12 - Aceita?

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Rosé P.O.V.

Acordei me sentindo muito melhor, já fazem dias depois daquele ocorrido e hoje finalmente posso dizer que estou me sentindo bem. Tô até me sentindo disposta e acho que vou tentar sair pra dar uma caminhada, preciso sair desse quarto e viver um pouco, gravidez não pode ser tão complicado assim.

Quando abri a porta do quarto me deparei com uma bela surpresa, Lalisa e Irene coladas na parede praticamente se beijando, meu estômago deu três voltas e eu senti vontade de vomitar, não repete foda, não é mesmo? Ridícula.

- Que porra é essa?

As duas me olharam assustadas mas logo a expressão de minha tia suavizou dando lugar a uma risada tímida. Já Lisa ficou 3 tons mais branca e saiu do encalço da Irene como o diabo foge da cruz.

- Poderiam pelo menos respeitar a minha presença nesta casa uma vez? Já não basta a primeira vez que te vi engasgada com o pau da Lisa, tia? Francamente. Se quiserem se comer, vão a um motel ou quem sabe na casa da Lisa?

Passei reto pelas duas em direção a cozinha, precisava de água pra poder fazer aquele absurdo descer.

- Na verdade eu até queria, mas Lisa tem sido tão.... Frouxa? Ah que se dane, vou voltar para meu quarto. Você, coma alguma coisa e se precisar de mim me ligue.

E assim ela deu as costas voltando para seu canto, eu nunca entendi muito bem o estilo de vida da Irene, mas pelo menos ela faz jus a fama que tem na família.

Me agachei pra pegar a garrafa de água na geladeira, servi um copo e guardei novamente, Lisa estava no balcão da cozinha me olhando atentamente, parecia um tanto inquieta, mas resolvi ignorar sua presença. Ou não.

- Na verdade eu vim trazer as compras que sua tia pediu e queria falar contigo.

- Pode falar, estou te ouvindo.

Passei por ela voltando em direção ao meu quarto, precisava resolver um impasse com Eunwoo e não pretendia deixar passar de hoje. Lisa me seguiu com pressa, quando entrei dei espaço para a garota passar e me sentei na cama pegando meu celular para enviar uma mensagem a Eunwoo para que ele viesse me buscar, queria dar uma volta e aproveitaria para conversar com ele.

- Como você está se sentindo?

- Radiante, Lalisa, e você?

Notei que ela estava inquieta e constantemente secando o suor das mãos nas calças, Lisa não costuma ser assim, normalmente ela é confiante e de fala fácil, nunca fica sem argumentos e muito menos sem saber pra onde ir, ela sempre tem uma resposta, sempre tem uma frase pronta com impacto certeiro.

- Primeiramente, o que você viu no corredor, eu, bem, não é o que você está pensando.

- Eu não vi nada, Lalisa, vi o suficiente para saber que você é do tipo que mente por conveniência, e o papinho de "não repetir foda" tem suas exceções, certo?

Ela suspirou e passou as mãos pelos cabelos, sentou em minha frente e tirou o celular da minha mão. Olhei para a garota com desdém, eu não vou ficar bancando a cachorrinha dela, se ela pensa que eu vou continuar implorando por atenção e tentando mais que tudo repetir nossa noite, ela está enganada, eu não sou trouxa.

- Olha, sua tia, ela, bem, você sabe, tem seu fogo incessante e acho que a genética da família me parece peculiar nesse assunto, mas, eu juro pra você que eu não fiz nada, e nem pretendia. Eu vim aqui por você.

Senti um leve arrepio percorrer minha espinha quando Lisa falou tais palavras, o modo como ela me olhava nos olhos, apreensiva, buscando as palavras certas e pelo pouco tempo que eu a conheço posso sentir que ela está realmente falando a verdade. Lisa tem um tique nervoso quando mente, ela coça a ponta do nariz e morde a parte interna da bochecha.

- Eu...

- Me deixa falar. - assenti para que ela prosseguisse - Eu estive pensando em uma forma de poder cuidar de você, mais do que eu tenho feito, aliás, um pouco do meu afastamento nessa semana foi para resolver tudo.

Lisa coçou a nuca e puxou o celular desbloqueando a tela e zapeando pelos aplicativos, quando abriu um vídeo e me entregou o aparelho.

Eram imagens de uma casa, imagens de drone mostrando a extensa área externa e imagens do interior luxuoso.

- Eu vou direto ao ponto, você me deixa nervosa.

Ela riu brevemente e suspirou.

- Eu quero que você vá morar comigo, não digo para sempre, mas para que eu possa cuidar de você de perto, onde eu possa trabalhar e manter os olhos em vocês dois até que estejam saudáveis e seguros, quando esse pequeno nascer e aí você pode ficar com a casa.

Eu olhei assustada para ela que falou tão depressa que eu precisei de alguns segundos para compreender a magnitude do que a garota em minha frente acabara de me sugerir.

- Eu não vou impor isso pra você, caso esse bebê não seja meu, mas mesmo que não seja eu quero poder cuidá-lo e lhe dar uma boa vida, sinto que essa criança tem algum propósito na minha vida e bem, eu me sinto tão melhor...

- A gente...?

- Não se preocupe comigo, eu sei que você tem o Bon Jovi coreano e tudo bem, eu só não confio que ele possa sustentar vocês dois com aquele trabalho, eu não irei intervir com quem você quer estar, mas enquanto estiver grávida eu quero poder cuidar de vocês. Não é um pedido de casamento...

Deixei que meus ombros caíssem, óbvio que ela não quer algo comigo, é pelo bebê, e eu deveria imaginar isso.

Qual é o preço da luxúria? - Chaelisa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora