04- Moça bonita.

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Vou postar mais um hoje pois não conseguirei atualizar amanhã.
Boa leitura!

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Pov Sarah.

Cheguei em casa meio aérea. Não conseguia parar de pensar em como um simples olhar havia me afetado tanto.

— Terra chamando, Sarah. — Uma mão passou por meu olhos me fazendo despertar.

— Tô aqui, Lolo, diz. — Sorri pra minha priminha que tinha um olhar estranho sobre mim.

— Quero jogar videogame. Bora? — Concordei saindo do meu quarto e acompanhando a mesma, talvez eu conseguisse tirar meus pensamentos dela.

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— Jujubinha, já são mais de onze horas, dê boa noite para sua prima e vamos dormir. — Meu tio passou pela sala avisando e, prontamente, Lorena obedeceu me dando um beijo na bochecha. — Vamos, Sah?

— Ainda não, tio. Vou ver um filme e já subo. — Ele concordou e me deu um beijo na cabeça desejando boa noite, logo retribuí.

Gente Grande foi o meu escolhido da noite. Me ajeitei no sofá e acabei deitando enquanto ria de algumas falas. Nem percebi quando adormeci no meio dele.

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Acordei com o sol forte no meu rosto e estranhei. Abri meu olhos devagar me lembrando que adormeci na sala. Meu corpo estava coberto por um lençol, a televisão desligada e o relógio na parede marcava nove da manhã.

Levantei indo em direção ao banheiro, do andar de baixo mesmo, fazer minhas limpezas. Só quando saí que notei uma movimentação na cozinha, minha mãe e meu tio já estava a todo vapor. Por ser sexta, o quiosque abriria e fecharia mais tarde.

— Aninha, cê' lembra da música que tocou ontem de tarde no quiosque? — "Aninha" era o apelido de meu tio para minha mãe.

— Lembro, Guel! — Minha mãe colocou dois pratos na mesa antes de começar a cantar Moça bonita — Geraldo Azevedo. Moça bonita, seu corpo cheira ao botão de laranjeira eu também não sei se é. — A voz feminina e leve de Juliana tomou conta do lugar.

Imagine o desatino, é um cheiro de café. — Lembrou meu tio com sua voz rouca e meio pesada.

Ou é só cheiro feminino, ou é só cheiro de mulher. — Ambos riram ao cantarem juntos.

Pensei na letra da música por uns instantes e, mais uma vez, lembrei da dona dos olhos mais lindos que já vi. Por isso, entrei na cozinha em meio a suspiros.

— Tem alguém com a nave bem longe daqui. — Escutei minha mãe dizer. — Bom dia, filha.

— Bom dia mãe, bom tia tio. Bença. — Eles responderam juntos, mas não escutei muito bem, pois lembrei daquele sorriso.

Mais um suspiro.
Vi meu tio colocar o rosto entre suas mãos apoiadas em seu queixo e suspirar exageradamente enquanto piscava os olhos rapidamente com uma cara estranha.

— Que isso, gente? — Comecei a rir.

— É com essa cara de idiota que você está, faz uns cinco minutos. — Ele respondeu e eu dei um tapa em seu braço.

— Quer contar algo, meu bem? — Vez da minha mãe.

— Ah, sei lá...— Olhei pra um outro ponto da cozinha. Não consegui ver quando minha mãe revirou os olhos e contou, em silêncio, até três e, como se fosse mágica, eu comecei a falar. — É que ontem eu vi uma menina lá no quiosque, era gringa. Mas não era qualquer menina, era A menina, sabe? Tipo, o cabelo dela é enorme e meio loirinho nas pontas, ela tem um nariz fino e suas bochechas são coradas, a boca carnuda...Ela tem um sorriso que, nossa senhora, é o mais lindo do mundo e vocês têm que ver o quanto os olhos dela são lindos! São meio achocolatados e...ah, não sei. — Falei tão rápido que, nem eu, consegui me acompanhar.

TE AMO (em caixa alta) - sarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora