram algumas horas para entender o significado de primeiro raio de sol da manhã, era um termo subjetivo demais para dar uma direção concreta

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Foram algumas horas para entender o significado de primeiro raio de sol da manhã, era um termo subjetivo demais para dar uma direção concreta. Acontece que a expressão é uma referência a um templo dourado que parece cintilar como ouro puro quando amanhece. Bright e Win estavam na rua quando o sol alcançou o ponto mais alto do céu, em direção a construção bela e imponente.

Nenhum dos dois falou nada desde que saíram de casa. Pensamentos formentavam suas mentes, corroendo as possibilidades de dar certo ou errado. A tensão e o medo entre eles era palpável. Bright temia por si e por Win, tinha alguma coisa martelando no fundo de seu crânio desde a noite anterior. Como se fosse um prisioneiro estivesse se chocando contra as grades da cela na tentativa de escapar e ganhar liberdade. Se sentia assim desde quando Win passou mal, se agravou com a necessidade de pedir ajuda a sacerdotisa da vida. Não queria verbalizar, mas não se sentia confiante, tinha algo que não estava se encaixando. Claro que existia uma fé esperançosa que o fazia estar ali, buscando salvação. Sim, ele estava convicto naquela pista, mas sabe quando você fica incerto da eficácia de algo por ter sido muito fácil? Bright se sentia mais ou menos assim.

Metawin, por outro lado, se forçava a ficar firme pelos dois. Primeiro porquê não deixaria nada se interpor entre ele e Bright, nem mesmo a morte. Segundo porquê era melhor do que ceder ao medo, por mais apavorado que estivesse. Saber que estava no radar da morte era uma coisa aterrorizante, qualquer pessoa ficaria. Entretanto era disso que procurava tirar forças para perseverar. Armar-se de coragem era muito mais preferível que se deixar incapacitar pelo temor.

Depois de tudo que já testemunharam, do que ouviram, eles já estavam adaptados com a ideia de almas gêmeas. Fazia parte da ancestralidade deles e todos os fenômenos que aconteceram desde a primeira vida os fizeram ser quem são hoje. Não dá para se apagar o passado. Ainda mais um passado triste e sangrento como o deles foi. Uma poesia trágica a ser reescrita e refeita. Para sempre.

— Esse lugar daria uma bela cerimônia de casamento, não acha? – Metawin comentou, olhando o templo se avolumar conforme se aproximavam.

— Isso é um pedido indireto por um acaso? – Bright o olhou de esguelha, erguendo uma das sobrancelhas em graça, os cantos dos lábios erguidos em provocação.

— Pode ser. Quando você me comprar um anel, eu formalizo o pedido.

Os dois riram de forma descontraída. Na mesma calçada que eles descia uma garota de vestido branco e sapatos escuros, ela tinha cabelos na altura dos ombros e carregava consigo uma cesta de flores brancas.

— Bom dia, aceitam flores para oferecer ao templo? – Ela tinha uma voz angelical e um sorriso puro, olhos castanhos e inocentes olhavam para ele com expectativa.

— Vou levar a cesta. – Bright respondeu, enfiando a mão no bolso e tirando a carteira dela, atraindo os olhares perplexos de Win e da garota. – O quê? Eu tenho que dar algo a meu noivo enquanto não dou um anel de noivado.

— Parabéns pelo noivado. – Ela disse com um sorriso genuinamente feliz, entregando a cesta para Bright.

— Você vende só para oferendas para o templo? – Win perguntou e a garota assentiu. – Como se chama?

— Tontawan, mas os mais próximos me chamam de Tu. – Disse, esboçando um sorriso pequeno. – O templo é quase como um lar para mim. Se forem casar espero que venham aqui, seria uma cerimônia linda.

— Com certeza seria. – Bright concordou, mas o tom dele tinha uma esperança meio triste. Ele pegou uma flor e estendeu a garota com uma quantia generosa em dinheiro para pagar. – Obrigado, Tu.

— Eu agradeço. Espero que tenham um ótimo dia!

Os dois observaram em silêncio a menina acenar para eles e ir embora, descendo a rua. Eles ficaram quietos a vendo sumir de vista. Win foi o primeiro a mudar o olhar e fitar Bright.

— Se não soubesse que nossa história é tão longa e você não fosse minha alma gêmea, ficaria com ciúmes da gentileza. – Win encarou o mais velho, contendo o sorriso.

— Não fique. Nem em hipótese. Sabe que não existe qualquer outro ser humano  que me atraia mais que você. – Bright disse, o olhando de forma carinhosa. – Ela passa uma sensação de paz, não é?

— Também senti. – Concordou o mais novo. – Tem uma coisa nela tão pura e gentil.

— É como se não existisse mal no mundo. Espero vê-la de novo.

A caminhada a longa rua em direção ao templo durou menos de dez minutos. O lugar era bonito, lindo. Era majestoso e requintado ao menos tempo que era simples, a ideia inconcebível dava certo para aquele templo. A frente da entrada do templo havia um rapaz, parecia um mero adolescente a considerar a baixa estatura e corpo magro. Não havia nada fenomenal, tão comum quanto qualquer outro. Mas assim que ele olhou para eles Win senti uma gota de dúvida se espalhou por seu peito.

— Olá, bom dia! – O rapaz cumprimentou com uma voz frágil. – Desejo-lhes bençãos, posso fazer uma prece por vocês?

Bright aceitou educadamente antes que Win tivesse a chance de expressar que não se sentia bem com a ideia. Ele viu o garoto tirar do bolso um saquinho de tecido cor de azul cobalto, tirou a tira de couro que amarrava os cantos da peça e viu o tecido se abrir na palma de sua mão revelando um montinho de pó de partículas visivelmente finas em um tom púrpura. Ergueu a mão e soprou o pó em direção a eles.

A primeira coisa que sentiu foi o odor de madressilva seguido por um cheiro mentolado bem suave. A fragrância parecia se infiltrar pelos canais respiratórios correr pelos alvéolos pulmonares e se condensar como chumbo dentro do pulmão. Bright e Win sufocaram de imediato. Não tinha mais nenhum odor agradável porque não havia como respirar. Os dois se sentiam entorpecidos e zonzos, como se o mundo ao redor deles fosse um carrossel e os dois estivessem nas bordas onde a sensação de vertigem era mais intensa.

A capacidade de raciocínio estava limitada, a sensação era incapacitante de tal forma que nenhum deles conseguia pedir por socorro, muito menos pensar em alguma coisa. Os músculos enfraqueceram de tal modo que ficar em pé se tornou uma missão impossível. Bright caiu primeiro, quase desacordado. Metawin já caiu inconsciente. Quando os espasmos involuntários causados pelo sistema nervoso pararam, o garoto abriu um pequeno sorriso e caminhou ao redor deles, pisando sobre as flores espalhadas no chão e esmagando as pétalas.

— Outra história de amor. O mesmo final.

Ih, gente. Deu ruim né. É só pra dar uma emoção. Queria ter aparecido mais cedo, mas infelizmente não deu. Por favor não me odeiem. Vejo vocês amanhã, okay?

O último beijo | brightwinOnde histórias criam vida. Descubra agora