Cap 4 - Jantar

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Maraisa Pereira:

Assim que passo pelo hall de entrada do restaurante, sinto uma espécie de aconchego. Avisto Eddie no balcão e já ando ao seu encontro. 

Vou sentir falta de trabalhar aqui, com um chefe legal e amigável. 

— Você está um arraso. — Ele diz, segurando minha mão e me fazendo dar uma voltinha. — Esse lugar não é o mesmo sem você, morena. 

— E não existe chefe melhor que você. — Abraço-o. Ouço um pigarro atrás de mim e reviro os olhos. Por um segundo eu esqueci da idiota atrás de mim. 

— Oh. — Eddie me solta e encara minha nova chefe, ele está sem graça. — Desculpe-me. 

— Eddie, essa é Marília Mendonça, minha atual chefe. Senhora Mendonça, esse é Eddie, ex-chefe e amigo. — Sorrio para o moreno, mas fico séria assim que sinto mãos na base da minha coluna.

Ela vai perder essa mão... 

— É um prazer vê-lo novamente. — Marília estende a mão livre para Eddie, que aperta com confiança. Tiro as mãos de Marília do meu corpo dando um tapa nela, mas isso não parece abalá-la em nada. 

Mas é uma babaca mesmo. 

— O prazer é meu. — Eddie faz um sinal para que nós o acompanhemos. — Vou levá-las até a mesa. 

Ia pedir para que eu mesma fosse com Marília, já que sei qual é cada mesa e cadeira desse lugar, mas deixei que Eddie tentasse agradar a Marília com seu trabalho. Conheço meu ex-chefe e sei quando ele está tentando impressionar. 

Quando fiz a reserva, pedi para que fosse a mesa mais próxima da parede de vidro. 

Sempre sonhei em me sentar nessa mesa, tomar um vinho e apreciar Seattle enquanto aproveito do melhor da culinária italiana. Só não imaginava que isso se realizaria tão cedo, infelizmente, nos meus sonhos, eu estou sozinha na mesa e não com minha chefe arrogante e estúpida. 

Marília pede o melhor vinho do cardápio, deixando por minha conta a parte da comida. 

Escolhi Carbonara, provei uma vez só, me apaixonei. 

É um dos pratos mais caros daqui por não se tratar de uma Carbonara comum, mas como "quem convida dá banquete", vou aproveitar. 

— Da última vez que estive aqui, fiquei me perguntando como você não havia sido demitida ainda. — Olho com tédio para Marília, que me encara séria. 

— Acontece que em todos esses anos em que trabalhei aqui, nunca havia servido alguém tão presunçosa e sem educação. — Abro um sorriso inocente. Marília continua sem esboçar nenhum sentimento. 

— Sem educação? — Um sorriso irônico brota em seu rosto. — Acha que é mais educada que eu? Senhorita Pereira? 

— Não confunda classe com educação, senhorita Mendonça, posso não ter sua classe, mas com certeza sou bem mais agradável. — Pego a taça e a levo aos lábios. Marília não diz nada, apenas observa meus movimentos. 

Talvez ela tenha concordado. 

— Então, o que queria conversar comigo? Algo sobre nossa convivência, se não me engano. — Sou direta e ela assente, umedecendo os lábios antes de falar. Amaldiçoo-me por ter achado esse gesto um tanto... atraente. 

— Claro. — Minha chefe coça sua garganta, parecendo escolher as melhores palavras, mas duvido, ela não é do tipo que toma cuidado em expressar suas fortes opiniões, principalmente as que me envolvem. — Graças aos meus irmãos a quem nunca irei perdoar por me fazer aturá-la... — Viu, eu não disse. — Terei que ver seu lindo rostinho todos os dias, o que é uma merda, mas já que vamos fazer isso, então prefiro que façamos de maneira pacifica. 

A CEO - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora