Pesadelo

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Belo Horizonte amanheceu chuvosa, um jeito diferente comparado ao dia anterior. Assim que acordou, Caroline já bufou frustrada por lembrar que havia prometido um dia de piscina para Helena. Então começou a pensar em formas de ocupar a criança durante aquele dia. Mandou mensagem para sua irmã e descobriu que Renata estava na casa de seus sogros, sua mãe estava junto. Achou melhor se levantar e começar a preparar o café da manhã das duas enquanto bolava algum plano. Não demorou muito para uma sonolenta Helena aparecer na cozinha.

Helena: bom dia, mamãe – falou com sua voz rouca de sono.

Carol: bom dia, meu amor – deu um beijo nos cabelos da filha – dormiu bem? – Helena assentiu – e já escovou os dentes? – a menina assentiu novamente.

Caroline deu uma risada leve pelo jeito de sua filha, Nininha odeia conversar pela manhã, a exceção é ao chegar na escolinha. Ali, em sua casa, com sua mãe, no seu conforto e em uma manhã de domingo chuvoso, a última coisa que Helena queria era conversar.

Com uma mesa bem recheada, mãe e filha se sentaram e começaram sua refeição. Após um tempo, Caroline ouviu sua filha falar com um tom triste.

Helena: não tem piscina hoje, né?

Carol: não, filha – suspirou – eu sei que falei que iríamos para a piscina, mas eu não sabia que ia chover.

Helena: tudo bem – deu de ombros – quer montar quebra cabeça comigo?

Carol: claro, Lena – sorriu – e a gente pode assistir algum filme, jogar videogame, desenhar – começou a sugerir e Helena assentiu.

Terminaram o café na manhã e enquanto a criança foi buscar seus jogos, Gattaz aproveitou para arrumar a cozinha. Começaram montando um quebra cabeça do desenho do Bob Esponja ao mesmo tempo que o desenho passava na televisão.

Durante a manhã, mãe e filha fizeram tudo o que haviam planejado. Caroline já estava entediada e percebeu que sua filha estava igualmente ou mais. Olhou o horário e estava no começo da tarde, iria preparar o almoço, mas teve uma ideia.

Carol: filha – chamou e a pequena olhou – o que acha de levarmos almoço para Tia Rosa? – Helena se levantou rapidamente animada.

Helena: SIM – pulou animada – eu vou levar meu livro de colorir e meus lápis – saiu correndo para seu quarto.

Carol deu risada pela animação da filha, aproveitou para arrumar as comidas que levaria, e em seguida foi trocar de roupa. Logo as duas saíram em direção ao prédio de Rosamaria. Chegando lá, Carol já sabendo que sua entrada estava autorizada há algum tempo, cumprimentou o porteiro e seguiu rumo ao elevador. Só na caixa metálica que Caroline começou a pensar na possibilidade de Rosamaria não gostar da surpresa, ou já ter almoçado, ou ainda estar dormindo, ou ter saído, e assim foi criando milhares de possibilidades até o andar da delegada. Parou de frente para a porta, respirou fundo e tocou a campainha.

Dentro do apartamento, Rosamaria estava deitada em seu sofá assistindo televisão quando ouviu o som e levantou-se estranhando. Olhou pelo olho mágico e foi impossível segurar seu sorriso. Abriu a porta e já olhou para baixo vendo aquela criaturinha com sua mochila nas costas, segurando a mão de Caroline. Todas as três com um sorriso no rosto.

Helena: surpresa, Tia Rosa – grudou na perna esquerda da mais velha – a mamãe trouxe comida e eu trouxe livro para colorir e um presente.

Rosamaria: essa é a melhor surpresa que eu poderia receber – falou alternando o olhar entre Carol e Nininha.

Carol: desculpa vir sem avisar – falou tímida – eu só fui parar pra pensar quando já estava no elevador.

Nossa Vida - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora