Cap 21: Passeio

82 24 4
                                    

   Mew cuidava da administração do feudo, mas sorriu quando  Gulf entrou na saleta, e o desejo logo enrijeceu um parte de seu corpo. Após seis semanas fazendo amor sempre que tinham chance, era incrível que bastasse ver o marido para seu corpo se preparar para possuí-lo. A sede sensual que ele lhe causava era prazer e tormento, pois ainda que Gulf retribuísse na mesma intensidade, a constância sexual aumentava sua necessidade de consumar a união de sangue.

   Mew alimentará a esperança de ter perdido esse traço sangue puro, mas o desejo da mordida persistia e era difícil não o deixar perceber que algo ainda lhe faltava para estarem de fato juntos.

— Que bom você ter vindo, querido! Eu ia mesmo pedir que lhe chamassem.

— Aconteceu algo?

— Não gostaria de ler as respostas de seu irmão e seu primo as cartas que enviei?

Gulf apanhou uma das cartas sobre a mesa e começou a lê-la, aliviando-se ao perceber que se tratava da mensagem de Mild, por temer a reação de seu irmão ao saber do casamento. Apesar de surpreso, o primo o felicitava com alegria e os convidava a visitá-los o mais rápido possível. Ao terminar, porém, Mew lhe passou a outra carta. Gulf hesitou.

  — Não é ruim. Seu irmão mostrou-se um pouco zangado comigo, mas não com você.

  — Ele pretende nos visitar em breve — exclamou Gulf, receoso, após ler a carta do irmão.

  — Ele tem esse direito. Quem é Sammy? Saint a mencionou na carta.

— Samantha é minha irmã mais jovem. Ela acaba de completar 16 anos. Meu querido, tem certeza de que estarão Seguros aqui?

— Nunca duvide disso. Garantirei a segurança deles, nem que tenha de prender os sangue puros nas cavernas! Mas não tentarão nada, pois não desejam alimentar os rumores a nosso respeito. E sabem que se seu irmão tardar a voltar ou a enviar notícias, seus cavalheiros virão averiguar o que aconteceu.

  — Tem razão.

— E você, porque veio me procurar? — Mew puxou-o pela cintura e tocou-lhe em suas pernas, mas Gulf se afastou sorrindo.

— Para convidá-lo a passear. À noite está agradável, e pensei que poderíamos comer, e beber algo à luz das estrelas. Pedi a Sana que preparasse bolos de mel e vinho em um recanto especial fora dos muros do castelo.

  — Pensei que as noites de lua cheia fossem mais apropriadas para isso. — Disse Mew franzindo as sobrancelha.

  — Não a luar, mas também pedi que iluminassem o local com tochas. Está tudo pronto; Só falta você me acompanhar.

  Apesar de estranhar o convite, Mew meneu a cabeça e sorriu. Feliz, Gulf o tomou pela mão, e minutos depois já atravessavam o pátio em direção à saída do castelo. A lua minguante de fato não bastava para iluminar a noite, mas o escuro ressaltava as estrelas no céu, que parecia de veludo negro. De mãos dadas, Gulf conduziu Mew entre as rochas, Mas de repente ele se retraiu.

  — Ouviu o ruído de alguém se movimentando — disse Mew, fazendo-o parar.

  — Com certeza Sana e o filho David terminaram as preparações, e agora voltam para o castelo — Gulf fez com que ele recomeçasse a caminhar. — Espero que goste do local, fui eu mesmo quem o escolheu.

  Pouco depois eles atingiam uma clareira entre as rochas, um lindo recanto com uma pequenina lagoa que refletia a luz das estrelas e das tochas. O silêncio, o frescor da primavera e os raios de luz sobre a água criaram uma atmosfera mágica e Gulf segurou a mão do marido, indicando que haviam chegado.

  — É incrível que essas rochas escondam um lugar tão encantador, querido!

— Este lugar foi concebido por um ancestral da minha família. Ele criou a lagoa aproveitando uma menina de água, e fez plantarem os arbustos e árvores. As plantas florescem nesta época do ano perfumando o ar. Sua intenção foi criar um jardim próximo ao castelo e que oferecesse o prenúncio do vale.

— Há mais do que apenas rochas ao redor de Cambrun — disse Gulf, fazendo Mew sentar sobre os grossos tecidos que Sana colocará sobre a relva ao lado da água. — De qualquer forma, as rochas também possuem uma beleza especial completou — ele, sentando a seu lado.

   Mew sorriu e o beijou na face, satisfeito porque o marido perceberá a beleza agreste do topo da montanha onde se localizava o castelo, apesar da aridez e da ausência de vegetação. Os raros visitantes que vinham a cambrum elogiavam os vales entre os montes, mas nunca apreciavam a beleza selvagem das rochas  da montanha. Seu castelo era visto somente como uma fortaleza para prover segurança aos que ali habitavam. Dava prazer saber que Gulf notava a beleza do local que a séculos servia de moradia aos Suppasits.

  — O castelo é muito bonito. — Gulf passou o jarro de vinho para Mew.  — Mas creio que ficaria mas aconchegante se adicionassemos mais cores e suavizássemos a escuridão.

  — É seu lar agora, e você pode mudar algumas coisas se quiser. Talvez aliviar a escuridão seja uma boa ideia. Os poucos visitantes sempre notam a escuridão do Castelo, o que alimenta comentários a respeito de minha família.

Cavalheiro da Noite Onde histórias criam vida. Descubra agora