Capítulo 5

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Capítulo revisado, mas pode conter erros.

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— Você está acabado.

— Obrigado, Keirr, você é ótima em animar as pessoas.

Ainda que Bright estivesse brincando, ele sabia que a assistente tinha razão, ele estava horrível. O rosto cansado de uma noite em claro e olheiras escuras abaixo dos olhos. Não conseguiu pregar os olhos, os poucos momentos que conseguiu relaxar o corpo e cochilar um pouco, fora arrancado do breve descanso com um sobressalto. Em um deles, Vachirawit sentiu o estômago embrulhado, um aperto forte no peito e um queimar lhe subindo a garganta. Depois de vomitar, buscou o celular, passava das quatro da manhã.

Das poucas vezes que conseguia dormir, acontecia de ter pesadelos, tanto que já estava acostumado ao pressentimento ruim que lhe acompanhava frequentemente. No entanto, dessa vez fora diferente. Foi a primeira vez que passou mal e de forma tão intensa, era como se estivesse passando mal por duas pessoas. Esperava que fosse a primeira e última, sua vida já tinha coisas ruins demais para ter uma a mais.

Assim que o sol surgiu no céu, desistiu de tentar dormir e foi fazer um forte de café para se manter acordado. Limpou seu quarto, o estúdio principal, a galeria de exposição, a cozinha e quando o relógio marcou onze da manhã trouxe com ele um calor escaldante e uma assistente reclamona.

— Aconteceu alguma coisa? Sabe que você pode contar comigo para tudo, não sabe?

Keirr usava suas lentes de contato verdes, Bright a achava muito bonita quando a via usando elas, mais do que era. Gostava de ver os tons amarronzados de seus naturais olhos castanhos por debaixo da camada verde. O olhar da moça tinha toques que preocupação, o pintor sentiu isso quando a jovem tocou seu braço. Ele também tinha um certo receio de ser tocado, com o passar do tempo, Chivaaree começou a se ver como impuro além de repulsivo. Como se sua pele fosse capaz de contaminar tudo e todos que o tocassem.

— Eu só tive uma série de pesadelos, acho que estou ouvindo casos criminais demais. – Soltou uma risadinha amarga. – Tenho que sair, você da conta sozinha?

— Sim, as crianças só vão vir depois das 14h. Tem certeza de que está bem? Você não dormiu direito e não acho boa ideia ir dirigindo. – Keirr acompanhou o chefe pelo corredor e estreita escada que dava acesso ao andar de baixo.

— Está tudo bem, não precisa ficar preocupada.

— Mas e se você cochilar enquanto dirige?

— Isso não vai acontecer, se eu sentir sono, paro em algum lugar. Prometo.– Respondeu esta, observando as sobrancelhas franzidas da moça, examinando seu rosto. – Volto antes do almoço, trago frango frito pra você.

— Com molho picante!

Keirr berrou enquanto Vachirawit se afastava e saia do galpão. A vila de artes era um nome popular dada a uma área comercial bastante conhecida entre artistas de mais diversas áreas. Ele visitava a vila com certa frequência, havia alguns outros estúdios de arte que tinham suas obras expostas, aquilo lhe trazia um certo calor ainda que o artista não fizesse uma exposição há um pouco mais de três anos.

Se recordou das palavras daquela estranha pessoa e se deu conta que havia feito exatamente o que ele havia dito. Ainda mais quando ouviu no rádio do carro a notícia do acidente entre uma bicicleta e uma moto. Bright suspirou e estacionou o carro no acostamento de uma rua pouco movimentada quando sentiu que estava sufocando ali dentro. Abriu a janela do seu lado e encostou a testa no volante. O reflexo da noite na dormida começava a pesar, fora os pensamentos agoniantes que não lhe deixavam em paz. Por exemplo, como aquele homem poderia saber?

A porta do seu lado bateu fazendo com que Vachirawit levantasse a cabeça, instintivamente. Era um homem de sua idade, aproximadamente, a cabeça baixa e atento ao celular em sua mão. Ele usava um jaqueta vermelha, a cor que o artista odiava mais que qualquer outra coisa no mundo, o carmim intenso e odioso juntamente com uma calça branca. Finalmente o invasor o olhou.

Bright jamais havia visto tamanha beleza em sua vida, nem as grandes obras de arte renascentista que ele tanto amava admirar, poderiam chegar aos pés daquele garoto. Seus traços eram suaves ao mesmo tempo marcantes, pequenos olhos castanhos vívidos abaixo das sobrancelhas mais grossas ao final, bochechas redondas e suavemente tingidas com um rosa desbotado por conta do sol. Mandíbula reta e queixo fino combinando com o nariz. Se aquele rapaz fosse uma pintura, Vachirawit gastaria até o último centavo para tê-la.

Quando parou de admirar por cada detalhe de seu rosto, voltou a razão de que havia um estranho dentro de seu carro.

— O que você está fazendo?

— Pegando transporte, não é o que parece? É para aquele hospital veterinário que a gente conversou. – Até a voz dele parecia encantadora, o tom incisivo e decidido através do timbre aveludado.

— Eu? Levar você?

— Qual é, Ian? Deixa de besteira e vamos, sabe que meu pai vai me matar se chegar atrasado.

— Eu acho que está havendo algum engano. – Bright pontuou, aturdido.

O outro suspirou e desbloqueou o celular em sua mão, enquanto esperava que ele fizesse seja lá o que ele iria fazer, Bright pensou que deveria ser um crime alguém ser naturalmente tão bonito. Quieto, observou aquele rosto tomar feições de confusão e a coloração de seu rosto se intensificar. O moço levou as mãos juntas próximas ao rosto ao passo que pedia desculpas.

— Desculpe, me confundi. Achei que fosse um amigo meu. – Disse acrescentando um sorriso contido de constrangimento.

— Tudo bem...

O garoto saiu em disparada como um raio e atravessou a rua praticamente correndo em direção ao carro do outro lado da sua, quase igual ao seu se não fosse pela placa. Observou em silêncio o rapaz sumir e o veículo seguir seu trajeto. Endireitou sua postura, se recostando no banco e apoiando a cabeça no suporte apropriado. Quando não pode ver mais o carro pelo retrovisor, pela primeira vez em anos, Bright riu de forma sincera. Não pensou que um dia, um estranho qualquer, fosse capaz de lhe dar o privilégio de rir de uma das coisas mais bobas da vida.


Olá, queridos leitores! Já tem um tempo que dei as caras por aqui, né? Foram uma correria com esse Enem e estava (estou) bem desanimada com certas coisas, mas consegui tirar um tempo pra trazer atualização pra vocês

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Olá, queridos leitores! Já tem um tempo que dei as caras por aqui, né? Foram uma correria com esse Enem e estava (estou) bem desanimada com certas coisas, mas consegui tirar um tempo pra trazer atualização pra vocês. Talvez próximo domingo tenha mais uma.

Tivemos um rápido contato entre nossos protagonistas, nos capítulos seguintes a história já vai começar a tornar forma. Espero que tenham gostado, obrigada por acompanharem. Por enquanto é isso, vou me despedindo por aqui. Grande beijo!

O último beijo | brightwinOnde histórias criam vida. Descubra agora