Nossa Vida - Rosattaz

Colo

POV AUTORA

Vimos o que aconteceu no dia da Rosa, e agora vamos entender o motivo da Caroline ter ficado tão agitada com uma simples ligação pela manhã.

Já percebemos que Gattaz ainda tem resquícios de querer resolver tudo sozinha, mas nem sempre isso é possível. Não basta ser apenas o conforto de alguém, precisamos ter um conforto nosso também. Carregar o mundo nas costas não é possível, às vezes os nossos fantasmas voltam para nos assombrar, e é aí que precisamos de suporte.

POV NARRADOR

Há alguns dias a equipe médica responsável pelo caso de Hugo já havia chegado à conclusão de que ele estava prestes a receber alta. Isso estava atormentando Caroline, pois há algumas semanas ele fazia ameaças a respeito de Helena. Tudo piorou quando Mesquita contou para a médica que o paciente havia feito perguntas sobre a pequena. Gattaz então deixou a interna encarregada de avisar sobre qualquer atitude de Hugo, e foi isso que ela fez naquela manhã – quase madrugada – de quinta-feira.

Na ligação, Mesquita informou à Caroline que Hugo receberia alta a qualquer momento, e a mãe de Helena se desesperou. Julia não estava ali para cuidar do caso, e ela não queria preocupar Rosamaria. Foi pensando nisso que chegou ao hospital e foi direto ao quarto de Hugo. Na porta, Camila Mesquita a esperava.

Mesquita: bom dia, Dr. Gattaz – se cumprimentaram – desculpa te ligar esse horário, mas quando ele soube que receberia alta, a primeira coisa que falou foi sobre a sua filha, ele insiste em perguntar o nome, se ela vem aqui no hospital com frequência – estava aflita – ele percebeu que não vou falar nada e agora solta ameaças, diz que mesmo eu não falando, ele vai descobrir, que vai tirar a menina de você, eu estou realmente preocupada.

Carol: obrigada por me ligar, eu vou resolver isso agora mesmo – entrou no quarto e na mesma hora, Hugo soltou uma gargalhada – eu vou te avisar uma vez só, não ouse tentar se aproximar da minha filha, eu te mato, Hugo.

Hugo: sua cachorrinha foi correndo te contar, né? – riu – cuidado, sua namorada vai ficar com ciúmes, inclusive, não sabia que Naiane estava por aqui, eu teria feito uma visita a ela, ou pelo menos teria pedido para a Pri dar uma passadinha aqui.

Carol: você pode até sair daqui hoje, mas se você pensar em se aproximar da minha família, eu acabo com sua vida – disse firme – eu não estou brincando, Hugo, eu faço o que eu deveria ter feito anos atrás.

Hugo: você mudou – seu sorriso já não estava mais presente – você deveria ter continuado aquela puta calada que era antes, que quando pensava em mostrar as asinhas, só um tapa já resolvia, naquela época era mais fácil te colocar no seu lugar – Carol tentava não demonstrar como as palavras estavam lhe afetando – sua sorte é que eu não sou maluco de encostar a mão em você aqui, mas você vai me pagar, a menina pode não ser minha filha, mas você acabou com a minha vida e eu vou retribuir o favor, pode esperar – ameaçou.

Carol: não ouse, você já me fez de gato e sapato, mas as coisas mudaram, não queira conhecer o meu pior lado, o lado que mata e morre por quem eu amo – se virou e colocou a mão na maçaneta da porta – diferente de você, não estou ameaçando, estou te prometendo, se você vier atrás da minha família, eu acabo com a sua vida.

E saiu. Tremendo, sem ar, pálida, sem sentir suas pernas e nem segurar seu choro. Estava prestes a perder a força nas pernas quando Camila se aproximou e a segurou pela cintura, apoiando o corpo maior.

Mesquita: o que aconteceu, doutora?

Carol: eu não estou bem, me tira daqui – pediu puxando o ar com o máximo de força que conseguia.