Qual é o preço da luxúria? - Chaelisa G!P

31 - Amizade

Lisa P.O.V.

O relógio marcava exatamente 19:32 quando o pequeno se entregou ao sono, após um banho e comer suas frutinhas que Rosie preparou, ele brincou por mais um tempo e logo se rendeu, agora estou colocando ele em sua cama para que possa descansar.

Rosie ficou de fazer um lanche para nós, já que a tarde foi longa e ela insistia para que eu me alimentasse antes de ir para casa. Não que eu estivesse reclamando de ficar, pelo contrário, por mim eu ficaria até amanhã, dormiria com ela e acabaria com essa demora.

Depois de passar pela ducha do seu quarto, vesti algo confortável, eu gostava de usar as roupas dela, nosso estilo de guarda-roupas é bem parecido, principalmente nas peças de ficar em casa. A melhor parte de usar um moletom largo e uma camiseta dela era o cheiro que tinha nas roupas, parecia que sempre tinham o perfume dela, mesmo depois de lavadas, era o cheiro dela.

— O cheiro está bom, o que está fazendo aí?

Falei do alto das escadas, enquanto descia e apreciava o cheiro maravilhosamente inconfundível do seu bulgogi. A pergunta certamente era retórica e ela sabia tão bem quanto eu que eu poderia reconhecer minha comida preferida a quilômetros, Rosé nunca me deixava sair de sua casa sem comer bem, era como um ritual nosso, sempre que eu passava o dia com Jae, no fim acabava em alguma coisa gostosa para comer.

— Está gripada? Como não reconheceu meu bulgogi?

— Era apenas uma brincadeira, obviamente reconheço seus pratos. Peguei isso até que minhas roupas sequem na máquina, espero que não se importe.

— Ah, você sabe que pode usar o que quiser, está em casa.

Me sentei na cadeira da bancada enquanto ela mexia nas panelas no fogo, ela usava um short e uma camisa larga, era como se fosse sua roupa oficial de ficar em casa, e era extremamente sexy, embora seja difícil alguma pessoa ficar atraente usando uma camiseta branca qualquer e um short preto, ela conseguia, era como se fosse mais sexy do que qualquer lingerie cara que alguém possa comprar.

— Eu tenho uma pergunta. - ela se virou e se escorou na pia.

— Que pergunta?

— Por que está fingindo que nada aconteceu? Como se não tivesse dormido comigo, ou como se eu não tivesse te falado nada nessa manhã?

Sua expressão era indecifrável, poucas vezes eu não consegui ler seus olhos porém agora eles me pareciam difíceis de ler, sua expressão não era como pela manhã, não tinha mais nervosismo ao estar ao meu lado, ela estava disfarçando muito bem, ou de fato estava confortável com tudo.

— Certo, já que tocou nesse assunto, vamos esclarecer as coisas. Lisa, eu amo você, e depois de passar o dia todo pensando sobre isso eu finalmente entendi as coisas, eu te amo e sempre amei, mas não da forma que eu amo Suzy.

Okay, talvez eu não esteja preparada para essa conversa.

— Eu te amo como a mãe do nosso filho, eu te amo pelo cuidado que tem com ele, pelo que teve comigo. Eu amo a forma como você daria sua vida para vê-lo bem e principalmente porque eu sei que se um dia algo acontecer comigo ele terá você. E eu não quero estragar isso, entende? Não quero entrar nessa brincadeira, nesses joguinhos de uma ou outra noite, o que fizemos foi errado e eu espero que isso não se repita. Você tem razão quando diz que não estou vivendo meu melhor momento em meu relacionamento, mas eu quero tentar de novo por ela, com ela. Espero que você não me atrapalhe nisso.

Ela falou tudo de forma tão calma, tão... sincera.

— Eu não sou sua escolha, certo?

— Não, Liz, você sempre será minha escolha, mas como minha amiga, e mãe do meu filho.

Respirei fundo em busca de me recompor, eu merecia isso, eu sabia que não ia ser a coisa mais fácil do mundo reconquistá-la e sei perfeitamente que não vai ser em um dia que tudo vai se resolver, eu nem tive chances de fazer algo na realidade, e se ela pensa que com essas palavras eu vou desistir dela e correr para alguma garota qualquer para acabar com minhas frustrações ela está completamente errada, talvez a antiga Lisa faria isso, mas essa Lisa não.

— Tudo bem, eu aceito ser somente a mãe do Jae, mas você não pode me proibir de tentar, certo? Não vou agir com imaturidade, não vou tentar algo que eu sei que você não quer, não vou te tocar a não ser que você peça, não irei sair frustrada daqui e me afogar na primeira boate que aparecer, não irei correr para transar com qualquer mulher por ter recebi um fora da mulher que eu amo, eu vou continuar aqui e jantar contigo porque só por ter tua companhia já me basta.

— Uau, é uma nova Lalisa, eu agradeço por estar agindo com maturidade e por entender e respeitar meu espaço.

— Amigas? - estendi a mão para ela com um sorriso no rosto, embora por dentro eu estivesse sentindo um pouco de dor em ser rejeitada assim de cara, não vou deixar que isso me abale, eu vou tê-la de volta e irei fazer valer a pena cada segundo que ela passar ao meu lado.

— Amigas! Agora, vamos comer que já está pronto.