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VEM AÍ

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[ GETO SUGURU ]

Eu abri meus olhos e vi uma luz brilhante espreitando pelas cortinas. Eu não tinha idéia de que horas eram, e quando peguei meu telefone, todos os músculos do meu corpo gritaram em protesto.

— Eu te cansei muito? — a voz de Satoru, grossa como cascalho, me fez virar a cabeça para vê-lo deitado de bruços ao meu lado, os braços em volta de um travesseiro e os olhos fechados.

— Tenho certeza de que preciso de um banho de gelo — eu disse, rindo enquanto pegava meu telefone para ver as horas. Ainda era cedo, pouco depois das seis, mas como só tínhamos desmaiado bem depois da meia-noite, não foi uma noite muito tranquila.

Eu não estava reclamando.

— Eu vou aceitar isso como um elogio. — Satoru sorriu. — Estamos atrasados?

— Não — coloquei meu telefone de volta na mesa de cabeceira e fiquei de lado para encará-lo. Seus olhos estavam finalmente começando a se abrir, embora parecesse que sendo necessário um grande esforço.

— Parece que não consigo mexer meu corpo — disse Satoru, suas palavras meio abafadas no travesseiro. — Talvez você devesse me acordar. — ele balançou as sobrancelhas e eu ri.

— Ficamos sem camisinha por volta das duas da manhã…

— Ah, merda. Isso mesmo.

Eu precisava me levantar, me vestir e voltar para o meu quarto para tomar um banho, mas não conseguia me mexer. Passamos horas nos revezando como se fossem rounds de uma luta de MMA, e tive certeza que quando me olhasse no espelho mais tarde haveriam hematomas ou algum tipo de marcação.

Mas caramba... Eu não sabia o que estava perdendo ao não dar uma chance a Satoru. Ou talvez eu soubesse no fundo e não queria que um gostinho se transformasse em um desejo total. Ele foi a foda mais quente e suja que eu já tive na minha vida, tudo o que ele prometeu e muito mais. Satoru era o mesmo cara quando estava voando ou fodendo - convencido, mas com as habilidades necessárias, agressivo... e imprevisível. Seria perigoso para minha saúde ficar viciado em um cara como ele.

Isso não aconteceria, no entanto. Essa coisa entre nós era abrasadora, com certeza, mas não iria a lugar nenhum, e nós dois sabíamos disso.

— Você está pensando muito aí.

Virei minha cabeça e vi que seus olhos estavam fechados novamente.

— Como você sabe?

— Consigo ouvir as engrenagens girando. Alguma vez você para?

Eu rolei para o lado, ficando de frente para ele e deixei meus olhos vagarem pela pele macia de seus braços abraçando o travesseiro.

— Tenho certeza que parei na noite passada.

Ele abriu os olhos e eles eram lindos. Não era algo que eu diria a ele, mas nunca tinha visto cílios tão grossos em um homem antes. Deveria parecer ridículo, como se ele tivesse passado horas aplicando delineador e rímel brancos neles, mas eu sabia que ele não tinha. Seus olhos sempre eram tão cativantes, sempre tão hipnotizantes, e não olhar para eles estava rapidamente se tornando um problema.

— Hmm, você parou, não foi? Eeeee...?

Eu não consegui parar meu sorriso.

— Essa é a sua maneira de me perguntar se eu me arrependo?

— É, pode ser isso. Mas, falando pessoalmente, eu estava pensando em algo mais do tipo: foi tão bom para você quanto foi para mim?

— Está se sentindo inseguro?

Danger Zone | SatosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora