Capítulo 24

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Capítulo revisado, mas pode conter erros.

Não tinha escapatória, não quando Bright tinha uma parede atrás de si e Metawin pressionando a boca dele contra a sua

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Não tinha escapatória, não quando Bright tinha uma parede atrás de si e Metawin pressionando a boca dele contra a sua. Ainda que sentisse as extremidades do corpo geladas, o coração ricocheteando na caixa torácica e os olhos arregalados em temor, não teve como ignorar que seus lábios eram macios. A textura suave e agradável era como a seda mais fina seria muito bem recebida se Vachirawit não tivesse tanto medo.

O beijo não durou mais do que trinta segundos. Quando o estudante se afastou, o pintor examinou seu corpo por inteiro, procurando por qualquer vestígio de morte se abater sobre ele, como sempre via.

— Bai, respire, você está vermelho.

A voz sutil do mais novo preencheu o ambiente trazendo Chivaaree ao presente. Se desvencilhou do estudante e se sentou na cama, sentindo zonzo. Seu corpo ainda tinha espasmos quando Metawin se ajoelhou a sua frente, com as mãos sobre suas coxas.

— Você não ideia do que fez. – Sua voz estava inconsistente, assim que a primeira lágrima rolou por seu rosto com o peso de uma tonelada, Win secou de imediato.

— Vou ficar bem. Não vou morrer.

— Você não viu! Você não testemunhou cada morte. Eu venho carregando esse peso a minha vida inteira, esse monte de merda. Não consigo mais dormir desde a primeira morte que vi. – Quando o primeiro soluço saiu, o choro irrompeu com tudo. – Cada rosto, cada história, cada família destruída por minha irresponsabilidade. Minha culpa! A cada dia eu morro mais pouco porquê isso me consume todo o tempo, não é justo que eu esteja vivo enquanto todas essas pessoas estão mortas. Win, fui eu que os matei.

Como Win não sabia exatamente o que fazer, o abraçou com força e deixou Bright chorar sobre ombro. A cada palavra do mais velho, este sentia seu coração se partir. O relato era sofrido, como bem tinha imaginado e se sentiu impotente por não ser capaz de fazer algo para ajudar. Talvez essa fosse a parte que mais de doía.

— Alguns eu sequer sabia o nome. Perdi pessoas que eu amei. Isso não pode acontecer com você, Win, não pode. – Metawin afagou seus cabelos enquanto ele chorava, sentindo a camisa ficar úmida pelas lágrimas.

— Tem tanto medo assim que algo ruim me aconteça?

— Você é a última pessoa que eu quero que se machuque por minha causa. – Bright fungou, Win achou que até mesmo chorando ele conseguia ser o homem mais lindo que já vira. – Vou fazer o que for possível para protegê-lo. Eu prometo.

— Acredite quando eu digo que não vai acontecer nada.

— Mas...

— Sem mas. – Interrompeu o mais novo. – Você se importa comigo do mesmo jeito que eu me importo com você.

Isso era inegável, Metawin era a fonte de vida que Bright precisava, o respiro de alívio que ele precisava quando estava afongando-se no próprio desespero e culpa. Os dois tinham uma conexão forte. Única. Não só pela ideia de que eram amantes de outras vidas ao longo da história, mas também porquê aquele sentimento crescente entre ambos era puro e bondoso. Genuíno.

Ambos estavam tendo sentimentos um pelo outro mesmo com tantas variáveis e coisas que deviam afastá-los, serviram mais para unir os dois. Metawin tinha razão, Bright importava muito com ele, o garoto petulante e insistente tinha muito mais espaço em sua mente do que o dito necessário.

— Quando voltarmos pra Bangkok e depois das minhas provas, vamos sentar com calma e conversar, tudo bem?

Vachirawit quis dizer que ele não tinha tempo para isso, que provavelmente ele não poderia fazer mais nada após uma semana porque ele não viveria para realizar ou concluir nada. No entanto, Win tinha aquele olhar expressivo, singular carregado de uma vivacidade que o pintor chegava a ter inveja.

— Tudo bem.

Por fim, ninguém dormiu no sofá. Bright e Win dormiram abraçados no centro da cama, o mais velho abraçava o outro contra si com tanta força que o estudante mau conseguia se mexer. Seu rosto estava encaixado na nuca do mais alto, inspirando seu novo cheiro de erva doce após se banhar. O calor de seu corpo era constante, Vachirawit se mantinha junto a Metawin, ainda tenso. Não sentia sono, sua mente não conseguira se apagar da possibilidade de algo ruim acontecer ao mais novo.

— Ela foi a namorada que mais amei. – Bright iniciou, Win apenas ficou quieto para ouvi-lo. – Eu tive todo o cuidado para nunca a beijar, ela era linda, gostava de gatos e era alérgica a flores. Nos beijamos e ela amanheceu morta nos meus braços. Senti como se uma parte de mim tivesse morrido junto com ela e tudo se tornou ainda mais insuportável. Viver era um fardo, um peso sufocante... até conhecer você. Você, de alguma forma, faz minha vida parecer um pouco mais leve. Nunca senti isso antes. Mas sou grato por esse pequeno privilégio.

Os dois ficaram ali, abraçados um ao outro, trocando apoio de forma silenciosa e bem reconfortados em seus braços. Win adormeceu, serenamente com a testa encostada na do mais velho que o observava seu respirar sossegado e na forma que seu peito subia e descia.

"Ele está vivo, ele vai viver. Ele está aqui, quente, respirando. Vivo. Ele vai viver..."

Bright repetiu isso para si mesmo incansavelmente como um mantra, desejando com toda a fé que aquelas palavras fossem reais. Não se importou pelo fato de não conseguir dormir, não quando Metawin dormia em seus braços. Decidiu que independente do que acontecesse, estaria do seu lado, para aproveitar cada segundo sem saber qual seria o último.

 Decidiu que independente do que acontecesse, estaria do seu lado, para aproveitar cada segundo sem saber qual seria o último

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Opa! Mais um capítulo dessa vez uma coisinha meio fofa, meio triste meio romântica e meio dramática. Muitos sentimentos envolvidos, talvez meio confusos até, mas isso é isso. Teve até meio que uma declaração, achei romântico considerando que o Bright não é muito fácil.

Espero que tenham gostado, essa autora grogue de anti alérgico nesse exato momento se despede com muito amor e carinho por agora. Vejo vocês no domingo. Até a próxima, grande beijo.

O último beijo | brightwinOnde histórias criam vida. Descubra agora