EPÍLOGO

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[ GETO SUGURU ]

DOIS ANOS E CINCO MESES DEPOIS

— Como diabos todas essas coisas cabiam no nosso apartamento minúsculo? Tem certeza de que não arrumaram a casa de outra pessoa? — Satoru esticou o pescoço para o caminhão de mudança lotado que acabara de chegar e balançou a cabeça. — Isso não pode ser tudo nosso.

— É melhor ser. Estamos pagando esses caras por hora.

— Merda. Talvez devêssemos ter comprado uma casa maior.

Enganchei meu dedo no cós da calça jeans de Satoru e puxei-o em minha direção para que ele ficasse de frente para a nossa vista incrível, em vez da enorme pilha de coisas que estávamos deixando os transportadores lidarem.

— Olhe para este lugar. Se você acha que há algo melhor no mundo, pode pensar de novo.

Satoru olhou por cima do meu ombro e eu sabia que ele estava observando a casa dos nossos sonhos e as vistas inacreditáveis.

— Esperamos dois anos por isso. Eu não me importaria se mudássemos com apenas um colchão e um pouco de ramen. Ainda valeria a pena cada segundo vivendo na base para finalmente chegar aqui.

— E valeu cada centavo que gastamos na expansão, que você ainda nem viu.

Inclinei-me para morder seu lábio inferior e sorri.

— Então eu acho que você deveria me levar lá para cima para ver o nosso quarto, tenente-comandante Gojo.

— Mmm, eu gosto do jeito que soa saindo da sua boca. — Satoru deu um beijo rápido em meus lábios, agarrou minha mão e acenou para os transportadores, que estavam abaixando a rampa para iniciar o carregamento. — Obrigado, rapazes. Está tudo rotulado.

Ele não esperou por uma resposta, correndo para a porta da frente tão rápido que quase deslocou meu braço quando fui arrastado atrás dele. Eu perdi o aperto em sua mão quando entramos, e ele subiu as escadas até o que originalmente era um pequeno loft e espaço de armazenamento, mas que nós dois concordamos quando compramos a casa que seria o quarto principal perfeito. Só para conseguir a permissão de reforma levou mais de um ano, e somado todo o tempo gasto na construção do anexo, demorou muito mais do que o esperado, mas o tempo não poderia ter sido melhor, no final. Com a minha agenda de turnês com os Blue Angels chegando ao fim, isso significava que meus fins de semana não eram mais dedicados a shows aéreos em todo o país. Apesar de meu tempo com eles ser uma oportunidade única na vida e nada menos que incrível, eu estava ansioso para compartilhar mais do que apenas quatro noites por semana com Satoru.

Aqui. Em nossa linda casa dos sonhos em Tóquio. Nada demais.

— Feche os olhos — Satoru disse do patamar, me vendo subir até o topo.

— Não posso fechar os olhos. Eu vou tropeçar.

— Apenas faça. Eu seguro você.

Parei de me mover e fiz o que ele disse, e alguns segundos depois as mãos quentes de Satoru envolveram as minhas, me guiando lentamente pelo resto do caminho. Se ele queria criar expectativa, ele me tinha.

— Isso é o que eu ganho por deixar você assumir o projeto — eu disse, me equilibrando cuidadosamente nos degraus.

— Deixar? Quando você acha que teria encontrado tempo para planejar tal feito?

— Você, de todas as pessoas, deveria saber o quão bem eu sou em multitarefas.

Satoru claramente entendeu a insinuação sexual em alto e bom som, porque soltou um gemido torturado.

Danger Zone | SatosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora