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[ GETO SUGURU ]

O sol mal tinha começado a aparecer através das cortinas quando rolei de bruços, me espreguiçando nos lençóis quentes. Senti uma dor deliciosa em meus músculos, do tipo que só vem de uma noite de pura felicidade que devora o corpo. Abri os olhos e foquei no homem dormindo profundamente ao meu lado e sorri.

Satoru estava deitado de costas, um braço curvado sobre a cabeça, a respiração firme e tranquila. Era incrível como ele parecia inocente e pacífico quando dormia, especialmente quando se considerava o homem selvagem e desenfreado que ele se tornava durante as horas de vigília. Eu o conhecia bem o suficiente para saber que ele não era só isso, que por trás de seu exterior havia uma vulnerabilidade que ele não estava disposto a mostrar a ninguém.

E ele é meu, pensei, enfiando os braços debaixo do travesseiro para poder vê-lo melhor. Todo meu.

As sobrancelhas de Satoru se uniram e ele emitiu um leve gemido quando rolou para o lado, de frente para mim. Não pude resistir e estiquei a mão para tocá-lo. Passei os dedos levemente sobre o lado de sua cabeça, onde seu cabelo era mais curto, contente em vê-lo dormir o tempo que ele quisesse. Mas, poucos segundos depois, ele bocejou e se esforçou para levantar as pálpebras pesadas.

— Você fica muito fofo quando dorme — eu disse, passando meus dedos por sua mandíbula. Antes que eu pudesse me afastar, ele agarrou meu pulso, mantendo minha mão em seu rosto.

— É por isso que você não me acordou? — ele sufocou outro bocejo. — Eu não sou fofo quando estou acordado?

— Fofo não é a palavra que eu usaria para descrever você, a menos que você esteja dormindo, confie em mim.

Satoru sorriu e beijou minha palma.

— Não? Qual seria então? Irresistível? Devastador? Excepcionalmente... grande?

Rindo, empurrei Satoru de costas, debrucei-me sobre ele e dei um beijo embaixo de sua orelha.

— Todas essas coisas — eu murmurei, depois beijei seu pescoço, passando por seu queixo, aterrissando na minha parte favorita dele: sua boca. Passei meus lábios sobre ela uma, duas, três vezes. Satoru gemeu e apertou minha bunda.

— Só para você saber, não vamos sair desta cama hoje — disse ele, enterrando o rosto no meu pescoço.

— Não? Vai me acorrentar e me forçar a ficar?

— Se eu tiver que fazer isso. Ou talvez sejam apenas preliminares.

Eu sorri e rolei de volta para o meu lado da cama, pegando meu telefone da mesa de cabeceira.

— Deixe-me limpar minha agenda lotada.

— O quê, tinha um encontro com Hiroshi?

— Quase. Íamos para a academia mais tarde.

— Você quer dizer que não fiz um trabalho minucioso o suficiente para cansar você ontem à noite? — Satoru chegou mais perto de mim. — Acho que vou ter que fazer hoje.

Eu ri e mandei uma mensagem, deixando Hiroshi saber que eu não iria. Foi só depois que eu enviei a mensagem que percebi como ainda era cedo. Bem, o filho da puta acabaria vendo.

Depois de desligar o telefone, virei de lado para que Satoru e eu ficássemos de frente um para o outro. A noite passada foi incrível, e ele disse exatamente o que eu precisava ouvir, mas ainda havia conversas que precisavam ser feitas - e com o nosso tempo juntos no NAFTA se esgotando, elas precisavam acontecer mais cedo ou mais tarde.

Satoru deve ter notado a mudança em meus pensamentos, porque suspirou e pegou minha mão, entrelaçando seus dedos nos meus enquanto ela descansava nos lençóis entre nós.

Danger Zone | SatosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora