Capitulo revisado, mas pode conter erros.
Tudo poderia os impedir. Especialmente Pechaya. Depois de horas de uma bronca sobre responsabilidades, Metawin fora bater no estúdio de Vachirawit no final da manhã nublada de domingo. Precisava de um alívio, seus ouvidos estavam cheios, ele ainda poderia ouvir a voz dela ecoando em sua cabeça. Ele ajudava o artista a trocar os quadros das paredes. De acordo com as datas, nenhum dos novos quadros era novo.
— Você não pinta mais? – Perguntou o mais novo em tom alto para que pudesse ser ouvido.
— Não.
Sua resposta fora tão seca que o estudante se viu obrigado a colocar o quadro que estava em suas mãos no chão e marchar até o outro lado do salão onde Bright trocava a moldura de algumas telas. Parou a sua frente, pousando as mãos no quadril, indignação pura refletida em seus olhos.
— Como assim não?
— An? – Bright levantou a cabeça para o olhar.
— Você simplesmente parou de pintar?
— Não sinto mais vontade. Não há nada que me inspire. Você sabe bem o por quê. – Se levantou, indo até uma parede próxima e pendurando um quadro no gancho, se mantendo um pouco mais ocupado ajustando a iluminação.
— Mas você me fez um desenho.
— Não é a mesma coisa, Win. – Virou-se para ele. – Você me pediu para terminar, fiz por isso, não por vontade própria.
Como dizem por aí, um soco doeria menos. Metawin deveria ter deixado algo transpassar em sua expressão uma vez que o olhar de Bright vacilou, o pintor arquejou como se quisesse dizer algo, mas as palavras pareciam presas. O mais alto se viu pensando no quanto artistas de modo geral eram voláteis, pensou em Van Gogh e tentou supor similaridades entre os dois. A diferença era que Van Gogh, mesmo em seu estado mais deplorável de angústia, conseguia fazer obras vividas e calorosas. Transformando sua dor em alegria para expectadores. Já Bright sofria um martírio silencioso e seus quadros contavam as pertubações que ele não ousava dizer em voz alta. A ideia que ele tivesse uma outra personalidade cruzou sua mente.
— Vai ficar parado olhando o chão ou vai terminar de me ajudar?
Quando o chamou, Win parecia ter voltado a consciência e retornou para onde estava. Vachirawit quis se socar pelo que disse assim que terminou de proferir e percebeu alguma coisa se desmontar no rosto do estudante. Quase correu atrás e disse que aquele foi o desenho que ele mais se sentiu satisfeito em fazer e que nos últimos dias a única coisa que ele sabia fazer era retratá-lo. Ficou em silêncio, talvez Win não gostasse de saber que ele tinha tantos desenhos do mais novo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O último beijo | brightwin
RomanceVocê acredita em destino? Em maldições, contos e lendas? Bright sempre achou que isso tudo fosse parte de histórias infantis até que percebeu que uma coisa bizzara acontecia em sua vida: todas pessoas que ele beijava morriam em uma semana. Em razão...