Bônus Elliot

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~17 anos atrás~

Faz um ano que estou casado com Camila, nesse último ano juntos muitas coisas boas aconteceram, assim como também aconteceu coisas ruins. Eu amo muito ela, mas parece que não amo-a como antigamente.

Após o nascimento dos gêmeos, Noah e Rebecca, algo aconteceu entre nós. Eu me apaixonei pela minha ajudante de trabalho, e o pior de tudo é o medo de contar para Camilla sobre o que eu sinto. Anne é uma mulher maravilhosa e ela sente a mesma coisa por mim, ela me conquistou de uma maneira que eu não consigo explicar. Eu e Camilla somos muitos próximos no hospital, ambos são médicos, a única diferença é que Camilla é pediatra. Tenho que falar com Camilla sobre o que estou sentindo.

A casa está silenciosa, mas tenho toda certeza que logo ela estará barulhenta. Camilla é Ariana, sabe o que mexer com Arianos? É a morte na certa.
- Camilla? - Bato na porta do quarto dos gêmeos e entro.

- Ah... Oi! - Ela sorri e coloca Rebecca em seu berço.

- Será que podemos conversar? - Ela concorda e vamos para nosso quarto.

- O que foi, Elliot? - Ela se senta na cama.

- Vou ser direto... Estou apaixonado pela Anne e ela também. Olha, eu sei que já faz um ano desde que se casamos e tal, mas acho que meu coração fez algo e de repente, quando eu vi a Anne, me apaixonei. - Ela me encara e se levanta.

- Como assim, Elliot?! Eu te amei, me casei com você, tivemos nossos filhos e depois de duas semanas que eles nasceram você me diz isso?! - Ela começa a chorar.

- Desculpe... - Tento abraça-la mas ela me impede.

- Não encoste em mim! - Ela grita. - Não mereço usar isso! - Ela tira a aliança e joga no chão. - Eu e os gêmeos vamos embora para sua felicidade! - Ela sai do quarto pisando fundo e entra no quarto dos gêmeos.

- Calma Camilla! - Entro no quarto. - Não deixarei que levem eles! - Ela pega duas malas, uma rosa e uma azul, e começa a colocar roupas de Rebecca na mala primeiro.

- Eu sou a mãe deles e eu escolho o que eu quero para eles!

- Vamos fazer um trato, então? - Ela se vira para mim. - Eu fico com o Noah e você com a Rebecca! - Ela ergue as sobrancelhas e joga um potinho de plástico que acerta minha testa. - Ai! - Coloco a mão na testa.

- Nem que me paguem! - Ela volta a arrumar a mala de Rebecca.

- Você não vai me impedi de fazer isso, Camilla! Nunca! - Puxo seu braço. - O Noah ficará comigo e ponto final.

- Vai incentivar ele que a mãe dele na verdade é a Anne? Não! - Ela fecha a mala de Rebecca e começa a arrumar a de Noah.

- Por favor, Camilla... Eu imploro... - Ela começa a chorar novamente. - Por favor...

- Ta bom, Elliot. Você ficará com o Noah, mas eu o verei. Ouviu? - Ela seca as lágrimas. - Se acontecer algo a ele eu te mato!

- Vai para onde? - Começo a guardar as coisas de Noah.

- Para meu apartamento onde eu morava antes de te conhecer... - Ela vai para nosso quarto e a sigo.

- Te dou uma carona... – Ela pega duas malas no closet e coloca na cama. - Não será incomodo, e eu ajeitarei as papeladas para o divórcio.

- Tanto faz... - Ela da de ombros e começa a guardar suas roupas.

Ajudo-a a arrumar suas coisas, seu olhar é de ódio, tenho certeza que ela quer me matar nesse exato momento, só está se segurando.

