Embate

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POV Caroline

Caótica. Essa é a palavra que define a minha segunda-feira. Eu até tentei desestressar durante o final de semana, e consegui. O problema é que com a semana começando, tudo caiu no meu colo de uma vez.

Já comecei o dia com uma questão que teria que ser resolvida ainda hoje. Rosa viaja amanhã e adiamos tanto contar para Helena que quando percebemos já era hoje de manhã, já tínhamos deixado ela na escola e nada havia sido explicado ainda. Minha namorada estava apreensiva porque nossa filha comentou algumas vezes sobre se sentir mais segura quando a levamos para a escola, e Rosamaria até pensou em desistir de cumprir suas obrigações com a polícia. Quase me atrasei para o trabalho, pois passamos um tempo conversando até estabelecermos que faríamos uma festa do pijama essa noite e assim, explicaremos tudo para Lena.

Fora isso, ainda tive todo o estresse do trabalho e por alguns segundos tive vontade de largar tudo. Comecei o dia sendo exigida em uma reunião com os diretores do hospital. Apesar de cansativa, foi bom para eu ter uma noção do que esperam de mim, do que preciso fazer, e o melhor de tudo, recebi o apoio e confiança dos meus superiores, isso me deu um gás a mais.

Confesso que gostaria de ter operado, atuado na emergência, alguma coisa do tipo para matar a saudade do pronto socorro, do trauma, do agito médico. Mas, entender mais sobre meu novo cargo, analisar algumas papeladas com as quais terei que lidar, e ter a oportunidade de me reunir com a equipe médica do caso do Bernardo, tudo isso me deu uma visão das minhas próximas semanas.

Mas aí veio a mudança no dia. Durante os estudos do caso, recebemos a informação de que nosso paciente e colega já estava nas dependências do hospital, pronto para dar entrada e começar sua hospedagem ali. Com isso, eu, Natalia e Carolana fizemos questão de acompanhar todo o processo. 

Ao entramos no quarto em que ele estava já acomodado, nos surpreendemos em vê-lo com duas mulheres, uma delas foi possível reconhecer de imediato, ex ou atual mulher dele.

Carolana: oi, chefinho – cumprimentou o homem já com as vestes de paciente.

Bernardo: Ana Carolina, agora sou apenas seu paciente – deu risada – deixa eu apresentar vocês – deu um aperto em minha mão quando me aproximei – essas são as minhas médicas, escolhidas a dedo, Ana Carolina, Natalia e Caroline.

Carol: é um prazer – acenei com a cabeça levemente para as mulheres.

Bernardo: essa é minha esposa, Vera – falou orgulhoso – entre idas e vindas, finalmente estamos vivendo nosso casamento de conto de fadas – riu e eu fiquei feliz por ele.

Vera: nem tão conto de fadas assim – negou com a cabeça – não vejo a hora do Bernardo estar recuperado, quando ele me falou sobre se afastar do hospital, achei que finalmente teríamos uma viagem de lua de mel – torceu a boca – nunca imaginei que o afastamento seria na verdade uma cirurgia.

Natalia: não se preocupe, dona Vera, nós faremos o possível para o plena recuperação do doutor Rezende.

Bernardo: eu confio em vocês de olho fechado – falou confiante – e deixa eu apresentar a minha nora, Aline – ao ligar os pontos, precisei me manter firme – ela fez questão de nos acompanhar hoje, uma menina de ouro, quase uma filha.

Aline: para com isso, Bernardo – suas bochechas coradas – é um prazer conhecer vocês – ela estava sendo gentil – meu sogro rasgou elogios a todas vocês.

Carolana: ficamos honradas por isso – percebeu minha inércia – vocês têm alguma dúvida?

Vera: eu queria saber se ele poderá ter acompanhante? – perguntou tímida – queria ficar aqui com ele.

Nossa Vida - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora