Nossa Vida - Rosattaz

Alta

O dia de Caroline foi uma loucura, com cirurgias e mais cirurgias, pacientes e mais pacientes. Após o almoço com Naiane, Gattaz quase não teve tempo de ir ao banheiro. Ao fim de seu plantão, estava cansada e só queria sua casa, mas antes iria passar no quarto de Rosamaria, estava na hora de conversarem.

Ao se aproximar do local, Caroline viu Jovana sentada na ponta da cama de Rosamaria, um buquê de flores ao lado, mãos dadas e sorrisos. Sentiu que estava errando e apenas seguiu em frente, para sua casa, determinada a esquecer que um dia esteve apaixonada por Rosamaria. Gattaz, ali, decidiu que também iria deixar as coisas voltarem a ser como era antes.

Já no quarto, Rosamaria agradecia a preocupação de Stevanovic e tentava explicar para ela algumas coisas.

Rosamaria: Jole, não dá pra gente voltar ao que era antes – viu Jovana abaixar a cabeça – olha, eu realmente agradeço por você ter vindo até aqui, agradeço pelas flores, as desculpas, mas eu não posso – foi firme – não seria justo com você nem comigo.

Jovana: tem outra pessoa?

Rosamaria: tem – sorriu fraco – mas não é um relacionamento, eu tenho sentimentos por outra pessoa – confessou – mas não é só isso, pensa no que aconteceu, você deu voz de prisão para uma amiga minha, invadiu minha sala daquele jeito, foi extremamente grosseira – relembrou – Jole, eu te levei para a corregedoria.

Jovana: vamos deixar tudo isso de lado, eu estou disposta a passar por cima de tudo.

Rosamaria: mas eu não – foi firme – eu aceito termos uma amizade, voltarmos a conviver, mas nada mais que isso.

Jovana: nunca mais? – tentou uma última vez.

Rosamaria: nunca mais – falou já cansada pela insistência – eu acho melhor você ir.

E as duas se despediram. Rosamaria estava quase pegando no sono quando viu Sheilla passando pelo corredor.

Rosamaria: enfermeira Castro – chamou.

Sheilla: precisa de alguma coisa? – perguntou entrando e checando os aparelhos conectados na paciente – como você está?

Rosamaria: eu quero ir para casa – choramingou como uma criança.

Sheilla: tá igualzinho a Helena quando ela estava aqui.

Rosamaria: falando em Helena, a mãe dela está por aqui?

Sheilla: ela não passou aqui? – Rosamaria negou confusa – nós estamos em plantões trocados hoje, ela tava saindo e eu chegando, perguntei de você e ela disse que ia passar aqui antes de sair.

Rosamaria: a última vez que vi a Carol foi de manhã.

Sheilla: estranho – comentou – bom, eu preciso ir, mais tarde passo aqui.

Se despediram e Rosamaria ficou em silêncio processando as últimas informações: Gattaz iria até seu quarto, mas não foi. Stevanovic esteve ali. Será que Carol viu Jovana e confundiu as coisas? Foi pensando nisso que Rosamaria dormiu, o dia seguinte seria corrido e ela daria um jeito de falar com Gattaz e explicar tudo, pelo menos foi o que ela pensou.

Logo no começo da manhã, Dr. Nobre já estava em seu quarto.

Lara: bom dia, eu vim para te dar a alta do trauma – falou – olhei todas as anotações da Dr. Gattaz, vi a avaliação do Dr. Reis, e com o trauma não tem mais questão alguma, agora você só precisa esperar a liberação da neuro.