- Meu docinho, não chora - passei os meus dedos em suas bochechas rosadas e ele tombou a cabeça na minha mão.
- Você vai me deixar - falou com a voz embargada e meu coração se apertou vendo o meu pequeno assim.
- Não irei, nunca - o abracei e ele fungou com o narizinho vermelho e entupido - irei voltar bem rapidinho, quando você menos esperar, eu estarei ao seu lado de novo.
Eu estava indo fazer uma pequena viagem a trabalho, infelizmente não poderei levar ele comigo, e isso está me matando de angústia.
- Promete?
- Prometo - sussurrei em seu ouvido e ele assentiu deixando um selar em meu peito nú, meu lobo estava triste e ao mesmo tempo preocupado com alguma coisa, isso estava me fazendo ficar em alerta total.
- Irei ficar com o Hobi e o Tata - disse limpando algumas lágrimas e eu concordei, mesmo meu lobo interior rosnando em meu peito para não deixar nosso ômega com dois alfas. Eu nunca o privaria de ver os amigos.
- Tudo bem - o beijei e ele ronronou espalhando o seu cheiro em mim, me marcando sem perceber, aproveitei e comecei a marcá-lo também, isso acalmaria um pouco a fera em meu peito - vem, vamos dormir - o cobrir e o abracei mais, logo ele dormiu entre fungadas e soluços pelo choro recente.
[...]
Estava em meu jatinho, mas minha cabeça e coração estavam no meu ômega que deixei na sua antiga casa, meu peito estava apertado em preocupação e angústia, e tinha aquele sentimento que iria acontecer algo, mas não sei o que.
- Jeon - Namjoon me chamou e o olhei de lado - controle o seu cheiro, está muito forte - respirei fundo me acalmando aos poucos - relaxa, daqui a pouco o seu ômega vai estar no seus braços.
- Espero muito que essa reunião valha a pena - disse entre um rosnado e ele revirou os olhos.
- Também não estou feliz em deixar o meu ômega em casa - disse apoiando o tronco na poltrona e eu ignorei - daqui a alguns dias é o cio do Jin, espero chegar a tempo para cuidar dele.
Escutar isso foi quase como um tapa na minha cara, era isso! Como eu pude me esquecer de uma coisa tão importante, me levantei com os olhos arregalados e o Namjoon me olhou assustado pelos movimentos brusco.
- Merda, Namjoon! - falei alto e ele perguntou o que era - o meu cio.
- Não me diga que está entrando no cio aqui, no avião - falou desesperado e se levantou se afastando de mim - vamos todos morrer!
- Não, idiota - disse me sentando novamente e coloquei as mãos na cabeça - o meu cio é daqui a uns dias, o Jimin não está preparado para isso, nunca nem conversamos sobre isso.
- Ele é sua alma gêmea, ele vai sentir as suas necessidades - disse se sentando novamente e eu assentir aflito - não adianta querer esconder, tem que conversar com ele.
- Eu tenho que dar um jeito de adiar o meu cio.
- Não, tem jeito - jogou na minha cara e bufei frustrado - supressores não funcionam com um lúpus puro, você já tentou isso antes, não tem para onde correr, amigo.
Gemi em frustração e fechei os olhos com força. Tenho que fazer tudo o mais rápido possível e voltar a tempo de conversar com ele e saber se ele vai querer passar comigo, se não, irei para o mais longe possível e me amarrar para não ir atrás dele.
Um alfa no cio é agressivo, mas um lúpus e puro ainda, é agressivo ao extremo, as dores são terríveis e quando se já encontrou o seu soulmate piora o triplo, ficar quatro dias sentindo uma dor insuportável é pedir pra morrer.
Mas eu nunca o forçaria a passar o meu cio comigo se não for da sua vontade.
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O ômega estava triste e carente, já tinha se passado dois dias que o seu alfa estava viajando, e mesmo se falando todos os dias e todas as horas possíveis pelo celular o seu lobinho estava triste e sensível.
O ômega estava deitado em seu antigo quarto de baixo de várias cobertas, mesmo que o tempo estivesse fresco na França, o pequeno estava com febre, seu corpo começou a esquentar do nada e o seu amigo achou melhor prevenir.
- Está melhor, Minnie? - Hoseok entrou no quarto com um sanduíche e entregou ao pequeno que pegou mais que depressa, afinal estava sentindo muita fome e sede, junto com a temperatura elevada do seu corpo.
- Sim, Hobi - sorriu com a boquinha suja e o alfa riu limpando com um guardanapo - estou bem, não se preocupa.
- Lógico que eu me preocupo - disse com as mãos na cintura e o ômega riu com a boca cheia - você é meu irmãozinho, vou sempre me preocupar contigo pequeno.
- Eu sei, alfa bobão
O alfa fez cara de indignado e saiu do quarto levando o prato vazio, o ômega sentiu o seu celular vibrar de baixo da sua bunda e sorriu animado vendo a foto do seu alfa na tela.
- Bebê? - o alfa chamou quando o ômega atendeu e sorriu quando ele apareceu na tela com um biquinho de saudade - não fica assim meu docinho, daqui a pouco eu chego.
- Estou com saudades, alfa - disse embolado pela manha e o alfa riu achando adorável.
- Estarei logo logo aí para você, meu ômega - o lúpus estava saindo da última reunião do dia, o cansaço era evidente no seu olhar, fora a saudade absurda que sentia do seu pequeno que estava com um bico enorme na cara do outro lado do celular.
- Estarei te esperando, Alfa - falaram mais algumas coisas e o lúpus desligou por que o seu celular estava prestes a descarregar.
- Estou morto - encontrou com Namjoon no elevador e suspirou cansado - queria tanto dormir sentindo o cheirinho do meu ômega.
O lúpus revirou os olhos pela fala do amigo e seguiu para o seu carro quando as portas do elevador se abriram, mas ele próprio queria o mesmo. Estava cansado, fora o seu lobo que estava irritado e agitado pelo cio se aproximando e já estar longe do ômega.
Ainda mais os cheiros enjoados de todos os ômegas daquela empresa querendo o atrair pelo seu cheiro estar mais forte evidenciando a chegada do seu cio.
Desde essa manhã sentia o seu corpo quente e suando, precisava voltar para casa o mais rápido possível, queria conversar com o seu amado antes de tudo.
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PARA SEMPRE MEU - JIKOOK/ABO
Fantasy[CONCLUÍDA] Park Jimin sempre foi um ômega doce e inocente que nutria o sonho de encontrar um alfa amoroso para forma uma família, se mudou para a França no intuito de estudar, mas as coisas não saíram como ele desejava. Mudando de plano, o pequeno...