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só deus sabe como tá a mente do palhaço

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[ GOJO SATORU ]

— Porra! — eu gritei quando entrei no vestiário e joguei meu capacete contra a porta do armário. — Porra, porra, porra.

Eu tinha acabado de sair de um voo infernal e ainda estava furioso com a forma como aquela merda tinha acontecido. Ou seja, como eu vacilei e Sukuna me venceu - Sukuna.

Hoje foi a primeira vez em muito tempo que fiquei em segundo lugar, e não foi preciso ser um gênio para descobrir a razão por trás disso. Nos últimos dias, eu estive remoendo meu desentendimento com o querido e velho pai de Suguru, e embora eu tentasse deixar essa merda de lado, era bastante óbvio que eu estava fazendo um péssimo trabalho.

Meu desempenho no ar hoje foi uma merda. Desde o segundo em que subimos até o momento em que Sukuna me prendeu e não me soltou, meu voo foi mediano, para dizer o mínimo. Eu estava pensando demais, cortesia do capitão Geto, e se o objetivo dele era diminuir a competição para que seu filho permanecesse entre os primeiros da turma, então ele deveria estar muito orgulhoso de seus esforços depois do dia desastroso de hoje.

Chutei a base de concreto da baía e praguejei quando a dor ricocheteou na minha perna. Pulei com um pé só e me repreendi por mais uma decisão incrível, depois tirei meus óculos de sol e os joguei no banco à minha esquerda.

Este dia poderia acabar logo, no que me dizia respeito, e o capitão Geto poderia ir se foder.

— Ah, então foi aqui que você enfiou o rabo e correu depois que eu dei uma surra em sua bunda agora a pouco.

Sukuna... ótimo. Ele era o último filho da puta do planeta que eu queria ver agora. Mas pelo jeito que meu dia estava indo, não fiquei surpreso ao descobrir que até o universo estava contra mim.

— Vá se foder, Ryomen. Eu não estou no clima.

— Oh, que pena — Sukuna continuou como o merda que ele era. — Não é tão divertido ser o alvo da conversa fiada, não é?

Não, não era, porra. Mas se Sukuna continuasse, ele seria o alvo do meu punho. Normalmente, eu gostava de discussões competitivas e conversa fiada, mas a tensão dos últimos dias finalmente me alcançou.

Tensão com o capitão Geto… Tensão com Suguru…

Tensão comigo mesmo e com cada pequeno movimento que eu fazia, e eu sabia que estava muito perto de explodir.

Decidindo que era melhor ignorar Sukuna, soltei o arnês de voo das pernas, da cintura, do peito e dos ombros antes de pendurá-lo no gancho. Eu precisava sair daqui, quanto mais cedo melhor. Talvez eu desse uma volta e tentasse clarear a cabeça, ou talvez...

— Satoru?

Ao som da voz de Suguru, eu estremeci, e a risada zombeteira de Sukuna fez meus dedos se fecharem em punhos.

— Ahh, olha, seu namorado veio garantir que você não voltou aqui chorando como uma putinha.

— Juro por Deus, Ryomen, se você não se afastar de mim agora, eu vou…

— O quê? Chutar minha bunda? — ele riu. — Tenho certeza que você provou que a única coisa que está interessado em fazer com uma bunda hoje em dia é fodê-la.

Me virei para ele tão rápido que minha cabeça girou, então eu agarrei seu arnês e o puxei até que nossos narizes estivessem praticamente se tocando. Meu peito estava arfando, minha raiva alta. Sukuna me encarou com um olhar de desprezo nos olhos.

Danger Zone | SatosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora