Theo, Bea e Lou

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Que raiva estou da Ashley, por culpa dela eu estou aqui, sem poder mexer a perna direita e o braço esquerdo, estar sendo uma maravilha.

O bom é que não terei que ver o rosto dela por um bom tempo, nem ir a escola e nem ao trabalho. Ficar internada é horrivél, mas com as visitas da Alex, Matt, Ash, Henry e Noah até fica legal.

Nesse momento eu to quase batendo na enfermeira por que ela está trocando a agulha do soro e eu não quero que ela coloque outra porque eu odeio agulhas! Fobia de infância. Acredita que até o doutor Elliot vem me ver a cada hora? Quanto amor, ele até que é legal, poderia até ser meu pai mas ele é pai do Noah e imaginar ser irmã do Noah me da calafrios.

Finalmente a enfermeira conseguiu trocar a agulha e o soro também, ela me disse que geralmente troca quando estou dormindo porque é mais fácil.
- Licença, posso entrar? - Pergunta um garoto que aparenta a minha idade, assinto e ele entra se aproximando de mim.

- Você não é o garoto que me atropelou? – Pergunto. Muito familiar...

- Sim! Vim aqui me desculpar pelo ocorrido, além do mais, nunca queria ter feito isso numa amiga... - Amiga? O que? - Você se lembra de mim, cabeça de fogo? - Não pode ser!

- Theodore! - O abraço. - Nem acredito que é você! - Deixo algumas lágrimas escaparem. Theodore foi a primeira pessoa a falar comigo no nono ano e virou meu segundo melhor amigo.

- Sentiu saudades? Pois eu senti muitas. Olha, me perdoe por isso, cabeça de fogo. - Ele me da um beijo na testa. Percebo que ele está de alargador, piercing no nariz e que tem um roxo no canto da sua boca. - Isso foi no dia em que te acidentei. Um garoto ruivo me deu um soco... E depois uma garota de cabelo roxo me deu um tapa. Sorte que não ficou a marca. - Rio.

- O ruivo foi o Noah e a cabelo roxo foi a Alex... - A enfermeira entra novamente no quarto com uma bandeja de comida. - Almoço... Por favor eu odeio couve! – Faço uma cara de emburrada. Ela deixa a comida na mesa ao lado da minha cama e sai. - Quer comer? - Ele ri e nega. - Seu chato!

- Você tem que comer, cabeça de fogo. Para ficar forte. - Rimos. - Agora abre a boca! - Ele pega a colher, sim sou obrigada a comer de colher, e coloca na minha boca tirando a colher em seguida. - Ta boa? - Nego. - Pois vai comer assim mesmo! - Engulho.

- É nojento, Theo! - Cruzo os braços. Theo revira os olhos e me abraça.

- O que ta acontecendo aqui? - Ah não. - Quem é ele ruiva?

- Meu amigo, Noah. Theo esse é o Noah... - Theo estende a mão e Noah da um soco em seu rosto. - Noah, já chega! - Grito e Noah me encara.

- Melhor eu ir cabeça de fogo... - Theo me abraça, me da um beijo na testa e sai do quarto.

- O que ele estava fazendo aqui, ruiva? Ele que te acidentou! - Noah cruza os braços.

- Ele veio se desculpar, não ta óbvio? - Fuzilo ele com um olhar.

- Abraços e beijos? Nem um pouco óbvio! - Ele revira os olhos e se aproxima. - Eu quero o seu bem, ta legal? - Assinto e ele me abraça.

- Você é muito ciumento! - Digo me soltando dele.

- Eu não sou! - Ele bufa. - Apenas cuido do que é meu e do que poderá ser meu. - Ele sorri.

- Você é um idiota! - Mostro a língua. O pai de Noah entra no quarto e fica falando algumas coisas com a gente, logo ele me da um remédio que tem um pouco de sonífero e vai embora. - Acho que vou dormir.... Bons sonhos para mim. - Noah me abraça e me da um beijo na testa e durmo.

Acordo com sussurros em meu quarto, tomei posse do quarto, olho para as pessoas que rapidamente param de conversar e me olham mostrando um sorriso. Tudo bem... Quem são esses seres? Calma ai, eu conheço essas criaturas.
- Beatrice e Louis? - Sorrio e eles me abraçam. - Por onde andaram?

- Estavamos estudando em Harvard. Lá é maravilhoso, Becca! - Diz Beatrice. Gente, ela mudou muito! Seus cabelos estão negros, sua pele pálida e de boa aparencia. Minha branca de neve voltou!

- Eu virei segurança da Bea. Sabe, porque você tem que ser tão bela assim?! - Louis a encara e solta um riso leve. Louis está lindo, ainda tem a cor nos seus cabelos castanhos e percebi que ele agora tem uma tatuagem no braço esquerdo. - Eu só peguei metade da escola! E você pegou todos Bea! - Bea e Lou são irmãos postiços. Vou resumir a história... A Bea era órfã até a mãe do Lou adotá-la. Agora eles são irmãos postiços. A mãe do Lou trabalhava lá e Louis sempre adorou a Bea por isso a mãe dele a adotou, mas o principal motivo foi porque o Louis era muito sozinho.
- Eu senti muitas saudades de vocês! Vocês não imagina o quanto. Ontem o Theo veio aqui me visitar ou foi hoje? Que horas são? - Pergunto confusa.

- São oito da noite. O Theo que nos avisou que você estava aqui... - Diz Lou. - Ei Re, quando é que você recebe alta?

- Não sei... Ainda terei que fazer tratamento para a perna. - Me entristeço. – Culpa da Ashley.

- Ashley? - Bea e Lou perguntam juntos.

- Ela me odeia, ela é a culpada disso!

- Vou quebrar a cara dela! - Diz Bea.

- Eu faria algo, mas não bato em mulher. - Lou da de ombros.

- Que fome... - Logo a enfermeira entra com a minha comida. - Obrigada Jennifer! - Pego a bandeija e deixo no meu colo. Jennifer me da um beijo na testa e sai do quarto.

- Alguém dorme aqui com você? - Pergunta Lou.

- O Matthew... Ele tá perdendo muito as primeiras aulas. - Começo a comer minha comida.

Fiquei conversando com o Louis e com a Bea durante uma hora antes do Matt chegar. Ele sempre me trás algum presente e desta vez ele me trouxe um pote de Nutella, por isso eu amo ele. Toda vez que ele sorrir suas covinhas aparecem e as covinhas dele é muito funda!

Ele se deita no sofá ao lado da janela e dorme, fico observando ele enquanto a enfermeira troca o meu soro, quando ela saio me ajeito na maca e durmo.

Meu querido... Irmão? (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora