Nossa Vida - Rosattaz

Ariele/Cristal

POV Caroline

Ariele: oi, Carol – disse com um semblante de dor e me aproximei, pegando seu prontuário.

Carol: como você está se sentindo? – perguntei já analisando suas pupilas e testando seus reflexos.

Ariele: como se um maluco tivesse batido no meu carro – tentou fazer a piada, mas eu não ri e ela reclamou – para de ser assim tão séria, não combina com você.

Carol: qual o nível da sua dor?

Ariele: muito melhor depois que a mocinha me deu o remedinho da alegria – apontou para Valerini que deu risada.

Natalia: morfina – me explicou e eu assenti – fratura na perna esquerda – me mostrou o raio-x – vou levar pra sala de cirurgia.

Carol: faz também uma TC de crânio, só pra ter certeza que ela está bem.

Ariele: Carol, posso te pedir uma coisa? – seu tom mais sério fez com que minha atenção fosse direcionada a ela – vai ver a minha filha, cuida dela – me pediu.

Carol: você com uma filha, quem diria – sorri vendo como ela havia amadurecido – fica tranquila que daqui, vou direto pra lá.

Ariele: não queria te reencontrar assim.

Carol: não se preocupe, quando você tiver alta, faço questão de fazer um churrasco na minha casa para comemorarmos.

Saí de lá e fui até a sala ao lado, encontrando Anne aflita, já me posicionei para ajudá-la.

Carol: qual é o caso?

Gabriela: menina, cinco anos, estado crítico, estava no assento e com cinto de segurança, mas o seu lado recebeu o impacto da batida – eu checava os reflexos e me preocupava – foi atingida também por estilhaços do vidro, o que causou diversos ferimentos pelo corpo.

Carol: chama a neuro com urgência, não me importa o que esteja fazendo, quero a Ana Carolina o mais rápido possível – falei para Gabriela.

Sheilla: chegou inconsciente – assumiu a posição – com respiração irregular, pulsação fraca, fora os ferimentos visíveis.

Anne: há alguns cortes mais profundos, mas o que me preocupa é a questão neurológica, já havia chamado a neuro – assenti – estou desconfiada de contusões no tórax e abdômen, solicitei TC do crânio para entender a extensão dos danos cerebrais, raio-x de tórax e abdômen para descartar lesões internas e fraturas, ultrassonografia abdominal para avaliar possíveis hemorragias internas e exames de análises laboratoriais completo.

Fomos interrompidas por Carolana que já iniciou a avaliação neurológica.

Carolana: Glasgow coma em 8, o estado de consciência dela está comprometido – já sabíamos, mas a intensidade nos preocupou – pupilas dilatadas e não reativas à luz, o comprometimento neurológico é significativo, pode levar direto pra TC – ordenou – passa na frente de todo mundo, é estado crítico.

Carol: quero monitoramento da pressão intracraniana e dos sinais vitais – complementei – a pressão arterial está muito baixa, pode ser choque hipovolêmico.

Carolana: hemorragia interna? – palpitou.

Carol: espero que leve, mas tenho certeza que esse abdômen está sangrando.

Anne: vou subir com ela para os exames e vocês vão se preparando para entrar em cirurgia.

Carol: ela é filha da Ariele – ambas me olharam surpresas – eu não vou perder essa menina.