Cap 30: Gêmeos

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— Você é o senhor do seu destino, meu irmão. De minha parte, digo que Dunsmuir continua de portas abertas se algum dia resolver voltar.

   — Seu irmão também faz parte da nossa família agora, daremos a vida para protegê-lo — afirmou Thorn.

  — Fiz alguns amigos aqui, meu irmão. São leais e gostam muito de mim.

  — Fico contente, meu querido — disse Agnes — Estou certa que de agora em diante terá muitos outros amigos em Cambrun San contava boas histórias que
influenciava muitos dos nossos, mas o que ocorreu hoje deixa claro que lorde Mew deseja o melhor para todos, e merece nossa lealdade e respeito — com uma ligeira inclinação de tronco, mostrou que aceitava Gulf como o senhor de Cambrun. — Seria para mim uma imensa honra se me permitisse ajudá-lo a dar a luz seu filho. O senhor pode perguntar a Sana a meu respeito: tenho experiência como parteira, e fui eu quem a auxiliou na ocasião do nascimento de seu filho.

  — Obrigada! muita gentileza de sua parte. Confesso que tenho andado tão ocupado em decidir como e quando dar as boas-
novas a meu marido que ainda nem comecei pensar nos preparativos para o nascimento desta criança.

  — Melhor contar tudo a ela — sugeriu Saint. — A parteira deve conhecer os fatos que regem nossa natureza.

  — Há histórico de problemas de parto na familia? — quis saber Agnes.

  — Na família Kanawut ninguém nunca passa por complicações na gravidez ou no parto, e são férteis até demais, o problema é que em geral nascem gêmeos...

  — Ah! — Agnes sorriu, com grande doçura. — Consideramos o nascimento de gêmeos uma bênção dupla. Contudo, acho
melhor não contarmos ao nosso lorde, pois, se bem o conheço, ele ficará preocupado demais com a saúde de nosso senhor. Faremos uma surpresa! — ela afagou a mão de Gulf, fez uma reverência e se afastou.

   A comoção entre os presentes havia arrefecido agora, e Mew já se erguera e caminhava em direção ao marido. Quando ele se aproximou, Gulf o abraçou com ternura.

  — Você está bem, querido?

  — Bem e feliz ao vê-lo recuperado!

  — Não pode imaginar como eu estou feliz por saber que esta grávido — murmurou ao ouvido de Gulf.

  — Também estou tão feliz! Queria lhe dar a notícia numa ocasião especial, mas algo ruim acontecia sempre que eu preparava o momento.

  — O importante é que tudo terminou e você está a salvo e livre de inimigos — Mew beijou-o na face com suavidade. — Faremos uma grande celebração ainda hoje, se não estiver muito cansado, mas agora é melhor você repousar.

  — Não quero repousar. Vestirei uma roupa limpa e me aprontarei para celebrarmos.

  — Levarei meu irmão de volta para seu aposento — disse Saint aproximando-se. — Decerto todos vão querer ver que
ele está sã e salvo. A propósito, querido irmão, Léo está bem e veio conosco — tal notícia fez um enorme sorriso estampar-se no rosto de Gulf.

  Mew beijou Gulf antes de Saint tomá-lo pelo braço e partirem. Antes que o senhor de Cambrun saísse, Agnes dirigiu-se a ele.

  — Nosso senhor concordou que eu faça o trabalho de parto. Se o senhor permitir naturalmente.

  — Com prazer, Agnes — autorizou Mew com um soriso — Custo a acreditar que estou prestes a ser pai! Também mal
posso crer na felicidade de ver terminado o conflito dentro do nosso clã, para que possamos celebrar o nascimento de uma criança Suppasit.

  — Se me permite dizer, senhor.. Seu esposo sabe falar bem, e já havia convencido muitos a respeito de quem tinha razão.

  — Meu amado marido é  lindo e inteligente, e eu me considero um homem abençoado por tê-lo encontrado.

  — Não há a menor dúvida quanto a isso, meu caro lorde. Agora é melhor o senhor voltar para o castelo, e todos nos prepararemos para celebrar. Suponho que haverá fartura de comida e vinho para
brindar, pois o futuro está sorrindo para os Suppasits.

  Emocionado, Mew não se conteve e abraçou a senhora sangue-puro com afeto. Agora que San e Art haviam desaparecido, seu clã enfim tornava a se unir. De fato, o futuro Ihes sorria.

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