Susto

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A semana que passou foi quase que torturante para Rosamaria e Caroline. Logo após receber a ameaça em sua casa, e podemos dizer que não foi a única que recebeu, a delegada tratou de informar tanto aos seus colegas, Souza e Kudiess, como também avisou José Roberto. Mas a vida não pode parar e o trabalho também não. Montibeller seguiu com sua operação e a prisão de Monteiro estava cada vez mais próxima, dessa vez a equipe estava preparada para qualquer emboscada.

Já Caroline passou dias infernais no trabalho. Hugo passou por algumas complicações e coube à Dr. Gattaz realizar os procedimentos necessários, o que estendeu a internação dele. Suas amigas bem que tentaram amenizar e ajudar, mas a médica sabia que no final da semana o cansaço psicológico seria maior que o físico.

O casal pouco se viu, conversaram por ligações e mensagens, chegaram a passar uma noite juntas na casa da mais velha, e foi o que diminuiu o aperto no peito de Rosamaria. 

Em mais uma sexta-feira como qualquer outra, ambas fizeram suas obrigações matinais, Rosamaria combinou de ir buscar Caroline no hospital para irem jantar em um restaurante novo. Dr. Gattaz fez um total de três cirurgias e aquilo foi cansativo, mas um dia longe de Hugo era um dia bom. Já a delegada passou o dia montando os detalhes finais da operação junto à Stevanovic. Ao final daquele dia, BH teria um bandido a menos nas ruas.

E assim foi, antes mesmo da hora do almoço, viaturas dirigiram-se até o esconderijo do criminoso, enquanto a catarinense acompanhava tudo direto de sua sala. Estava apreensiva, ansiosa e um pouco revoltada por não estar participando efetivamente de tudo. Foi só quando os policiais chegaram trazendo Monteiro que Rosamaria descansou. Todo procedimento foi realizado dentro dos padrões e Monteiro estava oficialmente preso. 

Já no hospital, Caroline estava para encerrar seu plantão quando uma das internas novatas a chamou.

Carol: Dr. Mesquita, precisa de alguma ajuda?

Mesquita: Dr. Gattaz, sei que está no final do plantão, mas um paciente pediu para chamá-la – a interna estava inquieta e Carol notou.

Carol: Hugo? – perguntou já deduzindo devido ao nervosismo da mais nova.

Mesquita: sim, eu até tentei dizer que a doutora já estava em fim de plantão, mas ele não aceitou muito bem.

Carol: ele fez alguma coisa com você? – diminuiu o tom de voz.

Mesquita: ele falou algumas coisas, mas eu estou tentando ignorá-lo – forçou um sorriso.

Carol: vai descansar, vou pedir para a Dr. Nobre tentar colocar você em outros casos.

A mais nova agradeceu e saiu. Caroline se dirigiu até o quarto do homem. Ao chegar na porta, encostou na maçaneta, mas antes de abrir, respirou fundo criando coragem.

Carol: algum problema? – perguntou rude logo que entrou.

Hugo: nossa – disse debochado – é assim que você trata seus pacientes?

Carol: Hugo, eu terminei meu plantão e estou indo embora – falou se virando para sair.

Hugo: espera – falou com um tom mais sério – hoje a polícia veio aqui, Bruna me denunciou, isso tem dedo seu, não tem?

Carol: não – disse firme – tem dedo seu, você agrediu a Bruna, Hugo, não eu.

Hugo: você disse para ela denunciar.

Carol: Hugo, vou ser bem sincera – disse cansada – você não tem alterações, meu plantão acabou e vê se deixa meus internos em paz.

Nossa Vida - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora