Cap 21 - Precauções

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Marília Mendonça:

Meu coração se quebra um pouco à cada vez que olho para ela. Eu me odeio por ter que fazer isso, mas eu e meus irmãos conversamos ontem, decidimos que ela estará mais segura longe de mim, na verdade, foi uma ideia do Thon. 

Porém, conheço minha mulher, ela não se afastará de mim e vai querer enfrentar isso junto comigo, mas ela não pode, o único jeito de mantê-la longe é afastando-a sem forçá-la a isso, magoar Maraisa é a última coisa quero, mas é necessário. Prefiro ver minha mulher e meu filho salvos longe de mim, do que em perigo e perto. 

Doeu-me dormir sem abraçá-la, me doeu acordar e não a beijar, não fazermos amor no banheiro e não a ajudar a escolher sua roupa. Doeu-me ainda mais saber que ela se vestiu com aquele vestido para chamar minha atenção, me odeio por não ter dito que ela estava de tirar o fôlego e que não existe mulher mais linda. 

Quando chegamos na empresa, Maraisa foi direto para sua sala e nem se quer falou comigo, sei que ela está nervosa e chateada, espero que no final de tudo isso, ela possa me perdoar. 

— Já chegou? — Henrique pergunta assim que atendo o celular. 

— Já, acabei de chegar. 

— Advinha com quem me deparei aqui no saguão?

— Fale logo, meu dia está corrido e não tenho tempo para joguinhos. — Falo sem paciência. 

— Charlotte Winter, e ela está subindo para sua sala neste momento. 

— Puta que pariu. — Sem paciência, passo a mão por entre meus cabelos. — O que essa mulher quer? 

— Eu não sei, mas ela parecia determinada. Cuidado. 

— Maraisa vai pirar. — Murmuro. 

— É uma boa forma de deixá-la com raiva, se for olhar por esse lado. 

— Não vou trair minha namorada, Henrique. — Digo exasperada. — Nem de faz de conta. 

— Não precisa trair, Maraisa só precisar achar que traiu. 

— Sem chance. — Ouço batidas na porta. — Tenho que desligar. 

Coloco o celular no modo gravador e deixo sobre minha mesa, se realmente vou fazer isso, precisarei provar que em nenhum momento eu a traí. Abro a porta e a morena que não vejo há anos está parada e me olhando sorridente. 

Charlotte foi um caso amoroso que tive, não namoramos, mas tivemos um relacionamento duradouro e sem compromisso, era bom, ela não me cobrava nada e era boa de cama, sabia seu lugar e nunca passava dos limites. Ela teve que ir embora repentinamente há oito anos, não me lembro o motivo, mas tinha algo a ver com algum parente na Europa. 

— Quanto tempo, Marília. — Ela sorri docemente e estende a mão em minha direção. 

— Sim, alguns anos. — Devolvo seu cumprimento e a convido para entrar. — Aceita alguma bebida? 

— Água, por favor. — Ela se senta em meu sofá e olha ao redor da minha sala. — É uma bela sala, adorei a vista. 

— É, é bonita. — Entrego o copo em suas mãos e me sento ao seu lado. Sinto-me estranha, depois que comecei a me relacionar com Maraisa, não me sinto bem ao chegar muito perto de mulheres, ainda mais se já transei com elas. — O que faz aqui? 

— Finalmente eu consegui voltar, foi a primeira pessoa que quis visitar, senti sua falta. — Ela tenta aproximar seu rosto do meu, mas me afasto rapidamente. 

A CEO - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora