Capítulo revisado, mas pode conter erros.
Quando voltou da farmácia Bright trocou água e ração de Ame, logo em seguida limpando a caixinha de areia da felina e jogando o saquinho fora. Era um clima de começo de tarde ameno, segundo a meteorologia aquela semana teria chuvas fortes, só iria melhorar no final de semana. Ele gostava dos dias chuvosos, era como se a tristeza pesada em seu coração recaisse sobre todo mundo e aquele pesar parecia ser compartilhado um pouco. Bem, isso era antes. Agora, Vachirawit olhava as gotas se chocarem contra o vidro da janela da cozinha e escorrerem enquanto tomava uma caneca de café quente em paz.
— Bright?
A voz de Keirr irrompeu o silêncio sepulcral, tinha até esquecido que era um dia de semana e sua assistente estava ali também. Seu susto fez com que este derramasse café em seu suéter azul.
— Desculpa, não imaginei que estivesse tão distraído que não me ouviria chegar.
— Estava distraído mesmo, não ouvir você chegar é mesmo uma tarefa difícil. – Repousou a caneca na mesinha do canto e fora até a pia tentando diminuir a mancha. – Aconteceu alguma coisa?
— Não, é que alguns pais ligaram para dizer que não vão trazer alguns filhos para a aula por causa da chuva que está muito forte, vim te perguntar se acha melhor cancelar.
— Tudo bem, pode cancelar a aula de hoje. Vou subir para trabalhar, qualquer coisa você pode ir lá.
— Tudo bem!
Agora Vachirawit conseguiu ouvir o som oco e desritimado do caminhar da sua assistente, isso o fez emitir um riso anasalado. Aquele som era tão família quanto o da sua própria voz. Deixou a caneca vazia dentro da pia e se dirigiu para seu quarto. Pegou um dos muitos cadernos de desenhos que deixava no cômodo e fora procurar uma tela adequada para onde queria reproduzir seu desenho que acabara de escolher.
Quando havia terminado de fazer as linhas a lápis na tela, seu celular tocou na banqueta ao lado do cavalete. Soltou o lápis quando viu o nome de Metawin piscar na tela e atendeu de imediato, sem hesitação.
— Alô?
— Oi, Bai. O que você está fazendo?
— Trabalhando até você ligar e vir me incomodar. – Ainda que usasse palavras que poderiam ser rudes, Bright tinha uma expressão pacífica em seu rosto e seu timbre era aveludado. Quase carinhoso. – E você?
— Estou saindo da aula agora, vou comprar alguma coisa para comer. Estou ligando para dizer que podemos viajar esse final de semana para Pattaya.
Bright estava sorrindo antes mesmo de perceber. Se pôs em pé e caminhou calmamente pelo quarto, de um lado para o outro.
— Sua irmã concordou então?
— Sim, mas precisa ser esse final de semana por causa das minhas provas e no próximo vai ter comemoração do meu aniversário, vai reunir a família e tudo isso.
— Seu aniversário está chegando?
— Está, é dia 21.
O pintor tirou o celular da orelha, puxando a barra de notificações para baixo, observando o canto superior para checar a data de hoje. Ainda faltavam dez dias para o aniversário de Metawin, Chivaaree não sabia o que, mas sabia que precisava dar algum presente a ele.
— Já sabe o que vão fazer?
— Na verdade eu não tenho ideia, minha mãe e a P'Min que estão vendo isso. Quando tiver certeza aviso você.
— Me avisar? Por quê?
— Porque seja lá o que acontecer, eu quero que você esteja lá.
Bright sentiu o coração falhar a batida. Por pouco o celular não escorregou de sua mão.
— Com a sua família?
— É claro. – Vachirawit ouviu sua risada característica do Win do outro lado da linha. – Você é mais do que um amigo para mim, Bai.
— Você também é, encosto.
Ao fundo, o artista ouvir Win trocar palavras com alguém, sua voz estava distante e abafada como se tivesse afastado o celular do rosto ou tampado o bucal.
— Preciso ir agora, tenho aula no laboratório e não posso chegar atrasado. Nos falamos mais tarde, certo?
— Certo. Até mais tarde e não se esqueça de comer.
— Você também, não pense demais, se alimente bem e durma cedo.
Quando encerrou a ligação, Bright olhou para céu cinzento e chuvoso, se recordando do quanto detestava a melancolia de dias chuvosos. Por longos minutos ele ficou apenas parado no meio do quarto, imóvel, observando lá fora tudo desmoronar em água que caia incessantemente. Depois de um bom tempo, as nuvens pareciam se afastar, não sabia se era uma coisa de sua cabeça, mas pode ver o lampejo dourado da luz do sol emergir entre as nuvens. E foi assim, admirando um raio de sol, que Vachirawit descobriu o que dar de presente a Win.
Se eles não são uma das coisinhas mais fofas do mundo, eu não sei quem são. Acho uma graça essas interações deles, pareço uma mãe falando orgulhosa dos filhos (insira uma risada aqui que não pareça estranha).Cá estou eu como o prometido (mesmo um dia atrasada), segundas geralmente são dias difíceis e se o seu foi, espero que tenha amenizado um pouco com a leitura de alguma forma. E eu me despeço por aqui, próximo domingo tem mais. Grande beijo!
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O último beijo | brightwin
Roman d'amourVocê acredita em destino? Em maldições, contos e lendas? Bright sempre achou que isso tudo fosse parte de histórias infantis até que percebeu que uma coisa bizzara acontecia em sua vida: todas pessoas que ele beijava morriam em uma semana. Em razão...