De repente, Gulf soltou um murmúrio e se moveu sobre o leito, interrompendo os pensamentos de Mew. Em seguida ele abriu os olhos, e a beleza deles o surpreendeu, seus olhos lhe conferiam uma beleza ainda maior e de alguma forma enigmática.
Gulf hesitou um instante ao fitar Thorn e Mew, Mas de repente se encolheu contra a alta cabeceira da cama, agarrando o travesseiro e colocando contra o peito. Seu corpo estava tenso agora, e havia algo de felino na maneira como ele curvava os dedos com unhas longas, como garras afiadas e prestes a atacar.
— Quem são vocês? — Golf lutava para controlar o medo.
— Sou o Lorde Mew Suppasit, senhor de Cambrun. Este é o meu primo Thorn Suppasit — indicou Thorn, sentado próximo ao leito. — Não se preocupe, não lhe faremos mal, senhor.
Gulf tentou colocar os pensamentos em ordem e avaliar a situação. A voz do estranho era grave e profunda, e soava sincera na sua tentativa de acalmá-lo. Além do mais, ele demonstrava bons modos. Entretanto não sabia se poderia confiar neles. Mew o chamará de Senhor e o nome do Castelo, não lhe era estranho.
— Sou o cavalheiro Gulf Kanawut, do Castelo Dunsmuir.
— Para onde o senhor iria? — Perguntou-o Mew.
— Viajava para o castelo de meu primo, o senhor Mild. Como vim parar aqui?
Mew sabia que devia tomar cuidado ao explicar o que ocorrerá, pois não seria possível revelar o que realmente acontecerá. Ele parecia mais calmo agora, mas mesmo assim Mew resolveu servir-lhe vinho para ganhar tempo antes de proceder as explicações. Ele se afastou, encheu a taça com vinho tinto e o trouxo para Gulf. Ele aceitou a bebida, mas antes a cheirou, desconfiado. Por fim Gulf sorveu um gole com delicadeza, então tornou a fita-lo.
— Eu o carreguei para nosso Castelo — explicou o Thorn. — O senhor havia desmaiado.
Gulf esforçava-se para se lembrar do que ocorrerá. A bebida começava a acalmá-lo. Aqueles homens não parecia ameaçadores, mas havia no ar algo estranho.
Necessito de tempo, e não devo responder a todas as perguntas que me façam, decidiu.
O Lorde que se apresentará como Mew era um homem alto e forte, e a maneira como caminhará para buscar o vinho mostrava que tinha vigor e estava acostumado a dar ordens. Tinha cabelos negros e lisos, caindo em suas ondas até os ombros. Sua face exibia traços viris e anglosos o nariz elegante e lábios finos e atraentes. Seus olhos profundos e escuros possuíam uma beleza difícil de qualificar, e havia uma certa estranheza na cor de sua pele; mas não se tratava de algo doentio. Na verdade, era o homem mais lindo que já conhecerá.
O vinho o esquentava agora, e Gulf fitou o senhor apresentado como Thorn. Também ele tinha uma beleza estranha: suas roupas negras ressaltavam a alvura da pele, e os olhos quase amarelos de alguma forma o faziam pensar numa ave de rapina. De repente ele sorriu, e isso despertou a memória de Gulf.
— Me lembro de você — disse ele. — Você surgiu atrás de mim na montanha.
— Sim, no exato momento em que aqueles infames iam atacá-lo.
— Os que me perseguiam? — Gulf sentiu uma onda de várias recordações lhe voltar a mente.
— Exatamente. Mas não se preocupe, pois seus dias de ladrões assassinos terminaram.
Gulf tomou outro gole de vinho, lembrando-se com mais clareza do que ocorrerá e pensando que os facínoras mereciam o destino que encontraram. Com certeza sua escolta não fora a primeira a ser saqueada por tais ladrões, e a justiça os teriam condenado ao enforcamento caso houvessem sido capturados.
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Cavalheiro da Noite
Fiksi PenggemarPrólogo Dois homens unidos por Laços de Sangue e por uma maldição que assombra seu clã, estão condenados a uma vida sombria e submetidos a desejos estranhos e incontroláveis. Somente o casamento com homens que não compartilham a natureza desses...