45 - um pouco de paz

338 47 5
                                    


Lisa P.O.V.

— Isso ainda é um pouco estranho pra mim.

E de fato era, eu me sentia nervosa, minha barriga doía e eu estava escondendo minhas mãos trêmulas. Eu estava nervosa de um jeito bom, era tudo muito novo, muito diferente de tudo que eu poderia imaginar.

— Como assim?

Rosie falou enquanto tinha a cabeça apoiada no meu peito, deitada sob meu corpo no sofá, logo em nossa frente estava meu garotinho brincando com seu ursinho que ganhou da Jennie logo que nasceu, ele simplesmente não larga o Nini.

— Um estranho bom, quer dizer, há algum tempo quando Jae completou um ano, na festa dele eu te via com outros olhos, eu meio que estava desistindo de tentar sabe? Te via feliz demais e me sentia uma idiota por atraplahar sua vida.

— Sério?

Ela se levantou, sentando-se sobre meu quadril e apoiando as mãos no meu peito. Dias de luta e dias de luta. Imagina estar deitada em um sofá e ter Roseanne Park sentada sob você olhando com esses olhinhos curiosos e um sorriso tímido no rosto.

— Sem movimentos bruscos, por favor. - ela riu e me deixou um tapa no ombro. - Mas sim, eu só queria te ver feliz, mesmo que custasse a minha felicidade em partes. Você estava feliz?

— Genuinamente? Eu não posso dizer que era infeliz, mas parecia que eu precisava ficar repetindo em minha mente o tempo todo que eu amava ela e que eu queria casar com ela, algo mais pra mim.

— Entendi. - Preferi encerrar o assunto do que prolongar, ainda está cedo demais para pedir se ela me ama, por mais que eu queira mais que tudo ouvir isso, sinto que posso assustar ela, e ela quer ir com calma, então vamos com calma.

Ela fez menção em voltar a deitar, mas nosso filho chamou nossa atenção, ele queria fazer uma cabana com o cobertor pequeno que estava junto dele, e se irritou por não conseguir. Rosé riu e me olhou, levantou me puxando para acompanhá-la.

— Ele é ranzinza quando não consegue o que quer, de quem será que ele puxou isso?

Ajeitei o short largo e baguncei meu cabelo, logo colando nas costas da loira e abraçando ela, andando agarrada com ela até nosso filho, ela ria de forma gostosa.

— Não faço ideia de quem pode ser, talvez Jennie?

— Ah, claro, o laço sanguíneo dele com a madrinha deve ser realmente forte, né?

Rosé riu ainda mais fazendo nosso filho que antes choramingava rir vendo a mãe.

— Fica aqui com ele, vou buscar um lençol e algumas coisas para fazermos uma barraca para ele.

— Não vai não. - Falei com a minha melhor voz dengosa agarrando sua cintura e beijando o pescoço exposto pelo coque mal feito. Ela riu me empurrando e pude ver a pele do braço se eriçar enquanto ela mordeu o lábio e revirou os olhos fugindo do meu aperto e sumindo escada a cima enquanto eu e Jae lado a lado babamos vendo a garota mais linda de nossas vidas.

— Ela parece feliz, não?

Perguntei ao meu filho que olhava atento para o fim das escadas esperando a mãe aparecer. Ele voltou seus olhinhos para mim e me estendeu a mãozinha me chamando, peguei a mão dele e ele me arrastou para o cantinho onde estava sua pequena bagunça.

— Ninininini.

Quando notou que esqueceu o brinquedo, o pequeno correu de volta para pegar o urso já surrado e arrastá-lo para junto de nós. Sem demorar muito Rosie voltou com alguns lençóis e cabos de vassoura, quando avistou a mãe o pequeno correu para encontrá-la repetindo o mesmo que fez comigo, mas contrariamente ao que fez comigo quando me colocou sentada no chão, ele puxou a mãe até que ela se sentasse em meu colo e riu batendo palminhas enquanto a mãe protestava cheia de lençóis e cabos por cima de nós.

— Boa garoto, isso aí, Omma está no lugar dela.

— Você quem ensinou ele a fazer isso? Lalisa, se é a primeira vez que ele fez comigo, isso quer dizer que outras vezes...

— Não não não, nada de paranóias envolvendo meu filho, eu jamais levaria outra garota para perto dele, e eu não ensinei nada não, ele deve ter visto a Jennie e a Jisoo fazendo isso toda vez que estão brincando com ele.

A loira cerrou os olhos e me fitou ainda sob minhas pernas, eu estava com os olhos arregalados, será que ela pensa que eu ensino essas coisas para o meu filho? Ou pior, que eu o uso para ficar com outras garotas? Eu nunca apresentei Jae para nenhuma garota com quem eu saí nesse tempo.

Mas os olhos julgadores foram substituídos por uma gargalhada que os fez fechar completamente, Jae acompanhou a mãe sem nem entender o que acontecia.

— Você precisava ver sua cara, sério, tá devendo Lalisa?

— Você... E você moleque tá rindo da sua mãe?

Agarrei a cintura dela e com a mão livre puxei meu filho também para meu colo fazendo cócegas nos dois que riram ainda mais, safados.

Levamos o restante da tarde montando a cabana e brincando com nosso filho, quando me dei conta já estava escurecendo e eu nem vi o tempo passar, eu sentia meu abdômen duro de tanto rir, agradeci a rotina da academia, caso contrário eu sentiria dor de tanto que ri com os dois, Jae já estava sonolento quando decidimos ajustar nosso jantar e eu subi para dar banho no pequeno enquanto Rosie preparava tudo.

— Então, essa história que está finalmente ganhando um final feliz vai ser a que eu mais vou amar te contar todos os dias, quando te colocar pra dormir ou quando estiver no nosso banho de banheira.

Meu pequeno me olhava atentamente enquanto eu falava sobre como finalmente estava me sentindo completa e feliz, hoje foi de longe o dia mais feliz da minha vida, depois do dia em que ele nasceu. 

Qual é o preço da luxúria? - Chaelisa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora