Capítulo revisado, mas pode conter erros.
"Acordar" é um eufemismo para o que tirou Bright daquela inconsciência. Foi uma coisa hostil e brutal. Assim que abriu os olhos notou que estavam em algum lugar para além da conhecida realidade deles. Parecia uma caverna, mas as paredes de pedras em tom de cinza carvão aparentavam a polidez de jóias. Era um lugar estranho, contudo, Bright se sentia familiarizado com o lugar. Assim que recuperou os sentidos, olhou o lugar, sentindo-se agraciado com a beleza dele mesmo que não houvesse nada para achar bonito.
Suas têmporas doíam e uma dor latejava atrás de seus olhos. Quando percebeu que Win não estava em lugar visto, desceu da estrutura de pedra luminosa que estava e se forçou a caminhar. Sua pulsação acelerou, a iluminação provinha de fendas rústicas no teto abobadado e não era boa o suficiente para enxergar o espaço como um todo. Caminhou apressadamente por todos os túneis que interligam as câmaras, o ar úmido se intensifica quanto mais Bright se adentra ao lugar, sentindo instantaneamente formando uma camada grudenta na garganta. Não sabia se era sede ou medo.
Uma coisa que nem Bright entendia era que ele sabia quais túneis e passagens evitar porque dariam em lugar nenhum, ele preferiu supor que era seu instinto de sobrevivência o guiando. Seus passos rápidos ecoavam nas largas paredes fazendo seu coração saltar a cada passo que dava. Onde infernos estava Win?
Atraído de forma quase hipnótica, ele correu até um corredor que se estreitava em sua extensão, sendo necessário que ele desacelerasse seu ritmo e andasse de lado para conseguir passar. Uma fragrância de baunilha se perdia no ar, diferente do cheiro abundante que sentia. Foi assim que soube que estava no lugar certo. Diante de si uma câmara gigante se entendia, oito vezes maior da qual acordou e deitado no chão, semi desperto e balbuciando coisas desconexas estava Win. Bright sentiu uma onda de alívio aplacar um pouco de seu pânico quando viu o garoto, correu em sua direção e caiu de joelhos ao seu lado fazendo o jeans claro que vestia ceder e o chão irregular de pedra cortar sua pele.
— Win, acorda. – Ele deu tapinhas suaves em seu peito, enfiando o braço por debaixo de seu tronco tentando fazer com que ele se sentasse. Win abriu os olhos devagar, parecendo aturdido. – Oi.
— Oi. – Respondeu o mais novo, sentindo a garganta arranhar. Ainda estava compreendendo o ambiente. Tinha algo estranho, algo errado pairando no ar.
— Você está bem? Consegue ficar em pé?
— Consigo. – Retomou o equilíbrio com calma, com Bright o ajudando a ficar sólido em suas duas bases.
— Ótimo, agora precisamos achar um jeito de sair...
Uma corrente de ar fria circulou toda a cavidade, Win sentiu um arrepio no fundo de seus ossos. Seus olhos vasculharam as sombras, procurando uma saída, mas tudo o que encontrava eram paredes rochosas que pareciam se fechar sobre ele. O medo o envolveu como um manto gélido, apertando seu peito. Ele não conseguia pensar ou raciocínio, sabia que tinha que sair dali o quanto antes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O último beijo | brightwin
RomanceVocê acredita em destino? Em maldições, contos e lendas? Bright sempre achou que isso tudo fosse parte de histórias infantis até que percebeu que uma coisa bizzara acontecia em sua vida: todas pessoas que ele beijava morriam em uma semana. Em razão...