Escritório

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Depois do primeiro dia de volta à rotina, tudo o que Rosamaria queria depois de jantar com Carol e Helena, era curtir um momento com a filha. E Caroline, percebendo isso, pediu para que a namorada ajudasse a criança em sua preparação para dormir, enquanto ela mesma organizava a bagunça do jantar.

Helena: mamãe, você trabalhou muito hoje? – perguntou deitando-se na cama.

Rosamaria: muito – riu fraco e se preparou para cobrir a filha com o edredom.

Helena: e você ficou com medo do homem mau aparecer no seu trabalho? – sua voz quase não foi ouvida de tão baixo que falou.

Rosamaria: o homem mau? – engoliu em seco e respirou fundo – você ficou com medo? – recebeu silêncio e percebeu que Helena não iria responder, sentou-se na cama e se preparou para uma conversa difícil – no começo eu fiquei com medo, sim, mas depois eu lembrei que o homem mau não vai mais machucar ninguém, e aí eu fiquei bem.

Helena: ele morreu? – Rosa hesitou, mas assentiu – eu fiquei com um pouco de medo hoje na escola, mas depois passou, e na natação eu achei que ia ficar, mas a mamãe tava lá e aí eu não fiquei.

Rosamaria: é normal sentir medo, filha – fez um carinho no rosto da menina – e você pode sempre falar comigo e com a Carol, nós só queremos que você fique bem.

Helena: amanhã você pode me levar na escola de novo?

Rosamaria: claro que sim – sorriu – mas por quê você quer que eu te leve?

Helena: porque quando eu tô com você e com a Mamãe Carol, eu não sinto medo – deu de ombros.

Rosamaria: eu amo você – disse emocionada – e eu sempre vou fazer de tudo para ver você feliz, agora descansa porque amanhã você tem aula – deu um beijo em sua testa.

Helena: boa noite, mamãe, dorme bem e não esquece que a Lena te ama – disse virando-se de lado e fechando os olhos.

Rosamaria: boa noite, Lena, dorme bem e não esquece que a mamãe te ama – deu um último beijo no rosto da filha, acendeu o abajur e apagou a luz, fechando a porta ao sair.

Caminhou calmamente até a cozinha, mas não encontrou Carol lá, estranhou e se dirigiu até a varanda, passando pela sala e notando que a mulher também não estava por ali. Foi até o quarto e nada, até perceber a fresta de luz que saía pelo vão da porta do escritório da casa.

Rosamaria: te achei – falou entrando no cômodo – fazendo o que?

Carol: você não foi a única que trouxe trabalho para casa – apontou para uma pasta de arquivo deixada na mesa por Montibeller.

Rosamaria: você não deveria ter mexido nisso, Carol – se alarmou e pegou a pasta rapidamente.

Carol: apesar de saber o que é, eu não mexi – falou simples olhando para a tela de seu laptop – estou esperando você falar sobre isso, mas também tenho um caso a estudar.

Rosamaria: como você sabe? – questionou e Carol apenas lhe encarou com um sorriso fraco – a Stevanovic não consegue ficar de bico calado – exclamou para si – eu vou falar disso depois que você me falar sobre seu caso.

Carol: senta aí – Rosamaria sentou-se na cadeira do lado oposto ao que Caroline estava na mesa, de frente para a namorada – sou a nova chefe interina da cirurgia – começou e assim que viu um sorriso surgindo nos lábios da delegada, continuou – é bom e não é, Bernardo vai ficar afastado por um bom tempo.

Nossa Vida - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora