Capítulo revisado, mas pode conter erros.
Embora a pousada fosse perto da livraria não tinha como ir a pé, alugaram uma scooter ali por perto para irem. Bright quem a pilotou, fora bom sentir os braços do mais novo o apertando cada vez que que acelerava.
A livraria era um cubículo esquecido em um beco sem saída e bastante íngreme. Ficava em uma ruazinha pouco movimentada que parecia totalmente insignificante em comparação a avenida principal que ela era paralela. A fachada era em tom púrpura encoberto por fuligem. Havia uma plaquinha escrita Mysteris Tale em uma caligrafia rebuscada em dourado.
Assim que abriram a porta um sino tilintou acima de suas cabeças. Para a surpresa dos dois rapazes, a loja era muito maior por dentro do que parecia por fora. Ela tinha cheiro de madeira polida, livros novos, poeira e alguma coisa cítrica no ar. Candelabros ornamentados e elegantes lançavam uma luz amarelada e pálida que iluminava a livraria. Bright e Win se aproximavam do balcão quando perceberam um vulto lateral, Metawin gritou quando uma pessoa surgiu inesperadamente, buscando Vachirawit. A mulher era bonita, cabelo escuro e a franja caia suavemente em sua testa. Olhos simpáticos e a boca sustentava um sorriso acolhedor.
— Olá, me desculpem assustar vocês. Eu sou a Jennie, tem algo que posso ajudar?
Win ainda estava estático pelo susto, já Bright puxou os cartões do bolso e entregou a ela.
— Temos esses livros reservados, vinhemos buscar.
— Hm, não conheço esses livros, me desculpem. Vou falar com a Davika. Um momento.
Dito isso, Jennie sumiu na entrada que havia atrás do balcão. Vachirawit riu do mais novo, deu dois tapinhas nas suas costas, o empurrando direção ao balcão.
— Não ria do meu susto. – Rebateu o estudante, olhando feio para ele. – Eu não estava esperando.
— Você é fresco, não?
Antes que o mais alto dissesse alguma malcriação, uma outra moça surgiu, tão bonita quanto a primeira. Ela tinha longo cabelo escuro como o céu meia noite, uma mecha de cabelo pendia para frente quando se aproximava lendo o cartão.
— Olá, sejam bem vindos a Mysteris Tale, eu sou a Davika, proprietária da loja, vocês já conheceram minha funcionária Jennie. – Ela carrega consigo o cartão de papel envelhecido com o nome dos livros. – Eles são muito antigos, tanto que os títulos dos livros estão em acadiano*, uma língua tão antiga quanto o latim. Tenho os manuscritos em inglês. São pesquisadores?
— Não.
— Sim.
A resposta desencontrada dos garotos acendeu um brilho de desconfiança na moça, Bright pigarreou e tomou a iniciativa.
— Somos pesquisadores amadores movidos pela curiosidade apenas. – Forçou um sorriso, torcendo para que ela não perguntasse mais nada uma vez que sequer sabia do que tais livros se tratavam.
— Entendi. – Ainda intrigada, Davika voltou sua atenção ao computador ao lado. – Esses livros estão mesmo reservados, está tudo certo, apenas vou precisar da sua identidade para dar baixa no registro.
O mais velho puxou a carteira de seu bolso, tirando a identidade e entregando na mão dela. Davika olhou os dados e alguma coisa em sua expressão quebrou, ela encarou Bright com os olhos minimamente arregalados, como se estivesse diante de um morto vivo.
— Bright Vachirawit Chivaaree... – Ela disse em um tom frio cortante.
— Tem alguma coisa errada? – Win perguntou, se debruçando sobre o balcão.
— Errada? Não. – A expressão moça mudou num piscar de olhos, forçando um sorriso de descontração. – Passei muito tempo fora e os nomes estão me soando estranhos. Vou buscar os livros de vocês.
Quando ela se afastou e desapareceu, Metawin cutucou Vachirawit suavemente, inclinando o rosto para perto do dele.
— É impressão minha ou a reação dela foi um pouco...
— Forçada. – Bright respondeu o sussurro do mais novo no mesmo tom. – Ela parecia nervosa.
— Também achei. O problema é conosco ou com os livros?
— Não sei.
Os rapazes se afastaram um pouco quando Davika voltou com os livros, eles pareciam apenas diários antigos com capas de couro. Metawin pagou com o cartão, a mulher teve o cuidado de embalar os livros organizadamente e colocá-los numa sacola. Havia uma mudança nela, não parecia mais tão simpática ou radiante, a impressão era de que ela os queria fora dali o mais rápido possível a julgar como ela apertava os livros e teclava com rispidez. Seu rosto dava sutis sinais de tensão, como nas rugas delicadas ao redor dos olhos e na testa.
— Espero que encontrem o que precisam.
Por alguma razão, os dois acharam que as palavras da bibliotecária tinham muito mais significado do que a frase em si tinha por si só. Fora que, que quando o sino da loja soou novamente quando saíram, um ar sombrio parecia estar esperando por eles. Como se alguma coisa também estivesse procurando a mesma coisa que eles. Algo que talvez não devesse entrar em seu caminho, mas como muitas das coisas da vida, era simplesmente impossível de evitar.
*Acadiano é uma língua fictícia existente apenas na história.
Olá, já faz um tempinho né? Andei meio dodói da cabeça desde a última atualização e um pouco desanimada com essa história. Motivos? Sou uma autora insegura e sem auto confiança, ainda que ame escrever várias vezes me pego achando que talvez seja uma história boa só para mim. Teve momentos que parei para pensar nessa história e me perguntei "será que as pessoas vão mesmo gostar disso?". Sabe, é como quando a gente pensa que algo é incrível, mas ela só é boa na nossa cabeça.
Mas não seria certo deixar vocês desamparados? Afinal eu também odeio autores que abandonam obras inacabadas. Sendo bom ou não, quero dar meu desfecho final para vocês. Passando esse discurso melodramático, estavam com saudades? Bom ver vocês interagindo e comentando mesmo meuo sumida. E próximos capítulos virão com força, e espero que vocês apreciem como eu apreciei. Como pedido de desculpas, teremos atualização até quarta. Até amanhã, um grande beijo!
VOCÊ ESTÁ LENDO
O último beijo | brightwin
RomanceVocê acredita em destino? Em maldições, contos e lendas? Bright sempre achou que isso tudo fosse parte de histórias infantis até que percebeu que uma coisa bizzara acontecia em sua vida: todas pessoas que ele beijava morriam em uma semana. Em razão...