- Pronto. - Digo assim que a termino de ajuda-lá com as roupas. - Vamos? - Ela não me responde, pega as malas e vai para o quarto dos gêmeos. - Pode visitá-lo quando quiser... - Ela pega Noah e da um beijo em sua bochecha e coloca ele novamente no berço. Depois ela pega Rebecca, arruma a roupa dela e sai do quarto. Pego as malas das duas e vou para a sala, falo com a empregada para ficar de olho em Noah enquanto deixo Camilla e Rebecca em casa, saio da casa e ando até o carro, abro o porta-malas e coloco as coisas dela dentro, fecho o porta-malas e entro no carro.
- Boa sorte com os choros dele... - Ela entra no carro. Abro o porta-malas e coloco as malas lá, o fecho e entro no carro.

- Farei o melhor para ele crescer saudável! - Depois de uns minutos chegamos no apartamento. - Até logo... - Ela fica me analisando, seu olhar ainda contém ódio, e sai do carro. - As malas! - Saio do carro e pego as malas no porta-malas.

- Obrigada, Elliot. - Ela diz firme e logo um senhor abre a porta do prédio e pega as malas dela. - Obrigada Erick! - Me aproximo de Rebecca e dou um beijo em sua testa. – Até mais minha princesa... - Elas entram no prédio.

- Idiota! - Agarro meus cabelos com força e entro no carro.

~17 anos depois~

Depois de tanto tempo, quase treze anos sem vê-lá, finalmente me reencontrei com Rebecca, que está igualzinha a mãe quando era adolescente.

Ao ter descobrido que ela foi atropelada por uma moto e estava no hospital, pedi informações para quase todos que trabalham no hospital, por sorte, quando a encontrei, consegui ajuda-lá. Como pai, ver ela daquele jeito me feriu muito. Noah, que agora se tornou um melhor amigo para ela, agiu rapidamente a trazendo aqui no hospital, com certeza ele está abalado com o que aconteceu.

Acabei vendo Camilla na área do hospital onde Rebecca estava, foi a chance perfeita de pedir a ela para ficarmos juntos novamente, mas sua resposta foi "Não sei... Pensarei no caso e na sua proposta." Como eu a conheço bem, aquilo foi um não bem discreto.

Eu e Anne ficamos juntos durante quatro anos. Noah não gostava de Anne quando era pequeno, e provávelmente até hoje não gosta. Me separei de Anne por dois motivos, primeiro porque Noah não aguentava mais ela morando com a gente e segundo por ela ter tido a idéia de nós dois se casarmos. Fui sincero com ela e disse que não iria me casar com ela, que eu não teria a vontade de casar novamente. Ela ficou enfurecida e eu me separei dela semanas depois.
- Noah! - O chamo assim que ele aparece na sala.

- Sim, pai?

- Como vai sua amiga, Rebecca?

- Ela está mais ou menos. Mas desde que o namorado se mudou de país ela está tendo alguns probleminhas, de acordo com a Alex. Então a galera sempre da uma força a ela.

- Que amizade! - Sorrio.

- Sim, para isso que serve os amigos, certo? – Ele sorri, de repente seu sorriso se desaparece aos poucos. - Pai... Quando vai me contar sobre minha mãe?

- No momento certo eu conto, filhão.

- Sabe... A Becca tem a mesma história. A mãe dela nunca disse a verdade a ela. Será que somos irmãos perdidos? – Ele começa a ri.

- Não sei, Noah.

- Bem, agora tenho que ir, vou me encontrar com a Mandy! - Ele se despede e sai de casa.

- Camilla... Um dia temos que contar a eles...

~Nascimento dos gêmeos~

- Cadê eles? - Pergunta Camilla acordando de seu sono.

- Estão dormindo... Quer que eu peça para a enfermeira os trazer? - Ela sorri e eu chamo a enfermeira que logo trás os gêmeos.

- Meus ruivos... - Camilla se ajeita na cama e coloco os dois em cada lado de seu colo. - Noah e Rebecca...

- Eles são lindos... Igual a mãe! - Dou um beijo nela.

- Obrigada por tudo! – Um sorriso alegre se forma em seu rosto.

- Isso é apenas o começo da nossa história!


Meu querido... Irmão? (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora