— Minha família não tem esse tipo de necessidade, e não posso dizer que aprecio tal maneira de ser; mas aceito a natureza dos Suppasits, e acredito quando me diz que não representam perigo para nós.
— Suspeito que vocês também possuem certos traços familiares que lutam para manter sob controle — sugeriu Mew, fazendo Saint sorrir.
— Meu irmão me contou que você já sabe
a nosso respeito. — Disse Saint e emitiu uma sonora gargalhada antes de se afastar.Ao se ver outra vez sozinho, Mew aproveitou a chance para ir rapidamente encontrar Gulf, que agora conversava com Grace.
— Suponho que vai levar meu irmão embora da festa — disse a esperta garota, assim que Mew se aproximou e enlaçou o marido pela cintura.
— Receio que sim...Sue irmão necessita descansar um pouco.
— Bem, espero que de fato o leve para... digamos... descansar! — Grace sorriu, dando um beijo na face de Gulf antes de rumar saltitando em direção à grande mesa onde finas comidas, bebidas,
doces e bolos estavam servidos.— É ótimo ter jovens cheios de alegria e energia no castelo, não acha? — perguntou Gulf a Mew, enquanto ele o conduzia para fora do salão em direção à escadaria que levava a seus aposentos.
— Sim, meu querido. Os sangue-puro sempre apreciaram e protegeram os mais jovens, mesmo nos tempos sombrios, séculos atrás, quando ainda vagavam pela noite. Passar a infância em Cambrun significa crescer rodeado de amor, carinho e proteção. Você ficará feliz ao ver a maneira como tratarão nossos filhos, e
até se espantará ao perceber o quanto estarão protegidos, sempre, em qualquer parte de nosso feudo. Tanto eu quanto David, os últimos a nascerem aqui há muitos anos, tivemos esta sorte.— É triste quando uma linhagem perde a capacidade de se reproduzir e gerar novos seres.
— Concordo, mas é um fato do qual não se pode fugir. Os casamentos entre parentes para resguardar a linhagem acabam enfraquecendo o clã, e em algum momento é preciso trazer gente nova à família. Compreendi isso há algum tempo, e fico feliz ao constatar que amaioria dos Suppasits também já compreende esta
realidade.Quando entraram no quarto, Mew o deixou e foi avivar o fogo da lareira. A hora finalmente chegou!, pensou o senhor de Cambrum. Seria uma noite especial, na qual algumas coisas terminariam e outras teriam início; e era imprescindivel que ele revelasse a Gulf sobre a união de sangue e seu desejo de torná-lo sue eterno companheiro. Havia o risco de ele recusar se submeter a mordida, mas algo lhe dizia que se Gulf não aceitasse fazê-lo, mesmo assim ele não o rejeitaria por recriminar a necessidade presente em sua natureza e que ele não conseguia evitar. Ao terminar de lidar com a lareira, Mew se virou e sorriu ao notar que Gulf estava atrás do biombo, tirando a roupa para colocar a
camisola.— Vou agora fazer-lhe um pedido, meu amor. Mas, antes devo Ihe revelar uma necessidade que ainda trago comigo, apesar de que acreditava tê-la perdido por não ser sangue-puro absoluto.
Gulf sentiu o coração acelerar ao ouvir aquilo, mas permaneceu atrás do biombo, pois a conversa talvez fosse mais fácil se
não tivessem de se encarar frente a frente.— Quer me contar sobre a união de sangue, Mew?
— Sim! — ele se mostrou surpreso. — Quem lhe falou a respeito?— Sana. Ela notou que eu ainda não tinha a marca.
— Isso torna as coisas mais fáceis para mim, então. Ela também contou como acontece?
— Em vez de enfiar o rosto no travesseiro quando atingimos o clímax, ao fazer amor, você morderá meu pescoço e provará um pouco de sangue.
Gulf falava em tom calmo, demonstrando que encarava a situação com naturalidade; tal atitude deu coragem para Mew ir buscá-lo.
— Você não se importa que eu faça? — Perguntou num misto de excitação e embaraço, ele o conduziu para a frente do biombo. — Por favor, não diga que sim se não tiver absoluta certeza.
— Faz várias semanas que sei sobre a mordida, e ja tive oportunidade de refletir e tomar uma decisão a respeito. Pretendia te contar quando o convidei para o passeio fora do castelo naquela noite, mas Art apareceu. Então preparei uma refeição especial aqui em nosso quarto para fazê-lo esta tarde, mas San atacou. Você necessita da mordida para se sentir definitivamente unido a mim, não é?
— Sim, meu querido. Não posso explicar a razão desta necessidade, mas o fato que a sinto.
— Só acontecerá uma única vez?
— Apenas uma vez, e depois nunca mais. Não se preocupe, eu não o machucarei, e nem à criança que você tem no ventre.
Depois de tudo que aconteceu hoje, esta noite é a ocasião ideal para consumar nossa união. Antes, porém, quero deixá-lo louco de desejo.
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Cavalheiro da Noite
FanfictionPrólogo Dois homens unidos por Laços de Sangue e por uma maldição que assombra seu clã, estão condenados a uma vida sombria e submetidos a desejos estranhos e incontroláveis. Somente o casamento com homens que não compartilham a natureza desses...