Apaixonada

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Na manhã seguinte, ao fazer a checagem de cada paciente no início de seu plantão, Caroline adiou ao máximo uma paciente em específico. Passou em todos os outros quartos, falou com Douglas, foi até a pediatra desnecessariamente já que o menino Pedro já havia recebido alta, até que Carolana a chamou, pois tinha uma cirurgia marcada e precisava fazer a checagem da delegada. Bufando, Carol se deu por vencida e marchou até o quarto. Chegando lá encontrou Naiane que estava sendo a acompanhante de Montibeller.

Naiane: bom dia, ela já vai pra casa? – perguntou para as médicas.

Carolana: bom dia – sorriu – ainda não – Rosamaria bufou e a neurocirurgiã olhou diretamente para ela ao falar – como seus colegas estavam de cinto e não sofreram uma tentativa de assassinato, eles serão liberados ainda hoje, já a dona delegada fica até amanhã.

Rosamaria: alguém já te falou que você é exagerada? – disse com uma carranca em seu rosto.

Carolana: já sim, mas eu não me importo – deu de ombros – agora deixa eu fazer o meu trabalho porque os internos precisam ser atualizados desse caso – olhou para os médicos novatos ali presentes, três ao todo – Gattaz, escolhe alguém aí para começar – Carol que até então estava quieta apenas olhando o tablet com o prontuário eletrônico, levantou a cabeça para ver quais eram os internos da vez, antes de responder.

Carol: Dr. Maique Reis – foi direta.

Maique: Rosamaria Montibeller, 29 anos, observação em neuro e trauma após capotamento de veículo e um ferimento por arma de fogo na região do abdômen, sem necessidade de cirurgia, porém chegou inconsciente no hospital, estava com um colete a prova de balas que absorveu parte do impacto, e não usava o cinto de segurança no momento do acidente – apresentou o caso.

Carol: exames? – falou simples.

Maique: tomografia computadorizada do corpo inteiro não revelou lesões mais graves, apenas uma concussão leve – respondia com maestria – apresenta sinais vitais estáveis, sem alterações durante o período de internação, funções cognitivas e motoras preservadas e sem intercorrências – finalizou.

Carol: parecer neuro?

Carolana: se a paciente não apresentar intercorrências durante as próximas 24h, poderá receber a alta hospitalar – disse – parecer trauma?

Carol: o Reis fará a limpeza do ferimento no abdômen e apresentará a avaliação para mim ou para a Dr. Nobre, mas como a paciente apresenta apenas uma concussão leve, não há necessidade do trauma estar à frente do caso. A neuro fica responsável – finalizou sem ao menos olhar para Rosamaria.

Rosamaria: quanto tempo eu preciso ficar afastada do serviço? – perguntou para Gattaz.

Carol: Dr. Silva, é com você esse parecer, com licença – deu um beijo na cabeça de Naiane e saiu.

Com exceção de Rosamaria, todos ali ficaram confusos com a atitude da mais velha, já a delegada ficou frustrada.

Carolana: bom, eu vou falar com a Gattaz e com a Nobre, mas acredito que em três semanas você já pode retornar ao trabalho.

Rosamaria: tudo isso? – estava abismada.

Carolana: pancada na cabeça, ferimento no abdômen, perda de consciência por alguns minutos, tem que agradecer que está viva – falou brava – e quando voltar ainda vai ser pegando leve, nada de aprontar – falou com o dedo indicador apontado para a paciente – internos liberados, Reis faça a limpeza e depois apresente sua avaliação para a Caroline ou para a Lara, por favor – pediu – Naiane cuida dela e qualquer coisa me chama que eu venho adiar a alta dela por mau comportamento – Rosamaria mostrou a língua.

Nossa Vida - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora