18 - Confusa demais

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Voltei para casa no fim do dia, depois de ter passado o dia todo na companhia da minha irmã mais nova, eu estava com a cabeça a milhão. Passamos no escritório da Seulgi e pedimos para suspender a venda do meu apartamento, revogamos o contrato de venda e o imóvel voltou para meu nome.

Quanto a casa, eu optei por mantê-la como sendo da Rosé, era algo que eu havia dado para ela usufruir com nosso filho, tecnicamente era um presente mais para ele do que para ela, e quando o pequeno completar seus 18 anos o imóvel automaticamente passará para seu nome, ou pelo menos foi isso que eu fiz para convencer Minnie de que era a melhor opção.

Minnie ligou para Irene, sendo ela a reitora e autoridade máxima dentro do curso de medicina e todos os outros da área da saúde, certamente ela poderia me re-contratar para trabalhar na universidade, é algo que ela mesma deixou claro que faria todos os esforços para conseguir.

Eu me sentia no piloto automático, eu pensei que estava lidando bem com tudo isso e que estava fazendo a coisa certa. Pensei por um momento que eu estivesse começando a gostar da companhia da loira, a ponto de pensar que eu poderia amá-la e quem sabe ser amada mais uma vez, mas quem eu quero enganar? Minnie tinha razão, tinha toda razão e eu certamente não estava pensando com clareza, apesar de ela ter pouca idade ela é a mais responsável entre todos lá de casa, depois da mamãe é claro. Acho que todo mundo tem na família um adolescente que aprendeu cedo demais a lidar com os problemas dos outros membros da família e que sempre tem que resolver tudo e ter uma maturidade que não lhe cabe, se você não tem esse irmão, certamente você é essa pessoa.

Já era tarde da noite, passei no quarto de Rosé para checá-la e ela dormia tranquilamente, pedi para que ela chamasse Jennie para ficar com ela mas ela insistiu que estava bem e se viraria, e na nossa última consulta a médica liberou ela para fazer todas as atividades que faria normalmente.

Entrei para ver de perto como ela estava e me sentei na cama, olhando seu rosto sereno enquanto ela respirava profundamente, parecia um sono gostoso, do qual ela dificilmente iria acordar tão cedo. Tirei uma mecha teimosa de cabelo que caía sob seu rosto e me permiti acariciar sua pele suave.

— Você nem imagina a bagunça que está aqui dentro, garota… Eu poderia tentar por você, poderia tentar ser tudo que eu não sou, poderia tentar te dar todo esse amor que tenho guardado aqui dentro e eu sei que você receberia de bom grado.

Suspirei sentindo meu peito doer.

— O problema é que eu não sei se eu consigo, entende? Minnie tem razão, eu vou reviver tudo aquilo e vou me enfiar em um buraco que eu não vou conseguir sair. Você seria capaz de segurar minha mão? Seria capaz de me puxar pra cima quando eu estivesse afundando?

Senti as lágrimas surgindo em meu rosto e a garota se remexeu na cama, deve ser muito difícil achar uma posição confortável com essa barriga gigante pra dormir… Levantei da cama com cuidado e voltei a caminhar em direção ao meu quarto.

Eu tenho tanta coisa pra pensar, tanta coisa pra organizar na minha cabeça que eu nem sei por onde começar. Mas se eu for sincera comigo mesma, olhando pra dentro de mim, de certo modo eu já tenho um grande sentimento por essa garota, quer dizer, ela é mãe do meu filho, ela cuida tanto desse pequeno que eu não posso deixar meus medos e os medos da minha família me calarem 100%, eu sei que tenho colocado os pés pelas mãos, mas eu não posso simplesmente largar ela e nem vou fazer isso.

Acordei na manhã seguinte, depois de ter dormido praticamente quando o sol já estava pra nascer eu nem posso dizer que descansei, foram praticamente 2 horas de um sono conturbado que mais me desgastou do que relaxou. Levantei e após um bom banho e toda minha higiene matinal, andei até meu closet, peguei a sacola azul da Tiffany e me encaminhei até o quarto da loira.

Abri a porta vendo a cena mais fofa que eu poderia imaginar, a loira cantava suavemente notas de uma canção que eu não conheço acariciando a barriga exposta, ela usava um cropped e estava sentada por cima das cobertas na cama, escorada no monte grande de travesseiros. Ela me olhou e abriu um sorriso largo que poderia derrubar qualquer barreira que eu pudesse estar construindo para afastá-la.

— Bom dia Lali.

— Bom dia Rosie. Como vocês dormiram? - me aproximei sentando sobre a cama ao seu lado.

— Muito bem, foi uma das melhores noites que tive aqui.

— E como está meu príncipe lindo?

— Calmo e sereno como nunca antes, até estranhei a calmaria. Ei, que sacola é essa?

— Essa aqui? Ah, um presente que comprei pra Jisoo, estou indo levar para ela, quer ir comigo?

Vi a expressão de poker face da loira e não consegui conter o sorriso, entreguei a sacola para ela.

— É para você, uma forma de agradecer pela paciência que teve comigo e com o carinha. Eu espero que você goste.

O sorriso dela cresceu consideravelmente, a loirinha abriu a sacola e retirou a caixa, abriu e ficou surpresa ao ver o pequeno colar, era realmente muito lindo e combinava com ela. Rosie pediu para que eu colocasse o colar nela e assim eu fiz, ajustando-o e ela se levantou buscando pelo espelho para poder analisar como ficou.

— É tão lindo! Ficou lindo, olha!

— Realmente, sou boa em escolher presentes, ficou perfeito em você, Rosé.


Qual é o preço da luxúria? - Chaelisa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora