Cap 25: O inimigo ataca.

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Gulf estava sentado diante da lareira. Ele se virou ao ouvir a porta abrir, mas seu olhar não era de boas vindas. Embaraçado, Mew se aproximou, mas Gulf tornou a fitar o fogo.

  — Jamais considerei a hipótese de anular nosso casamento — disse Mew, emocionado. — Nem mesmo quando pensei que Thorn talvez revelasse que éramos parentes, ainda que distantes. Além disso, considerando tudo que não lhe contei até casarmos, você tem razão ao afirmar que não posso me indignar por não me haver revelado os fatos sobre sua família. — Mew sentou-se ao seu lado, num gesto que misturava timidez e sentimento de culpa. — Não está escondendo mais nada de mim, está?

  Sentindo a raiva  se esvair, Gulf considerou que ainda não contará que estava grávido.

  — Não escondo mais nada — ele convencerá a si próprio de que não mentia, somente adiava o momento de fazer ao marido uma revelação mais que especial.

  Mew se inclinou e tomou Gulf em seus braços e o fez levantar. Ele se fitaram um instante, mas de repente Gulf se ergueu nas pontas dos pés e beijou seus lábios. Mew retribuiu o rosar de lábios com suavidade e surpresa, pois era a primeira vez que partirá de Gulf o gesto tão ousado. E ele não parou de se surpreender, porque o marido passou a beijar-lhe o pescoço, para seu absoluto deleite.

   Porém, Mew nem imaginava o que viria a seguir. Gulf desabotoou sua camisa e começou a beijar-lhe o peito e o estômago. No instante seguinte, ele abria o cinto; e afinal seus lábios mornos e úmidos tocaram a ereção do marido com tanta suavidade que Mew cerrou os olhos e tremeu de prazer. Mew afagou os cabelos do marido, acompanhando os movimentos de sua cabeça, mas ao sentir que não seria capaz de se conter por muito tempo, ele o ergueu e o carregou para o leito, o penetrando em seguida e jurando para si que jamais tornaria a duvidar da lealdade do homem que o amava e não excitava em fazer carícias das quais só os amantes verdadeiramente apaixonados são capazes.

   Quando terminaram de fazer amor, os dois permaneceram nos braços um do outro sem nada a dizer. A paz retornará entre eles, mas ambos sabiam que ainda haviam limites a ultrapassar antes da felicidade que os unia e se tornar total. Mais uma vez Mew desviará o rosto na hora do clímax, por recear não se controlar e consumar a união de sangue sem ter plena certeza de que Gulf o amava a ponto de aceitar tal ritual. Quanto a Gulf, seguia sem contar que estava grávida, ainda que o fizesse por esperar pela ocasião especial em que tudo seria revelado e a união de sangue ocorresse, provando que seu marido o amava e o desejava ter como eterno companheiro.

  — Está perfeito — disse Gulf, avaliando o preparo do quarto.

  — Não compreendo porque tantas arrumações para conversar com o Lorde. — Sana acabava de polir as duas taças de prata.

  — Trata-se de uma ocasião especial, e quero celebrar o que vamos dizer e fazer: Mew consumará a nossa união me tornando o seu companheiro eterno e eu lhe contarei que vai ser pai. Já esperei 10 dias por uma reação de Sam após Art nos atacar, pois não quero que essa ocasião seja interrompida ou arruinada. Contudo, nada aconteceu e não consigo esperar mais.

— Não é sensato esperar mais para revelar que está grávido — Sana apontou para a camisola de seda que Gulf havia separado. — Ao vê-lo nesta camisola, meu senhor vai desejar fazer outras coisas antes de conversar.

— É este o plano... — Gulf sorriu com malícia.

  — No meio do dia?

— É melhor começar cedo, pois dê certo ficaremos ocupados um bom tempo.

  Sana partiu sem nada dizer, meneando a cabeça num gesto de desaprovação, e Gulf deu uma risadinha ao ver a reação da mulher. Talvez fosse um pouco escandaloso planejar uma tarde de amor com o marido, mas era como se realizasse uma segunda boda. Feliz e excitado, Gulf ainda ajeitou as flores que enfeitavam a mesa servida com vinhos e frutas e se preparou para vestir a camisola, começou a desabotoar o Blaze, quando de repente braços fortes o agarraram por trás, apertando o seu peito com tanta força que ele mal conseguia respirar.

  — Fique quieto, imprestável — murmurou uma voz grave em seu ouvido. — Sabe que posso quebrar seu pescoço se quiser.

  — Sam!, pensou Gulf em pânico ao ser arrastado para uma abertura até então desconhecida para ele no canto do quarto. O inimigo ataca, afinal! No instante seguinte Sam o empurrou pela passagem, mas ainda parou para tocar numa pedra na parede. Então A porta fechou, mergulhando a ambos na mais profunda escuridão.

  A força com que Sam apertava seu peito o obrigavam a respirar com dificuldade. Tanto pelo choque e falta de oxigênio, Gulf sentiu as pernas fraquejarem, e sua última sensação foi ser erguido do chão e carregado para baixo, em meio a escuridão, por uma pequena escada em espiral.

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