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e temos aos poucos o suguru relaxando mais com as brincadeiras do satoru

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[ GETO SUGURU ]

Na manhã seguinte, eu estava fechando o zíper do meu traje de voo, me preparando para o dia, quando ouvi a risada de Satoru ecoando no corredor do lado de fora do vestiário. Mal dormi na noite passada, muito ocupado pensando no que havíamos feito na praia. Eu quis aquilo, Deus sabe que eu quis, mas a dura realidade era que eu tinha perdido meu controle em um lugar público, onde alguém poderia ter nos visto. Minha adrenalina havia assumido o  controle e, antes que eu pudesse pensar demais nas consequências, caí de joelhos para provar o homem que estava negando.

Eu não podia dizer que me arrependi, no entanto. Mesmo que eu estivesse em conflito, lembrar do jeito como nos beijamos, do jeito como toda a tensão deixou meu corpo quando gozamos juntos contra os penhascos... Droga. Eu estava praticamente duro só de pensar nisso. E mesmo que não devesse, eu queria mais.

— Por que você está sorrindo? — Hiroshi disse, abrindo seu armário ao meu lado. — Eu pensei que era porque você matou Gojo depois do que aconteceu ontem, mas eu acabei de vê-lo, então…

— Só estou pronto para chutar sua bunda hoje, é tudo.

Hiroshi bufou e chutou os sapatos para dentro do armário. 

— Como se isso fosse acontecer. Além do mais, vi os pares de hoje na mesa de Kento, e você pegou Alphabet.

— Sorte sua.

Olhei por cima do ombro e vi Satoru e Haibara brincando um com o outro da mesma forma que Hiroshi e eu fizemos. Enquanto Satoru respondia algo que seu amigo disse, seus olhos encontraram os meus, iluminando-se e fazendo-o vacilar por um segundo. Essa hesitação momentânea fez Haibara olhar em volta, e eu rapidamente me virei. A última coisa de que eu precisava era que a fofoca começasse, e eu rezei para que Satoru entendesse que era melhor não contar a ninguém sobre ontem.

Eu estava pegando meus aviadores do armário quando ouvi aquela voz muito familiar atrás de mim.

— Oi. — Satoru, ainda vestido casualmente com jeans e uma jaqueta de motoqueiro, enfiou as mãos nos bolsos de trás e me deu um pequeno sorriso.

Droga, ele era bonito. Muito bonito. Seu cabelo ainda estava molhado, como se ele tivesse tomado banho e colocado o capacete logo depois, e algo nisso era tão sexy que tive que me lembrar de onde estávamos para não estender a mão e tocá-lo.

Sabendo que havia olhos em nós, que outros estariam ouvindo, levantei meu queixo em saudação.

— Oi.

Não era o que eu queria dizer, assim como eu podia dizer que havia algo mais que ele queria acrescentar, mas deixamos todas essas palavras não ditas entre nós. O que mais poderia ser dito?  "Ei, cara, gostei do orgasmo épico ontem, e você? Tem tempo depois para uma segunda rodada?" Isso não era algo que precisava ser divulgado, e pela primeira vez, Satoru manteve a boca fechada. Balançando-se sobre os calcanhares, ele acenou para mim, aquele sorriso ainda em seu rosto, e depois voltou para o seu armário para se trocar.

Foi só então que eu notei o silêncio mortal que ficou o ambiente, como se todos estivessem prendendo a respiração. Ah, sim. Eles estavam esperando para ver se nos mataríamos. Afinal, ontem tínhamos deixado a base furiosos, por isso faria sentido estarmos dando socos e insultando um ao outro agora.

Só que não tínhamos. Ele sorriu. Só Deus sabia o que estava passando pela cabeça de todos.

— O que diabos aconteceu? — Hiroshi sussurrou, mas estava tão silencioso que eu não ficaria surpreso se Satoru o ouvisse do outro lado. — Por que ele está sendo tão... legal?

Danger Zone | SatosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora